domingo, 15 de outubro de 2023




Problemas sociais

A tragédia de Arras (França) 

e o Bairro calé (Tomar)


A França era lá longe, em tempos idos. Agora, com a comunicação instantânea, é praticamente  logo ali, ao fundo da rua. Daí a preocupação e a ansiedade dos tomarenses, ao saberem do assassinato à facada do professor Dominique Bernard, por um ex-aluno islamita de 20 anos,  russo-checheno.
Em Portugal, outrora de brandos costumes, mas agora já nem tanto assim, ainda não temos problemas com muçulmanos, mas a crescente imigração de mão de obra agrícola do Paquistão e países próximos, não augura nada de bom, a julgar pelo que vem acontecendo por essa Europa fora, sobretudo na Alemanha, na Bélgica, em França, e mesmo já em Espanha.
Entretanto, temos em Tomar a questão dos migrantes ciganos. Que são portugueses e cristãos, mas têm, em comum com os muçulmanos, uma enorme dificuldade para se integrarem plenamente nas sociedades onde vivem. Mais por resistência das próprias comunidades de origem, do que por oposição da população em geral.
Em Tomar, numa acção louvável, a maioria socialista conseguiu realojar as 250 pessoas de etnia cigana em diversos locais da cidade e do concelho. Infelizmente, verifica-se agora que não terá havido adequada preparação, o que resultou na prática na multiplicação do problema inicial. Havia só o caso do Flecheiro, agora há 3 ou 4 espalhados pela cidade.
Não adianta, pelo contrário só atrasa, vir com a habitual cantilena socialista da má-língua e mais não sei quê. Os factos estão aí, à vista de todos. A própria ex-presidente reconhece que os ciganos foram realojados, mas não estão integrados, enquanto o presidente da junta de freguesia urbana já deu razão aos cidadãos  que protestam, queixando-se de insegurança. Está publicado na informação local.
A própria Câmara parece ter consciência da situação, uma vez que recrutaram há pouco tempo cinco assistentes sociais, que certamente não irão cuidar dos jardins, nem arrancar as ervas das ruas. Mas recrutar não basta. Tem de haver planos exequíveis, previamente debatidos e votados. Responder cabalmente à velha pergunta leninista "Que fazer?" Ou são de esquerda só para enfeitar e quando convém?
Além dos problemas inerentes à própria etnia cigana, há um grave diferendo administrativo arranjado pela própria maioria PS, por falta de diálogo. Gastaram perto de meio milhão de euros no Bairro calé, mas só depois souberam que as directivas de Bruxelas não permitem "conjuntos habitacionais para uma só etnia, tipo gueto".
Surpreendidos, recorreram ao tradicional desenrascanço português. Esclareceram que o Bairro calé  é um "Centro de acolhimento temporário". O que leva a perguntar: Para quem? Por quanto tempo? Depois, os acolhidos temporários irão para onde? Quando?
Nesta altura, tudo indica que em Outubro de 2025 este vai ser um dos grandes temas de campanha. Há portanto muito tempo para abordar o assunto, tendo em conta que adiar só complica ainda mais.


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