Crise política - Situação local - Futurologia
E AGORA?
Dizia um muito citado jogador de futebol que "prognósticos só no fim do jogo". Provavelmente ignorava que prognosticar é prever, antever, adivinhar, o que torna impossível a afirmação que produziu. Não se pode prever, antever ou adivinhar, algo que já aconteceu. Só simulando, e para rir.
Também é certo que a previsão é algo muito falível, sobretudo na área política. Que o diga o autor destas linhas, cujas previsões aquando das recentes autárquicas saíram completamente furadas. Não acertou uma! Ou quase. Mas também, numa terra em que a líder da principal lista da oposição recusa debater frente a frente com a líder incumbente, estavam à espera de quê? Em Tomar é quase tudo de 8 ou 80. Ou demasiado previsível, ou totalmente indecifrável. Pois se até o Gualdim, que nos concedeu o primeiro foral municipal, está de costas voltadas para a Câmara, e com o escudo a proteger-lhe a base do corpo...
Feitas assim as necessárias reservas iniciais, vem a pergunta inevitável nos tempos que correm: E agora? Contrariando o expectável por ocasião das recentes autárquicas, o governo está preso por arames, a AR vai ser dissolvida e vamos ter eleições legislativas, lá para o final de Fevereiro, na melhor das hipóteses. O presidente Marcelo quer dar ao PSD tempo para arrumar a casa antes de irmos a votos.
Enquanto isto, em Tomar há eleitos com sérios problemas dilemáticos. Não no PSD, que por aí não parece haver grandes oportunidades. Relvas foi-se, não volta, e não parece ter deixado herdeiros. Mas no PS nabantino, que agora lidera a nível distrital, graças ao sagaz deputado Hugo Costa, é bem possível que possam avançar duas candidaturas em lugares elegíveis. Além do actual deputado, fontes geralmente bem informadas garantiram-me no mês passado, que Anabela Freitas ia ficar apenas meio mandato, pois integraria a lista para a AR em 2023. O que faz todo o sentido, tratando-se do seu último mandato municipal, e para não ficar a ver os peixes no Nabão, a partir de 2025. As coisas são o que são.
Uma vez que as eleições previstas para 2023 vão ter lugar no início de 2022, a confirmar-se a candidatura e posterior eleição de Anabela Freitas, é quase certo que optará pela AR, deixando as rédeas do poder local ao seu vice Hugo Cristóvão.
Bom ou mau para Tomar? O actual vereador tem muito mais mundo que a sua presidente, porém menos experiência de vida. Nunca constituiu família, nem tem filhos. Mas é músico amador. Estudou e sabe ler solfejo, qualidade assaz útil e rara nos tempos que correm, nas margens nabantinas. É verdade que na política a música é outra, mas mesmo assim ajuda sempre ter a noção dos sons e do ritmo, habilidade que não está ao alcance de todos.
Tudo bem portanto? Nem tanto. É verdade que será uma excelente ocasião para arranjar finalmente uma ideia global substantiva e marcante para Tomar, coisa que actualmente tanta falta faz, na maioria PS como na oposição. Mas o sectarismo, a intolerância e a aversão à crítica frontal, à maneira de Pedro Nuno Santos, podem deitar tudo a perder.
A confirmar-se a alteração, oxalá Cristóvão consiga exorcizar os seus demónios de juventude, grandes obstáculos a que possa vir a ser um excelente presidente de Câmara, talvez mesmo o melhor de todos até ao presente.
Vamos a isso?
Eu não entendo o António Rebelo. Então critica ferozmente este executivo e ainda diz que não é um ataque pessoal a Anabela Freitas, logo está a criticar todo o executivo e elogia o número 2!!!!! Não o entendo!!!
ResponderEliminarA abrir permita-me uma correcção. Não critico ferozmente ninguém. O animal feroz era o outro, que mora agora lá para a Ericeira. Eu limito-me a opinar serenamente, mas com verticalidade, sendo certo que a verdade magoa quase sempre.
ResponderEliminarA seguir, julgo útil acrescentar que nunca fiz nem faço ataques pessoais. Procuro ficar sempre nos limites da divergência política, mantendo um bom relacionamento social. Se nem sempre consigo, é por falta de habilidade e nunca intencional.
A fechar, sei bem que a interpretação que prevalece é sempre a do leitor/ouvinte, mas mesmo assim não consigo ver onde é que o Helder foi descobrir que eu elogio o nº 2. Limitei-me a escrever aquilo que me pareceu e parece ser a verdade possível.
Sugerir a alguém que procure afastar os seus demónios mais óbvios, é um elogio?
O afastamento geografico dá nisto...
ResponderEliminarOlhe que talvez o afastamento geográfico não tenha nada a ver com isto.
EliminarNão será antes a manifesta inépcia da oposição que temos tido?
Anabela Freitas na tomada de posse (sim, naquela em que lançou que os objetivos do seu mandato era mais habitação e recuperar 500m da margem direita do rio), rematou com algo assim: "garanto-vos que não temo o futuro e tudo o farei para o merecer"
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