sexta-feira, 29 de outubro de 2021

 


Crise política - Situação local - Futurologia

E AGORA?

Dizia um muito citado jogador de futebol que "prognósticos só no fim do jogo". Provavelmente ignorava que prognosticar é prever, antever, adivinhar, o que torna impossível a afirmação que produziu. Não se pode prever, antever ou adivinhar, algo que já aconteceu. Só simulando, e para rir.
Também é certo que a previsão é algo muito falível, sobretudo na área política. Que o diga o autor destas linhas, cujas previsões aquando das recentes autárquicas saíram completamente furadas. Não acertou uma! Ou quase. Mas também, numa terra em que a líder da principal lista da oposição recusa debater frente a frente com a líder incumbente, estavam à espera de quê? Em Tomar  é quase tudo de 8 ou 80. Ou demasiado previsível, ou totalmente indecifrável. Pois se até o Gualdim, que nos concedeu o primeiro foral municipal, está de costas voltadas para a Câmara, e com o escudo a proteger-lhe a base do corpo...
Feitas assim as necessárias reservas iniciais, vem a pergunta inevitável nos tempos que correm: E agora? Contrariando o expectável por ocasião das recentes autárquicas, o governo está preso por arames, a AR vai ser dissolvida e vamos ter eleições legislativas, lá para o final de Fevereiro, na melhor das hipóteses. O presidente Marcelo quer dar ao PSD tempo para arrumar a casa antes de irmos a votos.
Enquanto isto, em Tomar há eleitos com sérios problemas dilemáticos. Não no PSD, que por aí não parece haver grandes oportunidades. Relvas foi-se, não volta, e não parece ter deixado herdeiros. Mas no PS nabantino, que agora lidera a nível distrital, graças ao sagaz deputado Hugo Costa, é bem possível que possam avançar duas candidaturas em lugares elegíveis. Além do actual deputado, fontes geralmente bem informadas garantiram-me no mês passado, que Anabela Freitas ia ficar apenas meio mandato, pois integraria a lista para a AR em 2023. O que faz todo o sentido, tratando-se do seu último mandato municipal, e para não ficar a ver os peixes no Nabão, a partir de 2025. As coisas são o que são.
Uma vez que as eleições previstas para 2023 vão ter lugar no início de 2022, a confirmar-se a candidatura e posterior eleição de Anabela Freitas, é quase certo que optará pela AR, deixando as rédeas do poder local ao seu vice Hugo Cristóvão. 
Bom ou mau para Tomar? O actual vereador tem muito mais mundo que a sua presidente, porém menos experiência de vida. Nunca constituiu família, nem tem filhos. Mas é músico amador. Estudou e sabe ler solfejo, qualidade assaz útil e rara nos tempos que correm, nas margens nabantinas. É verdade que na política a música é outra, mas mesmo assim ajuda sempre ter a noção dos sons e do ritmo, habilidade que não está ao alcance de todos.
Tudo bem portanto? Nem tanto. É verdade que será uma excelente ocasião para arranjar finalmente uma ideia global substantiva e marcante para Tomar, coisa que actualmente tanta falta faz, na maioria PS como na oposição. Mas o sectarismo, a intolerância e a aversão à crítica frontal, à maneira de Pedro Nuno Santos, podem deitar tudo a perder. 
A confirmar-se a alteração, oxalá Cristóvão consiga exorcizar os seus demónios de juventude, grandes obstáculos a que possa vir a ser um excelente presidente de Câmara, talvez mesmo o melhor de todos até ao presente.
Vamos a isso?

5 comentários:

  1. Eu não entendo o António Rebelo. Então critica ferozmente este executivo e ainda diz que não é um ataque pessoal a Anabela Freitas, logo está a criticar todo o executivo e elogia o número 2!!!!! Não o entendo!!!

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  2. A abrir permita-me uma correcção. Não critico ferozmente ninguém. O animal feroz era o outro, que mora agora lá para a Ericeira. Eu limito-me a opinar serenamente, mas com verticalidade, sendo certo que a verdade magoa quase sempre.
    A seguir, julgo útil acrescentar que nunca fiz nem faço ataques pessoais. Procuro ficar sempre nos limites da divergência política, mantendo um bom relacionamento social. Se nem sempre consigo, é por falta de habilidade e nunca intencional.
    A fechar, sei bem que a interpretação que prevalece é sempre a do leitor/ouvinte, mas mesmo assim não consigo ver onde é que o Helder foi descobrir que eu elogio o nº 2. Limitei-me a escrever aquilo que me pareceu e parece ser a verdade possível.
    Sugerir a alguém que procure afastar os seus demónios mais óbvios, é um elogio?

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  3. O afastamento geografico dá nisto...

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    1. Olhe que talvez o afastamento geográfico não tenha nada a ver com isto.
      Não será antes a manifesta inépcia da oposição que temos tido?

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  4. Anabela Freitas na tomada de posse (sim, naquela em que lançou que os objetivos do seu mandato era mais habitação e recuperar 500m da margem direita do rio), rematou com algo assim: "garanto-vos que não temo o futuro e tudo o farei para o merecer"

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