quarta-feira, 27 de outubro de 2021

 


Autarquia - Património

VEREADORA PS 

ABANDALHA PATRIMÓNIO TOMARENSE

Já aqui se escreveu sobre boas maneiras, politesse. saber estar e saber dizer, atributos indispensáveis, mas infelizmente raros, nos nossos eleitos e nalguns funcionários superiores. Estava-se porém longe de pensar que o abandalhamento era já tão evidente nalguns casos.
Mão amiga fez-me chegar duas imagens do salão térreo do edifício neo-renascentista da outrora Comissão de Iniciativa e Turismo, agora simples serviços de turismo da autarquia. É vergonhoso o estado a que ali já se chegou. O salão mais lindo e solene do núcleo histórico, logo após o salão nobre dos Paços do concelho, onde foram servidos tantos "Porto de honra", para homenagear visitantes ilustres, está transformado numa mal arrumada repartição pública, que nem sequer permite uma visita capaz. Qualquer turista culto que ali chegue, não poderá deixar de ficar embasbacado com tanto mau gosto e tanta balbúrdia, numa construção nobre com elementos do século XVI.
Sem qualquer necessidade, pois já antes do 25 de Abril ali funcionava a Comissão municipal de turismo, com o respectivo secretariado sob a estrutura que se vê à esquerda, e os visitantes acolhidos num pequeno balcão logo à estrada, também do lado esquerdo.
Ao que se percebe, a maioria PS, no caso a vereadora com o pelouro do turismo e cultura, parece considerar que é dona daquilo, e que portanto ali pode fazer tudo o que lhe apetecer. Praticamente a mesma atitude dos bocheviques, quando invadiram o então Palácio real de Petrogrado, o actual Museu Ermitage, de S. Petersburgo. Ou dos soldados franceses, quando no século XIX estiveram aquartelados no Convento de Cristo, tendo queimado alguns quadros do século XVI para se aquecerem.
O desplante é de tal ordem e o despautério tão evidente que uma de duas: Ou a srª presidente procede no sentido de restituir àquele salão a sua primitiva dignidade; ou terá de se apresentar queixa contra a Câmara junto das autoridades competentes, no caso a DGPC, por manifesto atentado contra o património municipal, que é de todos os cidadãos e como tal deve ser respeitado.
A srª presidente fará o favor de optar, como lhe compete, enquanto representante mandatada de todos os tomarenses.

ADENDA às 12H49 de 28/10/2021

Não queria abordar já esse tema, que vai arrastar se calhar o debate sobre o recheio do 1º andar, mas noblesse oblige: Na origem havia oito cadeiras de couro com pregaria de latão, à volta da mesa grande. A imagem só mostra 6. As duas que faltam ainda estarão no edíficio? Alguém sabe onde estão?
Quanto ao recheio do 1º andar, a colecção de pintura do legado João Martins de Azevedo, com as 4 estações (que, se originais, valem milhões) e obras de Carlos Reis, João Reis, Falcão Trigoso, Martin Maqueda,  Martins Barata e outros, que foi retirada no tempo do PSD, para quando está prevista a sua reposição no Museu municipal João de Castilho? Fala-se tanto de cultura e eventos e um espólio tão importante continua engavetado?

2 comentários:

  1. Sobre as 4 estações - em 2017 do que se lê aqui [https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/21722], estavam em reserva no IPT.

    Sobre o Museu João de Castilho, e outros espólios arqueológicos , fotográficos, documentais, etc também já me interroguei várias vezes, por vezes surgem referências e não se consegue obter mais informação..

    Por exemplo, o Arquivo Fotográfico Silva Magalhães com o apoio do IPT deveria ser digitalizado e de acesso livre - estes conteúdos se acessíveis a toda a gente seriam muito importantes quer seja para fomentar e preservar património, divulgar novos interesses turísticos etc etc..

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    1. Ao que me consta, há dois quadros das 4 estações que ornamentam as paredes dos Paços do concelho. Sem qualquer protecção. Quanto ao espólio João Martina de Azevedo, estará armazenado ali para os lados da Travessa de Gil de Avô. Mas faltam cada vez mais peças, designadamente algumas esculturas. Terão levado o mesmo caminho da colecção de moedas de ouro da Biblioteca Municipal...e do mobiliário da Estalagem, incluindo um piano, que por ser pequeno se rouba e leva com facilidade, como se calcula.

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