quarta-feira, 20 de outubro de 2021

 



Hotel Vila Galé - Santa Iria

"Num habia nexexidade!"

Em mais umas declarações exclusivas à rádio oficial da autarquia, a nossa simpática presidente da Câmara, agora no início do seu mandato final, fala de investimentos privados  em Tomar, e acaba por atropelar mais uma vez a verdade, no caso do Convento de Santa Iria.
Segundo afirmou, a empresa hoteleira Vila Galé perspectiva a abertura do novo Hotel Vila Galé - Santa Iria para Abril de 2023: https://radiohertz.pt/tomar-grupo-vila-gale-aponta-a-abril-de-2023-para-que-o-hotel-que-nasce-do-convento-de-santa-iria-e-do-antigo-colegio-feminino-seja-uma-realidade-c-vGalé
Sucede que tal afirmação do grupo hoteleiro, a ter existido, deixou de ser actual. O próprio responsável máximo, Rebelo de Almeida, disse à Lusa algo bem diferente: Vila Galé tenciona arrancar com o projecto no 2º trimestre de 2022:
Não é bem a mesma coisa. Nem algo parecido. Um hotel de 100 quartos não se edifica num ano, nem perto disso. Sobretudo naquele tecido urbano complexo. Um edifício residencial equivalente demora em geral dois anos. Agora imagine-se um hotel, com mais as complexidades inerentes (equipamento, mobiliário, decoração, segurança...)
Acresce haver para já uma providência cautelar em vigor, que suspende obrigatoriamente os trâmites do processo concursal, até à decisão final. Uma vez que a entidade competente -o Tribunal administrativo e fiscal de Leiria- não se distingue pela celeridade das suas doutas decisões, já será muito bom se houver Vila Galé-Tomar para as autárquicas de 2025, o que encantará  decerto o previsível candidato Cristóvão. Que merece.
E nem se poderá vir a dizer que foi uma surpresa. A Estalagem de Santa Iria, encerrada desde 2018, e cujas obras de remodelação deviam arrancar em Abril deste ano, segundo declarou oportunamente Hugo Cristóvão, continua a aguardar melhores dias. Por causa da pandemia, bem sei. 
Só me falta ainda apurar o que terá levado a empresa "Sólido favorito", de Leiria, titular do direito à concessão da estalagem, a alterar o nome da empresa para "Era uma vez em Tomar", (um nome a lembrar filmes do velho oeste americano), antes de a vender a dois empresários de Tomar, um deles da sociedade "Ninho do Falcão". Terá sido também por causa da pandemia? Uma agradável recordação de Tomar e da sua burocracia municipal?
Tendo em conta esta conjuntura, o que leva uma eleita, dispondo de maioria absoluta e perante uma oposição dócil, a atropelar a verdade? Com que finalidade? Já a pensar nas legislativas de 2023, às quais consta que vai concorrer?
Como diria o saudoso Diácono Remédios, no seu galego aportuguesado, "Num habia nexexidade!"  

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