Festa do tabuleiros - autarquia - UNESCO
FESTA DOS TABULEIROS
NO PATRIMÓNIO MUNDIAL DA UNESCO?
É bem sabido, sobretudo pelos profissionais da informação local, que a actual maioria autárquica PS, (que será também a futura), gosta tanto de informação e transparência, como o autor destas linhas de água gelada para tomar banho no inverno. Assim sendo, apenas foi possível saber que houve uma candidatura da Festa dos tabuleiros a Património mundial da UNESCO, porque Tomar na rede encontrou um ajuste directo, no montante de 75 mil euros mais IVA, de publicação obrigatória, no portal respectivo. Foi no primeiro semestre de 2019.
Durante a edição da Festa grande desse mesmo ano, andou por aí um doutorando do professor alentejano titular do ajuste directo a fotografar e fazer perguntas. Seguiu-se um silêncio profundo. Até agora.
Dado que, para submeter a candidatura da Festa dos Tabuleiros à UNESCO, é indispensável a sua prévia inscrição no Inventário nacional do património imaterial, procurou obter-se a nível local alguma informação a respeito. Baldados todos esforços, recorreu-se ao nível governamental, invocando a lei do direito à informação (Lei 26/2016, de 22 de Agosto, nomeadamente artigo 5º ponto 1).
Um semana depois, aí está a informação clara e completa, subscrita pela antropóloga e técnica superior da DGPC Rita Guimarães, a quem agradecemos. Dela consta que a candidatura dos Tabuleiros só foi recebida naquele organismo governamental em 22 de Junho de 2020. Mais de um ano após a celebração do antes citado ajuste directo. Mesmo para uma candidatura da Festa grande de Tomar, forçosamente complexa, não se pode dizer que tenha sido rápido.
Em data posterior, não determinada na resposta, "Após análise técnica, foi solicitado o aperfeiçoamento da mesma, uma vez constatado que "a manifestação necessitaria de reestruturação da informação apresentada na sua devida caracterização." Por outras palavras, apesar da demorada elaboração, a candidatura não estava aceitável. Acontece aos melhores, mas é sempre aborrecido.
Só mais tarde, "O aperfeiçoamento da candidatura da Festa dos tabuleiros foi entregue, em 18 de Agosto de 2021, e neste momento aguarda finalização da sua análise", logicamente para posterior decisão definitiva. Ou seja, a versão já corrigida só foi entregue 14 meses após o requerimento inicial. Deve ter sido um aperfeiçoamento bastante substancial, supõe-se.
Resta acrescentar que, graças à amabilidade da antropóloga Rita Guimarães, que facultou o indispensável link, já tive ocasião de ler todo o documento que sustenta a candidatura dos tabuleiros. Poupo aos leitores de Tomar a dianteira 3 esse trabalho. Apenas acrescento que, tendo em conta a argumentação aduzida no mesmo, ficaria muito surpreendido caso o comité ICOMOS, da UNESCO, alguma vez aprovasse a inscrição da nossa querida Festa grande na lista do Património Imaterial da Humanidade. Mas oxalá que sim!
Com o devido respeito para com todas as partes envolvidas, parece-me pertinente citar um conhecido provérbio brasileiro: "Quem nasceu pra lagartixa, nunca chega a jacaré." Por mais que se esforce. ( Sendo impossível saber de antemão quem vai ler, esclarece-se que "jacaré" é a versão brasileira do português "crocodilo")
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