quinta-feira, 21 de outubro de 2021

 


ENTRE VINHOS E LAZER, “GALA VINHOS DO TEJO 2021” VEIO HOMENAGEAR O MELHOR DA REGIÃO

Economia - Política local

Bem prega Frei Rogério...

Na sua prosa alvo da crónica anterior, o irmão Rogério aconselha a maioria socialista na autarquia, caso queira restaurar a esperança,  a "Priorizar a reindustrialização, para além das empresas tecnológicas, ajudar a agricultura e a silvicultura, bem como estimular a actividade turística, ultrapassando a lógica das "festarolas", que esbanjam recursos e não acrescentam mais-valia."
Mais ou menos na mesma ocasião em que Rogério assim escrevia, a srª presidente da Câmara não comparecia sequer na Gala dos vinhos do Tejo 2021, apesar de convidada e da presença da ministra da Agricultura (ex-presidente da Câmara de Abrantes) e de vários autarcas da região. Alegou que era o aniversário do filho. Mas para onde vai o concelho, para onde vão os tomarenses, se os aniversários de familiares dos eleitos são mais importantes que as homenagens aos cada vez mais raros empresários privados da região?
Torna-se assim cada vez mais claro que à câmara de Tomar só interessam três categorias de cidadãos: funcionários públicos, sobretudo municipais, pensionistas e  subsidiodependentes. Os outros que se vão amanhando conforme puderem. Parecem-me portanto condenados ao fracasso os apelos bem intencionados e cheios de bom senso do irmão Rogério.
Convencidos de que estão no caminho certo, e que têm o apoio da população, uma vez que venceram as eleições, só lhes interessa alcançar o final do mandato, que para a líder é o último. Assim, em vez de admitirem que não têm planos nem sabem tudo,  e por isso solicitarem ajuda, fazem exactamente o oposto. Recusam qualquer achega, por mais oportuna e consensual que possa ser. 
Tornar a Festa dos tabuleiros rentável? Para quê? O que interessa é continuar a controlar a sua realização. Os contribuintes pagam tudo.
Resolver problemas, cada vez mais graves, ligados ao acolhimento dos turistas em geral? Só nos interessam os visitantes que fiquem pelo menos duas noites. Os outros que vão à vida. Não queremos "turismo de pé descalço".
Arranjar soluções para o estacionamento automóvel? Quem tem carro, também tem dinheiro para pagar garagem ou parque. 
E assim sucessivamente. Quem vier a seguir que trate se quiser das apregoadas estruturas que fazem cada vez mais falta. Vivam as obras ornamentais! Vivam as festarolas à custa dos contribuintes! Tomar sempre em festa! Vivá cultura musical!
Donde a minha descrença. Mas concordo parcialmente com José Rogério. Convém conceder sempre o benefício da dúvida, pelo que oxalá esteja enganado e o meu pessimismo seja  injustificado. Tomar só terá a ganhar. E ganhando Tomar, ganhamos todos. Até a sacrificada relva do Mouchão!

2 comentários:

  1. Mas as festarolas, desde que tenham qualidade e parece-me que têm sido o caso, são muito importantes para o turismo. Os turistas não vêm só ver o convento ou as igrejas. Eu não consigo entender o raciocínio do José Rogério quando ele diz que é preciso priorizar a reindustralização, para além das tecnológicas, além da agricultura, silvicultura, pecuária, etc..., porque isto não faz sentido, ele não especifica um rumo ou alvos específicos, ele dispara para todo o lado!!!!

    Aquilo que aparecer e tiver qualidade é para apoiar. A própria presidente já admitiu que não faz sentido dizer que se prioriza as empresas de tecnologia, o que aparecer é bem vindo. Agora se existem pessoas com conhecimento e sensibilidade para ver se os projectos que aparecem têm pernas para andar e se merecem apoio já é outra conversa. Já dei aqui o exemplo da Platex, a presidente apareceu na Hertz toda lampeira a dizer que primeiro havia um investidor, depois já eram dois, depois, eles que não se conheciam, já iam em conjunto!!! Nada disto faz sentido!!!! Eu por acaso tenho um familiar que foi despedido da Platex e falei com essa pessoa e parece que haviam realmente pessoas interessadas naquilo, eu tinha dúvidas mas parece que era verdade. Agora será que se pode considerar essa(s) pessoa(s) um investidor? Se sim porquê tanto segredo, porquê não se sabe quem eram essas pessoas? Se aparecesse um investidor credível porque razão o administrador de insolvência não aceitaria??? E temos de salientar que a presidente veio para a Hertz anunciar que haviam interessados sem os mencionar o que é lamentável....

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    1. Caro Helder Silva:
      Obrigado por mais este seu comentário. Debater é sempre importante e sem a participação dos leitores não pode haver debate.
      O amigo José Rogério decerto que responderá à parte em que é mencionado, e não me consta que precise de advogado. Vou portanto limitar-me à questão das festarolas, "muito importantes para o turismo", na sua opinião.
      O turismo tornou-se pouco a pouco numa indústria tão vasta e complexa, que cabe lá praticamente tudo. Este caso das festarolas, um elemento da chamada animação turística, é um bom exemplo da confusão que por aí vai.
      Para que qualquer festa ou outro evento possa atrair turistas em quantidade e qualidade, tem de reunir um conjunto de pelo menos três características ligadas -anunciada com muita antecedência, qualidade acima de qualquer dúvida, realização pelo menos anual. Anunciada com muita antecedência para que os futuros turistas possam programar a vinda, pois é grande a oferta; qualidade acima de qualquer dúvida, para que haja vontade de programar por parte de quem tem mundo; realização pelo menos anual, porque sem isso não se entra na calendarização dos grandes operadores turísticos, que canalizam o ambicionado turismo de qualidade.
      Sucede que as festarolas do verão passado, que contribuiram para destruir boa parte do Mouchão, não tinham nenhuma dessas características, pelo que quando muito atrairam visitantes dos arredores. Daqueles que não comem nem dormem. Só bebem e sujam.
      Alguns outros que possam ter assistido, fizeram-no por mero acaso. Não sabiam de nada. Iam a passar e ouviram a música.
      Em conclusão, as festarolas à moda de Tomar são muito úteis para distribuir subsídios pelos amigos, para comprar votos e para tentar enganar os tomarenses mais toscos, que são muitos. Para atrair turistas de qualidade, daqueles que vão para os hotéis e restaurantes locais, não valem nada. Como julgo ter demonstrado.

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