Segundo O Mirante, apenas quatro autarquias do médio Tejo ofereceram aos seus eleitores festas populares de fim de ano: Abrantes, Santarém, Rio Maior e Torres Novas. As duas outras cidades da região de semelhante gabarito -Ourém e Tomar- ficaram-se nas encolhas, creio que por razões diferentes conquanto convergentes. Enquanto o presidente oureense, apesar do concelho continuar a progredir, terá agido por simples prudência, sabedor de que já não estamos nos tempos do Império romano, quando o essencial era dar ao povo pão e circo, em Tomar penso que imperaram o medo e a penúria.
Em que me baseio para avançar tal hipótese? No feitio da nossa presidente, como sabemos do tipo "não há festa nem dança onde vá a Constança", mas também e sobretudo nas exageradas tolerâncias de ponto, que nada justificava e por isso deram nas vistas. Por outras palavras, a meses das novas autárquicas, Anabela Freitas, que já pertence à geração dos sempre em festa, porque a vida é uma festa, bem teria gostado de presentear os tomarenses com uma bela festa de fim de ano. Faltaram-lhe contudo dois ingredientes básicos -o dinheiro para custear tal extravagância e a coragem para enfrentar depois os protestos dos eleitores mais exigentes e sensatos, entre os quais peço licença para me incluir.
Andou portanto bem a autarca socialista tomarense, ao não oferecer ao povo festejos para celebrar a entrada do Ano Novo? Parece-me óbvio que sim, tendo em conta o contexto. Mas mostrou-se também receosa e sobretudo incoerente. Receosa, ao ceder em demasia às contingências. Incoerente, ao não agir em função daquilo que não se cansa de apregoar -que Tomar é uma cidade de turismo. O leitor conhece alguma cidade de turismo onde não tenha havido festa rija e fogo de artifício na noite de fim de ano? Trata-se portanto de mais um indício de que a situação tomarense é de catástrofe iminente. Infelizmente.
Mesmo assim, Feliz ano novo para todos!
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