terça-feira, 26 de outubro de 2021

 


Política local - Resultados eleitorais - Abstenção

Os estragos da governação socialista

Reina alegria e há contentamento nas hostes socialistas em Tomar. É natural e aceita-se. Pela primeira vez conseguem três mandatos seguidos. Há também sinais evidentes de triunfalismo bacoco, tipo "ganhar o campeonato", de todo inaceitáveis numa democracia madura. Até porque não houve triunfo nenhum.
Aconteceu apenas algo que só é possível em pequenas cidades decadentes, cujos cidadãos mais aptos já se foram. Três vezes seguidas, não apareceu nenhuma candidatura capaz de fazer frente à do PS. Em 2021 foi de tal forma evidente, que até meteu dó. A lider da principal lista recusar-se a debater frente a frente com a incumbente, é algo que não lembra ao Diabo, mas aconteceu em Tomar. Se calhar por causa da humidade proveniente do Nabão. Gera-se um nevoeiro que oculta muita coisa.
Agora em tempos mais calmos, pareceu útil tentar pôr as coisas "en su sítio", como dizem os castelhanos. Não foi nada fácil, pois o modelo eleitoral que temos foi arquitectado para embarrilar os cidadãos. Prova disso é que mesmo os resultados das urnas são publicados de forma assaz curiosa. Não indicam, por exemplo,  a percentagem de abstenção. Apenas a participação. O que obriga depois a subtrair essa percentagem do total de inscritos, para obter a taxa de abstenção. Foi o que se fez, e aqui vão os resultados, freguesia a freguesia:

CONCELHO DE TOMAR

Percentagem de abstenção - Eleição da Câmara Municipal

Freguesias...........................................2009..........2013........2017........2021

Além da Ribeira - Pedreira.................33,90%......33,66%....37,08%....39,65%
Asseiceira..........................................39,43%......46,30%.....42,00%....46,82%
Carregueiros......................................33,24%......41,78%.....43,60%....37,86%
Casais e Alviobeira.............................37,16%......47,03%....41,62%....41,94%
Madalena e Beselga...........................37,85%......44,03%....41,26%....45,42%
Olalhas...............................................39,24%......49,02%.....41,41%....41,94%
Paialvo................................................43,70%......44,81%.....43,77%...42,58%
Sabacheira.........................................36,38%......34,34%.....36,46%....41,46%
Serra e Junceira.................................38,32%......38,61%.....38,04%...45,72%
S. Pedro..............................................42,56%......46,29%....44,06%....44,75%
S. João e Santa Maria........................44,21%......50,41%.....45,13%....50,59%

CONCLUSÕES

1 - São dados oficiais, que podem ser consultados no site do MAI. Não se trata portanto de opiniões de quem escreve. São factos.
2 - Antes da primeira candidatura de Anabela Freitas, só três freguesias (Paialvo, S. Pedro e S. João/Santa Maria) estavam na casa dos 40% de abstenção. Oito anos mais tarde estão lá todas, menos Além da Ribeira-Pedreira e Carregueiros. dois mil eleitores inscritos, num total de 32 mil.
3 - A freguesia urbana, de longe a maior do concelho em termos de população, com metade dos eleitores inscritos, é também a que regista a maior percentagem de abstenção. Em 8 anos aumentou 6 pontos percentuais.  Metade da população da sede do concelho não votou nas autárquicas de 2021. Terá sido por falta de transporte, apesar do desastre financeiro dos TUT?
4 - Convinha que a maioria PS fosse capaz de descer do pedestal imaginário onde julga estar, e após leitura dos dados supra, agisse em conformidade.
5 - Fica assim demonstrado que os eleitores nabantinos têm cada vez menos paciência para aturar políticos toscos.
6 - Não é um dado adquirido que em 2025 o PSD volte a apresentar uma lista tão fraca como a deste ano, que nem luta chegou a dar.de tão fraca que era e é.
7 - A desculpa usual, que consiste em dizer que nos outros concelhos acontece o mesmo, não colhe e apenas revela uma boa dose de parvoíce. É como aquela da população que dizem migrar para a faixa costeira, e depois vai-se a ver, na dita faixa a população também é cada vez menos. Em que ficamos afinal?

1 comentário:

  1. Destes dados, também vejo que a mobilização é maior nas freguesias mais carenciadas, mais longe da urbe. São porventura os que mais sentem na pele a dificuldade de não terem acesso a uma vida condigna (falta de água, esgotos, resíduos, etc etc), mesmo pagando os mesmos impostos e taxas

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