sexta-feira, 15 de outubro de 2021

 

A nova sede do poder municipal tomarense?

Política local - Eleitos

A comédia da política-espectáculo

Tomam hoje posse os candidatos tomarenses eleitos a 26 de Setembro. Na qualidade de eleitor concelhio, desejo a todos boa sorte, que bem precisam. Numa atitude que diz muito sobre o seu posicionamento na sociedade tomarense, Anabela Freitas marcou o acto para o palco do cine-teatro. É no meu entender uma estranha opção, uma vez que o salão nobre dos Paços do concelho (sede do poder autárquico) não existe para outra coisa. Temos portanto uma clara opção pela política-espectáculo. Faço votos para que a comédia não venha a virar tragédia. E só nos fica assim a faltar a opção oposta, uma sessão com o "Sim, sr. ministro", pelo Fatias de cá, no Salão nobre da câmara, sob a cruz da Ordem de Cristo, que está na origem da actual urbe. É para quando?
A difusão em directo das sessões da Assembleia municipal, bem como o evidente controlo de quase toda a informação local, tornaram o exercício do poder autárquico bem mais fácil para os seus titulares, mas contribuíram ainda mais para o afastamento do eleitorado. Quem alguma vez conseguiu coragem para assistir, presencialmente ou via NET, a uma sessão da Assembleia municipal, ou nunca mais ousará repetir, ou é um masoquista em último grau. Isto porque já assisti a funerais mais animados do que algumas sessões da AM.
Como bem sabemos, a generalidade da população tomarense pouco ou nada diz na área política. Não por ser naturalmente calada. Apenas porque nada têm para dizer, devido a carências várias, entre as quais avultam a falta de hábito discursivo, e a incapacidade para produzir textos.
É também do conhecimento geral que os eleitos locais se têm em alta conta, e nalguns casos dispõem de egos maiores que a torre de S. João. Conviria por isso que os da maioria PS começassem por um exercício de humildade, recordando que entre 2017 e 2021 perderam 795 votos para o executivo e 1040 para a AM. Pouca coisa? Sempre são 10%, que se afastaram de um poder que foi eleito por pouco mais de 25% dos eleitores inscritos.
Quanto ao eleitorado tomarense, seria bem útil e proveitoso que se deixassem de "benfiquismos" em relação ao poder local, e respondessem honestamente a duas perguntas bem simples: Tomar está melhor agora que há 8 anos? Os tomarenses vivem melhor agora que em 2013?
No fim do mês, as contas pagam-se com euros. Não com ilusões, promessas ou clubismos doentios.

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