Política local - Assembleia Municipal
Partidos de protesto
que afinal não protestam, servem para quê?
Todos os que se interessam pela política em geral, sabem que há, consoante os resultados eleitorais, os partidos do poder e os partidos de protesto. Em Tomar, os partidos do arco do poder são agora o PS e o PSD, enquanto os de protesto são o Chega, o CDS, a CDU e o BE. Convém acrescentar que estas forças de protesto, conquanto raramente cheguem ao poder, são úteis, para obrigarem o arco do poder a aceitar as reivindicações mais importantes, pelo que perdem muitos eleitores quando se associam ao poder instalado e deixam de protestar.
O "caso geringonça" aí está como exemplo. BE e CDU foram fortemente penalizados eleitoralmente nas eleições seguintes. O que se compreende perfeitamente. Quem vota num partido de protesto, só pode ficar desiludido quando essa força se associa depois ao poder, em vez de protestar. O que leva a mudar o sentido do voto nas eleições seguintes.
Em Tomar, um voto recente na AM mostra que alguns eleitos locais ainda não estão ao corrente da dita tendência para mudar de voto, quando os protestatários não protestam. Na sessão da AM do passado dia 29 de Setembro, o Chega apresentou uma "Moção de protesto" contra a sonegação de informação na área social, por parte do executivo camarário, no documento de apoio à informação obrigatória da presidência da Câmara.
Submetida à votação, a referida moção foi rejeitada, com os votos contra do PS, BE, CDU, presidente de Carregueiros, também CDU. e presidente de Casais-Alviobeira, do PSD. Votaram a favor o PSD, o Chega e o CDS. Ignora-se que explicação poderão dar os apoiantes do executivo PS, nomeadamente BE, CDU e Alviobeira-Casais, ao apoiarem uma prática condenável -a sonegação de informação- da qual também se vão queixando quando calha. Incoerências. Calhando, vão dizer que respeitaram as linhas vermelhas anti-Chega, adoptadas pelos geringonços. Problema deles.
Bem vistas as coisas, a moção de protesto do Chega era, antes de mais, uma armadilha para apanhar os falsos adversários do executivo camarário. Aqueles oposicionistas que vão dizendo cobras e lagartos, mas nos momentos decisivos alinham com o poder instalado, previamente lubrificados ou não. Objectivo alcançado. Partidos de protesto que afinal não protestam nos momentos cruciais, servem para quê? Para enganar os eleitores? Em 2025 logo veremos as eventuais consequências.
Respondo sem qualquer dificuldade, embora fosse melhor publicar igualmente as suas perguntas. Mas pronto, respeito a solicitada privacidade.
ResponderEliminarEssa música dos ataques começa a ser demasiado enfadonha, mas a extrema-esquerda nunca se cansa de repetir chavões. Não é verdade, como se constata, que haja ataques. A crónica supra não ataca ninguém. Informa e esclarece. Os factos e comportamentos que menciona podem ser verificados junto dos serviços competentes. Incomoda saber que há partidos e coligações que dizem uma coisa em público, e por vezes fazem o contrário em privado? Certamente. Mas então o que pretendem? Que se cale a verdade, para não incomodar nem prejudicar certos arranjos com o poder instalado? Não contem comigo para isso. E podem insultar-me, se lhes aprouver. Ao fim de tantos anos, já estou habituado. O culpado sou sempre eu. Parece que tenho tendência para apostar nos cavalos errados, segundo me disseram em tempos. Mesmo que fosse verdade, na minha idade já não tem importância.