domingo, 8 de outubro de 2023


O aqueduto de Segóvia (Espanha) e o de Tomar. Semelhantes mas separados por 15 séculos. Segóvia é do século II d.c. e Tomar do século XVII

Saneamento urbano

Candidatar o pivete templário 
a Património imaterial da UNESCO



Em menos de uma semana, já são três pessoas que se queixam do fedor em certas zonas da cidade antiga, que pomposamente passaram a designar como "centro histórico". (ver cópia infra). É um problema antigo, como bem sabem os que lá moram há décadas, nomeadamente o autor destas linhas, agravado pelo desmazelo da actual maioria, que deixou de desinfectar as sarjetas antigas com creolina, contrariando o que antes acontecia com regularidade. 
Dado que o saneamento ainda é de colector único, naquela parte que ficou por modernizar desde o tempo do Paiva, e as velhas sarjetas não têm sifões, quando faz calor é cá um pivete que só cheirando se acredita. E com ratazanas bem nutridas, que dá gosto ver.
Uma vez que esta maioria PS considerou mais urgente a ornamentação da Várzea grande e as ciclovias na Nun'Álvares, Torres Pinheiro e Combatentes, o melhor será deixar tudo como está, para cumprir a tradição e promover Tomar. Candidata-se o mau cheiro ambiente, também denominado fedor ou pivete, a Património imaterial da UNESCO, alegando que é um cheiro tradicional com séculos de existência. Uma vez que a Câmara até já tem a equipa para a candidatura dos tabuleiros, desde 2019, vai ser coisa rápida e de sucesso garantido.
É certo que ultimamente o executivo municipal tem falado em obras na zona, acrescentando que estão a fazer o projecto ou os projectos. Todavia, tal como em Carvalhos Figueiredo, outro bico de obra, quem acredita? Se até os presidentes de Junta já se lastimam na informação local que foram enganados, como pode o simples eleitor fiar-se na palavra de políticos que querem é manter-se no poder, custe o que custar?
Posto que Tomar a dianteira 3 não é um órgão de informação como os outros, tem liberdade para alargar a notícia. Há a mania de que somos uma sociedade muito limpa e asseada, e até rimos muito com aquela do alentejano que dizia ao amigo ter resolvido instalar o porco debaixo da cama, para aproveitar o calor do animal no inverno. Quando o outro lhe perguntou -Atão e o mau cheiro?! a resposta foi pronta: -O porco habitua-se!
Não será bem o caso dos tomarenses, que também se vão habituando, mas o passado  não é nada brilhante nessa área. Basta pensar que o Convento de Cristo só teve água corrente a partir de 1613, e que foram os espanhóis que mandaram construir o aqueduto dos Pegões, com seis quilómetros de extensão. Por essa altura, já os habitantes de Segóvia tinham um aqueduto com 15 quilómetros, edificado pelos romanos 1.500 anos antes.
De forma que, se nem o Convento, -que era dos mais ricos do país-, tinha água corrente, imagine-se a situação cá em baixo, com a água do rio e os poços nos quintais ou logradouros. Havia uma pia em cada casa, na cozinha, que servia para tudo, e cujas escorrências iam para uma regadeira que corria a céu aberto, no meio das ruas mais largas, e de um dos lados, nas mais estreitas.
Daí vem o nome de Corredoura, que a nossa tradicional mania das grandezas e da heroicidade, interpreta como via onde os templários passavam a cavalo. Uma espécie de  hipódromo urbano, quando não era nada disso. Havia na verdade várias corredouras, com uma regadeira a céu aberto no meio, todas no sentido poente nascente: Largo do Pelourinho, Rua Serpa Pinto, Rua da Graça e Rua dos Arcos. 
Sem água corrente nas casas, devia ser cá um cheirete... E a água da rede pública só apareceu nos anos 30 do século passado. Para quando a sua modernização na parte que ainda falta ? Prioridades invertidas. Fazem-se ciclovias onde não há ciclistas, Não se modernizam canalizações e esgotos com mais de oitenta anos. Defensores do mau cheiro como património a preservar? 
Parece andar tudo trocado. Os abrantinos queixam-se de javalis na área urbana, mas em Tomar é que cheira a curral de porcos. Querem ver que os animais passeiam em Abrantes, mas cagam em Tomar ?!

"Tenho estado nesta cidade, nos últimos dias. Uma pergunta: será que ninguém se apercebe do mau cheiro, na zona histórica, nas ruelas estreitinhas?! Não há lixo acumulado, mas a calçada está suja e há cheiro a esterco e, então, com este calor!...
Que tal, de madrugada, umas agulhetas dos bombeiros?!
Eu nem sou de cá, mas, sinceramente, fiquei dececionada e sem vontade de continuar o passeio por aquela zona da cidade.
Não é só a preservação dos monumentos que conta. O turista tem de se sentir bem, enquanto calcorreia a cidade, para os ir visitar ou, mesmo, para passear."

Copiado do Facebook às 19H29 de Fortaleza - Brasil, em 06/10/2023

7 comentários:

  1. E é só na higiene???!!! O Registo Civil também não funciona, são três pessoas, na melhor das hipóteses, ás vezes é só uma. Até lá puseram um aviso a dizer que fecham para almoço das tantas ás tantas porque não têm pessoal. As três senhoras já não são muito jovens e são pouco desembaraçadas. São as finanças, também não têm pessoal suficiente no atendimento. Até na policia eu tive de esperar uns 20 minutos para dar baixa da pistola do meu falecido pai. Eu estava de férias e podia esperar mas uma pessoa que esteja apertada com o tempo, e o tempo é o bem mais valioso, e que precise de produzir, está tramada!!! Imagino que nos outros serviços não seja muito diferente....

