Leitores do escrito anterior terão pensado que o escrevi por me sentir incomodado. Se assim aconteceu, terão concluído mal. Na verdade, as críticas alheias, sobretudo quando as considero injustas e/ou mal intencionadas, não me incomodam, nem me tiram o sono. Decidi escrever unicamente por considerar que, ao ficarem-se pela autoria e pela forma, os que me lêem perdem excelentes oportunidades de pensar um bocadinho sobre o fundo, sobre a substância. E é isso que convém aos instalados no poder, bem como aos que dele dependem e por isso o apoiam.
Trata-se inequivocamente de posições legítimas, é verdade. Tendem todavia a anular o essencial -o objecto da crítica. Noutras palavras, enquanto o eleitor anónimo se ocupar só com o autor, os alegados defeitos do autor e/ou a qualidade da escrita, os incapazes que ocupam os lugares que deviam ser de governação podem continuar a governar-se, fingindo ignorar que não têm nem nunca tiveram quaisquer planos coerentes e adequados para enfrentar a crise que atinge o concelho de Tomar desde há anos. Mais precisamente desde a altura em que se tornou necessário e indispensável deixar de viver sobretudo à custa do orçamento do Estado, passando antes a fazê-lo principalmente graças ao trabalho dos tomarenses, no âmbito da iniciativa privada. A tal e a única que cria empregos produtivos e paga os impostos que alimentam o orçamento da nação e sustentam o funcionalismo todo. Mesmo o supérfluo.
Bem sei. A malta colectivista, que se autoproclama defensora do proletariado e outros explorados, os ignorantes, bem como os que integram o "império dos sentados", detestam ler/ouvir isto. Mas sendo apenas e só a verdade nua e crua, que posso eu fazer?
Bem sei. A malta colectivista, que se autoproclama defensora do proletariado e outros explorados, os ignorantes, bem como os que integram o "império dos sentados", detestam ler/ouvir isto. Mas sendo apenas e só a verdade nua e crua, que posso eu fazer?
Termino com um pedido simples e claro: Por favor, caros concidadãos, incluindo os ignorantes os tais sentados, pensem sobretudo -e antes de mais- no conteúdo de cada escrito, de cada acção cívica. Depois, ajam em consequência, se puderem e tiveram coragem para tanto. E deixem os raros críticos em paz, pois já sabemos que temos defeitos e nem sempre escrevemos ou fazemos o melhor possível. Por favor, tenham em conta que nós, críticos cujas acções são determinadas unicamente pelo empenhamento cívico, não fomos eleitos, nem ocupamos qualquer cargo político, importante ou não. Por isso, não temos contas a prestar aos eleitores. Os eleitos, esses sim, é que devem prestar contas. Tanto os da relativa maioria como os outros. Que fariam melhor se começassem a trabalhar. O que poderá passar nomeadamente por responder às críticas de forma clara e em tempo útil. Em vez de andarem armados em hipócritas de circunstância, simulando desconhecer aquilo que na realidade sabem muito bem. Com a valiosa ajuda daqueles cidadãos menos conscientes, que tendem a gostar mais de criticar os outros de forma gratuita e vergonhosa, do que empenhar-se de forma séria em causas cívicas que a todos aproveitem. Apoiando quem manifestamente age de boa fé. Por exemplo.
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