quarta-feira, 13 de outubro de 2021

 

Imagem Tomar na rede, com os nossos agradecimentos

Política local - Autarquia - Planeamento

Sem planeamento adequado não vamos longe

Segundo o Tomar na rede, único órgão informativo local ainda com alguma autonomia, há polémica, gerada pela proibição de trânsito automóvel na via entre o ex-estádio e o ex-parque de campismo, conforme pode ler aqui:Câmara e PSP impedem estacionamento junto ao estádio municipal | Tomar na Rede
Neste caso da circulação de veículos à volta do ex-estádio, numa via propositadamente estreita e sem passeios, estamos perante mais um episódio tipicamente tomarista. Contesta-se um pormenor, sem ter em conta o respectivo enquadramento, assim se caindo rapidamente numa série de falsas questões. Vejamos.
Na origem, todas as câmaras, tinham como competências a justiça em todo o concelho (dai o termo comarca), as autorizações de residência, comércio e artesanato, o "ir e vir", mais tarde trânsito, o fornecimento de água e depois também da luz, a limpeza, o saneamento e a recolha dos detritos domésticos, as licenças de construção, os cemitérios, os parques e jardins.
Pouco a pouco, a nossa autarquia foi-se desfazendo de todas essas tarefas mais fastidiosas e menos sumarentas, por razões óbvias. Ficou praticamente só com o urbanismo, as obras municipais, o trânsito e o estacionamento. Este último por um triz, pois António Paiva, que é da Trofa, mas parece ser de Olhão e jogar no Boavista, ainda celebrou um convénio com a Bragaparques, que infelizmente se malogrou e bom dinheiro nos custou. Adiante...
Temos assim a Câmara encarregada do trânsito e estacionamento na cidade e no concelho, quando manifestamente não dispõe de gente com arcaboiço para tanto. Nem eleitos nem funcionários, por mais superiores que sejam E sucedem-se a cenas caricatas e/ou pouco edificantes. Proibe-se, por exemplo, o trânsito num troço junto ao ex-estádio, para forçar os automobilistas a pagar no parque de estacionamento anexo, quase sempre às moscas ou perto disso, para assim conseguir mais umas centenas de euros para os cofres camarários. Mas paralelamente montam-se eventos, sobretudo musicais, que custam milhares de euros, sem que se cobrem entradas, apesar de se emitirem bilhetes de controlo, por causa da pandemia e para agradar aos amigos. Coerência, onde estás? Poupança? Que é isso? Equidade? Equi... quê?
Os dois parques de estacionamento coberto foram uma herança envenenada de António Paiva, dadas as circunstâncias, mas isso não justifica a manifesta incapacidade da câmara para os gerir adequadamente, em conjunto com toda a área citadina. Se houvesse pelo menos alguma coerência...
Um dos comentadores da notícia acima citada refere, com razão, os abusos de estacionamento em cima dos passeios aos fins de semana, designadamente junto aos correios e ao Hotel dos templários, sem qualquer reacção da PSP. Ao contrário do que acontece durante a semana, com os residentes, que são logo multados. Dois pesos e duas medidas. Terra madrinha e terra madrasta.
Há também os muitos turistas que visitam o Convento, mas já não vêm à cidade, por saberem de antemão que não há estacionamento adequado, nem gratuito nem a pagar, assim  prejudicando, sem disso se darem conta, as unidades hoteleiras. Quem não desce à cidade por falta de estacionamento, também não vai ao restaurante, nem nela pernoita pela mesma razão.
É portanto urgente, na minha tosca maneira de ver, que a maioria PS encare as coisas como elas são mesmo, e consiga quanto antes um plano local de turismo, capaz de resolver os problemas do trânsito, do estacionamento e das visitas. A médio prazo. Porque a longo prazo estaremos todos no cemitério, ou num elegante pote de cinzas.
Há porém que ter cuidado. Não celebrem mais nenhum ajuste directo do tipo daquele para a candidatura dos tabuleiros a património mundial. Se o fizerem, vai ser pior a emenda que o soneto. Porque haverá agravamento em vez de solução dos problemas. Têm mais 4 anos para pensar no assunto. Sendo certo que em 2025, como diz o palhaço Tiririca, ilustre deputado brasileiro, "pior do que está não fica."

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