terça-feira, 5 de outubro de 2021



Autarquia - Mudança

Não basta uma andorinha 
para anunciar a Primavera

Parece ter causado alguma surpresa o texto anterior, aplaudindo a decisão camarária de alargar os espaços de estacionamento na avenida Nun'Álvares. Como diriam os agora nossos amigos castelhanos, contra os quais se bateu o Condestável do reino, no hay para tanto.
Devem ser comentários despeitados, daqueles que insistem erradamente numa alegada animosidade pessoal entre Anabela Freitas e quem faz este blogue. Manda a verdade dizer que não são propriamente amigos, até devido ao fosso da idade, mas pessoas que mutuamente se estimam, respeitam e consideram. Que são capazes de manter um diálogo civilizado e cordato, sempre e quando necessário. À política o que é da política.
A decisão sobre os espaços de estacionamento é, sem margem para dúvidas, um gesto que vai na boa direcção: ouvir as pessoas, sobretudo as que protestam, reclamam, reivindicam, e fazer aquilo que solicitam. Dentro do razoável, já se vê.
Pode porém tratar-se de algo fortuito, sem continuidade, o que seria lamentável. O derradeiro mandato camarário de Anabela Freitas ainda nem sequer começou oficialmente, e o rol de problemas locais nunca foi tão extenso. A começar pela própria manutenção no poder por parte do PS. Perder 800 votos contra uma lista PSD, que nada recomendava em termos práticos, e teóricos ainda menos, não augura nada de bom para o futuro.
A tentação vai ser grande de continuar à pesca dos fundos de Bruxelas, quer convenham ou não, para o desenvolvimento da cidade e do concelho. Permitem mostrar obra, a eleitores cuja esmagadora maioria não entende que uma coisa é investir na produção de mais-valia resultante de trabalho produtivo. Outra, bem diferente e nefasta, é o investimento que apenas ornamenta, provocando futuros encargos fixos. As tais obras de fachada, tipo Várzea grande ou Complexo cultural da Levada, por exemplo.
Para quem tenha mundo que lhe permita comparar, a crise tomarense é muito grave e resulta justamente da falta de investimento produtivo e de políticas capazes de atrair esse investimento. Falta agora saber, após a acertada decisão sobre as condições de estacionamento na avenida Nun'Álvares, se Anabela Freitas percebeu finalmente o mundo em que vive, ou se, pelo contrário, se tratou apenas de um foguete feliz, a anunciar a continuação do "sempre em festa e o resto que se lixe". Incluindo os eleitores socialistas, que não são todos tão lerdos como por vezes parece. Não é assim, José Rogério?!

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