sábado, 23 de outubro de 2021

 


Política local - Executivo camarário

Um simples penduricalho incómodo

A política em geral é bastante complexa e difícil de interpretar, mas a sua versão nabantina nem tanto. O que não impede falhanços monumentais na área das previsões. Nunca considerei, por exemplo, que a demasiado evidente compra massiva de votos chegasse para garantir ao PS uma vitória comparável à de 2017. Mas também é verdade que, contra toda a lógica política, o PSD local fez o máximo para perder, e conseguiu. Já noutros concelhos, onde apresentou candidatos capazes e se portou à altura, venceu com todo o mérito. A começar por Lisboa.
Seja porque também esperava perder, ou porque já está apostando noutro caminho fora da autarquia, Anabela Freitas vem acumulando erros sobre erros, o que não era nada habitual nela. Logo na formação da lista, colocou Anabela Estanqueiro em 4º lugar, um modo pouco diplomático de mostrar a porta de saída a Helder Henriques, despromovido para 5º.
Porque não percebeu, ou simulou não perceber, o simpático vereador manteve-se firme, na boa postura de militar que é. Inviabilizada a candidatura de Anabela Estanqueiro, por manifesta incompatibilidade,  Helder Henriques lá conseguiu recuperar o 4º lugar na lista e acabou eleito.
Foi porém sol de pouca dura. Confirmando a intenção de arredar o vereador, a srª presidente acaba de lhe atribuir apenas o pelouro dos cemitérios e  serviços veterinários, retirando-lhe assim na prática todos os outros que teve no mandato anterior (mercados e feiras, parques e jardins, higiene e limpeza, por exemplo).
O que terá levado Anabela Freitas a arredar de facto um elemento que foi importante para a vitória em 2017, no âmbito do acordo celebrado com os IpT, e que, de acordo com a opinião pública, não foi pior que os outros? O que conduz um ilustre oficial superior do exército a aceitar mais este enxovalho público em termos de imagem, que o transforma aos olhos dos eleitores num simples penduricalho,  incómodo para a maioria PS? Ainda não entendeu que, para com ele, a presidente passou paulatinamente de Anabela a AnaBALA? Só falta apurar porquê. Mas já há murmúrios...
Aguardemos os próximos episódios da novela autárquica.

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