terça-feira, 19 de outubro de 2021

 


Política local

O PSD a colher 
a fruta que tem semeado

A recente eleição do presidente da AM já tinha permitido antever a miséria política a que os tomarenses vão assistir durante os próximos quatro anos, com consequências porventura irremediáveis nalguns sectores, tanto para cidade como para o concelho. Com o PS sem maioria naquele órgão do município, o seu candidato, o deputado da nação Hugo Costa, foi eleito logo à primeira tentativa e com confortável maioria, dadas as circunstâncias. Que se passou? 
O PSD também apresentou uma lista, com João Tenreiro à cabeça, que foi "carne para canhão", apesar do arcaboiço político do líder. Sacrificada, como tributo para pagamento das asneiras cometidas pela liderança laranja antes e durante a campanha eleitoral.
Agora, na Freguesia urbana, repetiu-se a mesma música. Com o PS em minoria, o CDS aceitou dar uma ajudinha, fornecendo o voto indispensável. Bofetada de luva branca no PSD, que recusou uma coligação pré-eleitoral, sem nunca ter explicado porquê aos eleitores. Cá se fazem, cá se pagam,. 
Tivemos assim um quadro bem pitoresco no executivo da freguesia. Os vencedores conseguiram 7 votos (6 PS + 1 CDS), mas não houve votos contra. Os laranjas e o Chega votaram branco, vá-se lá saber porquê, no complicado tabuleiro partidário tomarense.
Resta o executivo camarário, onde vai ser praticamente impossível qualquer surpresa. O PS tem maioria absoluta e oito anos de experiência, mas não tem programa, nem planos consequentes e adequados. O PSD, por sua vez, não tem líder capaz, nem programa, nem experiência. Não se vislumbra portanto o que possam vir a fazer, para além de acompanharem a procissão, eventualmente segurando alguns cordões dos sucessivos pendões escolhidos pelos socialistas.
A única hipótese susceptível de dar alguma credibilidade e protagonismo aos eleitos laranja, seria a renúncia imediata de Lurdes Ferromau, que assim reconheceria publicamente a desgraça que tem sido a sua liderança. Não o tendo feito, resta-lhe agora outra hipótese de salvação. Solicitar à maioria PS a instalação de um fio de aço, esticado entre a torre de S. João e uma das janelas sacadas dos paços do concelho. Depois é só pegar na indispensável vara de alumínio e lançar-se ao trabalho, subindo o arame sem rede. 
Falta-lhe coragem para tanto? Pouco importa. Quer queira, quer não, é metaforicamente aquilo que a espera, enquanto se mantiver no executivo e na liderança laranja no vale do Nabão. Em risco de queda mortal a qualquer momento. Como é bem sabido, na política não há gratidão. E na política tomarense muito menos.

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