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  2. Tem razão Helder, a moléstia parece ser geral, pelo menos em Tomar. Eu só foquei o caso do mau cheiro e da higiene porque sempre tive tendência para tratar de assuntos de merda, como são muitos dos da nossa terra. Mas há quem esteja convencido que qualquer javali a passear junto à estação da CP, é assunto de primeira página, ou até de abertura do telejornal nacional. Somos assim no universo nabantino.

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  3. Professor, gostava de o ler a dissertar sobre o problema dos pombos. Esative em Tomar pela festa dos tabuleiros e os meus vizinhos queixaram-se muito dos pombos, e eu pude ver na minha varanda e nas pedras das janelas muitos dejetos. A minha vizinha, que é a administradora do condomínio, queixa-se do estrago que eles fazem, que entopem os algerozes e os canos pluviais, que tem uma janela onde eles costumam poisar e de manhã é um cheiro a merda que não se pode, tem de de deitar um balde de água para limpar os dejetos que ficam retidos na cobertura do primeiro andar, que etwnde a roupa e os pombos cagam-lhe em cima, que a vizinha do rés do chão deixa o comer do cão destapado, etc... resumindo os pombos causam bastante estrago, eu aqui na Inglaterra gasto 9 libras e 50 para ir lavar o carro na lavagem automática e passado duas horas já lá está o selo da passarada, eu não tenho carro em tomar mas imagino que não seja muito diferente. Na última reunião de câmara o vereador Luís Francisco levantou a questão ao que o vereador Hélder respondeu que já tinha tudo tratado, que já tinha sido contratada uma empresa para controlar essa praga e que nesse mesmo dia (imagine a coincidência!!!) o responsável dessa empresa iria estar em Tomar para avaliar a situação. O vereador Hélder, que tem o pelouro da bicharada, também disse que já estavam identificadas as colónias, era ali junto ao rio no lado da levada e no lado do pavilhão e junto á Jácome Ratton. Até disse que há um senhor que costuma vir com um saco de 5 kg de arroz trinca sempre á mesma hora, o vereador até disse que os pombos já sabiam quando ele ( o senhor) vinha, já estavam á espera dele porque o senhor vinha sempre á mesma hora, os pombos já devem de estar adestrados, e que as pessoas não têm cuidado, e tal e tal.... o vereador Hélder revelou a técnica para controlar a praga: oe pombos são capturados em gaiolas e levados para estrelização, e depois voltam. O vereador também revelou que esta operação de controlo da praga iria custar 4 mil euros durante 4 meses. Eu soltei uma gargalhada com a solução para o problema e com o custo. Qual é a sua opinião, gostava de ler um artigo seu sobre o assunto.

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    1. Conquanto seja literalmente mais um problema de merda, não me parece com dignidade suficiente para lhe dedicar uma dissertação, como é referido. Corria o risco de me chamarem ainda mais nomes, vindos dos ambientalistas tomaristas, defensores das aves e dos animais, que até são contra as corridas de toiros, mas vão comendo o seu bife ou SALSICHA, em que um terço é SAL e os dois outros SICHA. Portanto, Deus me livre de outras coisas, que dessa me livro eu.
      Ainda assim, como não sou cego nem surdo, sei que conterrâneos nossos têm resolvido o problema dos pombos nos seus alojamentos de modo rápido e eficaz. São geralmente antigos combatentes, que arranjaram espingardas de pressão de ar e compraram chumbos. Com alguma pontaria, o que não é difícil pois a espingardita não dá coice, acertam no peito ou nas asas, e as avezinhas vão acabar os seus dias longe do local onde foram alvejadas. Mais não posso adiantar mais, porque passo os invernos noutro hemisfério e numa cidade em que os pombos não são preocupação, pelo menos na zona costeira onde resido.

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    2. Se o professor tiver tempo veja o vídeo da hertz no YouTube sobre a última reunião de câmara, onde o vereador PSD Luis Francisco levanta este problema, que é grave, e a solução encontrada pelo Hélder Henriques que eu acho muito inusitada: estrelizar os pombos!!! E achei anedótica a verba que o vereador Hélder dedica a este problema: 4 mil euros durante 4 meses!!! Eu gastei trezentos euros a mandar vir da Amazon umas aves de rapina feitas de madeira, um moucho que faz ruído, move a cabeça e emite uma luz quando presente o pombo ou outra ave, um rolo de fita holográfica para quando bater o sol encandde ear os pombos, e uns mochos para pendurar no estendal da roupa!!! Abrantes já fala em abater os Javalis. O Professor deu-me agora uma ideia que seria por o senhor TCOR SGE Hélder Henriques ao tiro aos pombos!!! Ou organizar um campeonato do tiro ao pombo!!! Se o professor não souber, SGE quer dizer serviço geral do exército, é um quadro técnico do exército, como a INF, CAV, ART, Transmissões, etc...

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    3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Limitei-me a divulgar o que tem sido praticado por alguns cidadãos, com bons resultados desde que haja pontaria. Esqueci-me de mencionar o trigo roxo, igualmente eficaz, mas perigoso.
    O método proposto pelo sr. vereador Helder Henriques tem a vantagem de agradar a todas as partes. Aos defensores das aves, porque não as mata. À autarquia porque não é muito caro e permite calar a população. À empresa fornecedora porque vai ganhando com as sucessivas campanhas de esterilização, visto que as pombas tendem a "ir aviar-se" a outro lado, com outros pombos, por uma espécie de instinto, de forma que há sempre aves para novas campanhas. Vai acontecendo por essa Europa fora, e que diabo! Nós somos europeus de ponta. Estamos numa das pontas do continente, que verdade seja dita, já está quase sem ponta por onde se lhe peque, mesmo com a saída dos ingleses..

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