domingo, 29 de outubro de 2023




Política local de turismo

Trabalhar pouco e mal

As crónicas anteriores, copiadas do jornal O Povo, de Fortaleza - Brasil, tinham e têm um objectivo preciso: evidenciar pela comparação que em Tomar se trabalha pouco e mal, sobretudo na área do turismo, sem chocar demasiado, numa terra em que qualquer crítico é um malvado, e qualquer reparo um excremento. Inventaram até esse neologismo chamado "crítica construtiva", que é apenas a arte de saber gabar o que não presta. Lamber as botas (ou outra coisa) a quem manda ou paga. Não contem comigo.
Na publicação anterior, do jornalista brasileiro Jocélio Leal, que muito provavelmente nunca sequer ouviu falar de Tomar, está tudo muito bem exposto. Para o réveillon, os serviços de turismo da Câmara, que no Brasil é a Prefeitura, com prefeito eleito, mas secretários escolhidos a dedo, em vez de vereadores a tempo inteiro, procederam em conformidade com as regras da arte. Definiram objectivos a alcançar, previram custos e benefícios dos meios para os alcançar, e efectuaram a avaliação final, para aferir resultados. Tudo isto para um orçamento de 12 milhões de reais (2,3 milhões de euros), só para pagar aos vários artistas.
Numa crónica de apoio implícito, o jornalista indicou no último parágrafo que a avaliação dos eventos tem sido feita internamente, mas aumentaria a credibilidade se efectuada por uma entidade externa independente, contratada para o efeito.
Comparando com a cova nabantina, e tendo como referência os tabuleiros, a principal realização local, a definição de objectivos é um logro deliberado. Tanto os senhores eleitos como os conceituados técnicos superiores da área sabem, de certeza certa, que "cumprir a tradição" e "promover Tomar" não são objectivos económicos aceitáveis. Demasiado amplos e ocos.
O primeiro porque cabe nele quase tudo e o resto, mas em termos de realização económica, ninguém sabe como se alcança. Simplesmente porque "cumprir  a tradição" é repetir o que está para trás. Por conseguinte, no caso dos tabuleiros, sendo a festa quadrienal, tanto se pode cumprir a tradição fazendo, como não fazendo.
"Promover Tomar", o outro item, é uma espécie de armazém geral. Cabe lá tudo. Qualquer manifestação serve alegadamente para promover a cidade e o concelho, faltando porém determinar, em cada caso, se pela positiva, ou negativamente. Referindo um caso concreto, está-se mesmo a ver que os erros da organização da edição 2023 dos tabuleiros, na origem das pessoas a palmilharem quilómetros por estradas nacionais sem passeios, ou grupos indo-se embora antes do fim do cortejo, são exemplos flagrantes de promoção negativa.
Na área da previsão de custos/benefícios, reaparece a resposta do homem da gasolina, há duas décadas em Barrancos. Quando perguntado se não havia gasolina super, foi muito alentejano: "Nunca houve!" Já naquela época, era muito mais barato encher o depósito em Espanha, e Barrancos fica encostado à fronteira. Em Tomar também nunca houve previsão de custos/benefícios, crê-se que por dois motivos muito fortes: 1 - Trata-se de gastar dinheiro dos outros, com pouca ou nenhuma preocupação a respeito; 2 - O objectivo evidente dos vários eventos tomarenses é, para os autarcas, comprar votos, e para os funcionários e apoiantes, lamber botas e meter para o bolso (ou adornar o estômago).
Resta o caso da avaliação final, que o jornalista brasileiro propõe que seja externa e independente, e que em Tomar não existe. O que só surpreenderá quem venha de longe e desembarque agora no vale nabantino.  Gente que, na escola ou nos seus empregos anteriores, nunca foi avaliada capazmente, porque as normas oficiais em vigor tal não permitem, é lá capaz de saber como se faz e para que serve. E mesmo que excepcionalmente saiba, tudo fará para evitar ser avaliada/o, pois nada de bom daí viria, no seu entendimento. Prova disso é a sua aversão visceral à crítica, venha de onde vier. E avaliar inclui criticar, ou não se avalia nada de jeito.
Em conclusão, pode ser que em 2025 apareça outra gente, pessoas com outra mentalidade. Capazes de dialogar, sobretudo com quem pensa diferente. Que pelo menos não venham com as duas desculpas miseráveis mais usadas em Tomar: "Não se fez mas os outros que estiveram antes também não fizeram", ou "Os outros ainda são piores". Aquele pessoal dirigente do Hamas também parece pensar assim. É só bazófia. Deve ser da nossa costela árabe. Ou será ideológico?

