segunda-feira, 9 de outubro de 2023



Política local

Vamos ter drama ou comédia?


Quem sustenta que a história nunca se repete, também acrescenta que, quando tal sucede, se da primeira vez foi drama, da segunda é comédia, ou vice-versa. No caso da algo inopinada saída da nossa presidente, a dois anos do final do mandato, pela própria classificada como "oportunidade", mas a parecer mais uma fuga, devido à inesperada integração numa lista antes adversária, como não pensar no "drama Carrão", já lá vão dez anos?
Representando 15 mil votos, contra menos de 8 mil de Anabela Freitas, que perdeu 785 votos entre 2017 e 2021, António Paiva aproveitou então a oportunidade oferecida pelos fundos europeus, e foi-se para Coimbra.
Deixou obra e cometeu alguns erros, enquanto a presidente socialista está convencida que nunca errou, mas deixou uma herança de esbanjamento, obras ornamentais, festarolas, alergia à crítica e compra de votos. Que se segue?
A António Paiva sucedeu Fernando de Sousa e a este Carlos Carrão, que se espalhou ao comprido em 2013, por excesso de autoconfiança, perante uma lista PS sem programa nem liderança capaz. Como se veio a constatar em 2015, numa purga socialista ainda por explicar. O vice-presidente Serrano e o chefe de gabinete Ferreira, foram empurrados porta fora por quem? Porquê? Para quê?
Oito anos depois, temos na presidência Hugo Cristóvão, da mesma loja maçónica do expulso Ferreira, e como vice Filipa Fernandes, dos eventos e festarolas à borla, mas que custam milhões anualmente. Caso aconteça com Cristóvão, o que sucedeu com Fernando de Sousa, a vereadora da cultura e turismo assumirá a presidência? Será, nesse caso, a próxima cabeça de lista PS, como aconteceu com Carrão e o PSD? Ou Cristóvão vai assumir a herança, aguentar até ao fim, e encabeçar a futura lista PS? Em qualquer dos casos, as perspectivas não parecem muito risonhas para os socialistas. Mas, lá está. Muito depende dos adversários. É como no futebol, por exemplo.
Nem sei,  no momento, qual a minha reacção perante tais hipóteses, considerando que o PSD local ainda está aquém do desejável para uma campanha vencedora. Tiago Carrão é um eleito com qualidades. Empresário da área tecnológica, não depende do Estado e parece ter ideias arejadas estilo europeu. Denota porém proximidade excessiva com a sua antecessora de triste memória, quanto à forma de actuar.
Para tranquilizar aqueles tomarenses "mais por dentro" nestas coisas da política local, conviria que o líder social-democrata local dissesse quanto antes se tenciona ir a votos sozinho ou em coligação, e neste caso com quem. Alguns poderão dizer que ainda é muito cedo, mas é oportuno lembrar que "candeia que vai à frente alumia duas vezes", sendo também útil acrescentar que, em política, o silêncio torna-se cada vez mais pesado.
 

4 comentários:

  1. Para liderar a região de Tomar é minha opinião que os seis acima não dão meio bom !
    Ou seja o melhor seria importar 5 de cá do País ou do estrangeiro pois se vivemos a globalização ,porque não , já que se podia escolher através de vários critérios ( apesar de já estarem arrependidos os decisores para a escolha do secretário geral das Nações Unidas que recaiu em António Guterres fez com que este tivesse sido sujeito a variadíssimos exames ),coisa que aqui é imposta ,ou seja vivemos sempre contrariados !
    Portanto o presente e futuro não augura nada de bom !

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    1. O Tiago Carrão tem muita qualidade e teria o meu voto se eu pudesse votar. Não o poderei fazer porque não sou residente. Mas eu não concordo com as ideias dele, eu não acho que é a câmara que vai estimular o desenvolvimento e a inovação, não acredito nessa coisa das start ups e nos ninhos de empresas, nas incubadoras, etc..isso é o que tem estado a ser feito, vide o espaço co-working da câmara. A empresa do Carrão cresceu e hoje dá emprego a umas 8 pessoas, todos técnicos. Não é qualquer pessoa que é capaz de trabalhar com informática ao nível da programação!!! Ele pode dizer que 8 são melhor do que nada, que vão aparecer dezenas, centenas, milhares de start ups que vão revolucionar tomar e pôr a cidade outra vez no rumo certo mas isso é uma utupia. O que Tomar e o país precisam é que o governo baixe os gastos e os impostos para que as pessoas tenham mais dinheiro no bolso e possam consumir mais e expandir a economia. Eu no Reino Unido pago cerca de 15% de IRS. Em Portugal pagaria 28%!!! É a diferençalll

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    2. Apenas umas linhas, para lhe agradecer este excelente comentário, e aproveitar para esclarecer que entretanto Tiago Carrão mudou a sua empresa para a Barquinha, se não erro. Ignoro quais as causas próximas ou remotas de tal mudança.

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    3. Não tem que agradecer professor, eu gosto de politica, economia, números e de Tomar e para mim é um prazer. Eu sei que ele se mudou para a Barquinha, lá não paga a renda nem a eletricidade. O Professor já deve ter reparado que eu estou muito atento ao que se passa. O projecto dele parece-me a ter qualidade mas a maior parte das start ups falha. Em 10 só sobrevive uma ou duas no máximo. Mas também há malta a fazer websites e marketing digital em Tomar, ele tem concorrência. E ele diz no site dele que tem oito colaboradores mas resta saber em que condições, se estão a tempo inteiro ou não. Ele que diga quanto é que a empresa dele fatura. Eu estou tão atento que vou-lhe contar um segredo: o Carrão tinha na página pessoal dele um artigo com os maiores elogios á Filipa Fernandes, está a ver professor que não sou só eu!!!!, e hoje parecem o cão e o gato!!! É a vida politica, todos querem tacho...

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