4 comentários:

  1. Eu faço crítica construtiva e não sou um lambe botas. Este executivo foi excelente na promoção do concelho mas há coisas que a presidente podia evitar, como por exemplo alugar o Mercedes híbrido em troca do Opel Insignia com a desculpa que estava a ficar muito cara a manutenção e que poluía muito, ela disse isto, eu ouvi-a a dizer isto na Hertz. Toda a gente comete erros, mas há erros e erros. Ela não pode dizer aquilo.

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  2. Há muito que defendo ser urgente acabar com esta nomeação do mordomo, que mais não é, que dar palco a amigos. Na minha fraca opinão havia um concurso para mordomo, em que os/as candidatos apresentariam as suas propostas quanto á festa e espetáculos envolventes, tudo numa lógica de custo beneficio, quanto era esperado gastar com a festa, as receitas dos espetáculos, a comparticipação da CMT, e por fim qual o lucro esperado baseado em factos reais e não em especulações, quem apresentá-se o melhor orçamento devidamente auditado por entidade competente seria o Mordomo, quanto á CMT e a cambada da gamela podiam sempre brilhar nas saidas das coroas, afinal isto é uma festa religiosa.

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  3. Carlos Coelho, vai sempre haver uma gamela para os 'porcos' comerem., é o sistema que o impõe. Depois destes hão de vir outros e irão escolher outras pessoas da confiança deles e que os apoiaram. Desde adjuntos, chefes de gabinete,secretários, etc... Obviamente que quem lá está, o PS, jamais iria escolher o professor António Rebelo, que me parece reunir requisitos para a função, para mordomo. Ou o Zé Gaio. É malta deles, e eles são muito unidos. É a democracia e quem quiser tacho que se esforce para isso porque até para se ser tachista é preciso levar jeito, ter talento, e ser mentiroso. Eu não tenho jeitinho nenhum e tenho sido muitissímo prejudicado por isso, quer a nível familiar ou profissional. Eu, muito sinceramente, para ai há une quinze anos ou mais que não dizia uma mentira. Disse uma recentemente porque tinha um indivíduo que me estava sempre a pedir dinheiro e eu ía emprestando quantias pequenas, de 50 a 200 libras. E eu percebi que ele só era meu amigo por causa disso, e tive de lhe mentir para ele me deixar em paz. Eu fiz-lhe para aí uma dúzia de favores e ele fez-me um, foi me buscar ao aeroporto, mas antes disso já me tinha negado outro favor semelhante, e eu até lhe disse: "olha que a amizade é uma coisa com dois sentidos!!! Não pode ser só para um lado!!! Para se chegar a algum lado na política tem de se ser mentiroso. Quem for honesto fica lá pouco tempo.

    Isto tem de levar uma grande volta, e vai levar. Tomar está num estado tal de decadência que vai ter de regredir e muito. Estou curioso para ver o que vai acontecer quando se acabar o dinheiro da UE, se eu ainda cá estiver... já oiço falar nisso e o governo diz que já está a preparar uma almofada financeira para manter o investimento depois do dinheiro acabar. Esta é a primeira legislatura PS em que há a preocupação com as contas certas!!!

    Chamo a vossa atenção que ontem foi a terceira reunião de câmara que a vereadora Rita participou e penso que ainda não abriu a boca, ainda não disse um pio!!! As reuniões estão gravadas e todos podem verificar. Posso estar enganado mas acho que não. Esperava ouvir as ideias dela para Tomar, para a biblioteca, para os mercados, prta a juventude mas até hoje nada, nem uma palavra. Eu como cidadão emigrado tenho uma ideia para Tomar, posso estar errado mas ao menos tenho uma opinião. Esperava que uma pessoa que chegou a vereadora executiva da minha cidade também tivesse ideias e as partilhasse, não as guardasse para ela.

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    1. Vamos fazer votos para que ela continue assim, sem abrir a boca, para bem de todos.
      Acho que é uma estratégia para , como outras pessoas que criticam , não dar ideias boas para a oposição propor em vez do PS.
      Assim ficamos na dúvida se essas ideias são fantásticas e resolveriam todos os problemas ou se não as explicita para evitar que os malandros da oposição as aproveitem.

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