quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Começou a descida à terra

Entre outras, as eleições livres têm uma enorme vantagem -Obrigam os políticos com mandatos populares a descer de novo à terra.  A deixar provisoriamente o Olimpo do poder, onde em geral julgam viver. Em Tomar, força-os a descer à cova, onde fingimos viver e nos vamos enterrando todos cada vez mais, numa crise sem fim à vista.
É o que acaba de suceder com a nossa simpática e comunicativa presidente. Acossada pelas próximas autárquicas, resolveu pronunciar-se publicamente sobre os transportes urbanos, os ruinosos TUT. É certo que o assunto já foi tratado nestas linhas. Sabe-se contudo que a presidente Anabela não lê Tomar a dianteira. Ou pelo menos nunca deu sinais disso. Assim, a sua abordagem da problemática questão dos transportes urbanos não deverá resultar do que aqui leu, mas simplesmente do receio face às próximas eleições. Ainda bem que assim é.
Que diz a autarca socialista sobre os TUT? Praticamente o que todos sabemos. Que são inviáveis. Por assim dizer uma coisa de autarcas pindéricos, com a mania que são ricos. Di-lo, é claro, de outra forma. Procura ornamentar a questão. Mas é forçada a reconhecer dados incontroversos: Os TUT são ruinosos para as finanças municipais; o total de utilizadores não justifica a sua existência; os actuais mini-autocarros estão em fim de vida útil; a Câmara não tem recursos para comprar veículos novos.
A situação é tão grave e delicada que a senhora presidente já enveredou por uma argumentação de circunstância, visivelmente destinada a justificar a eventual extinção daquele desastre ambulante. Refiro-me ao por ela alegado acordo, celebrado entre a autarquia e a Rodoviária do Tejo, que impede os transportes urbanos de operarem nalgumas zonas arrabaldinas, como Santa Cita, Carvalhos de Figueiredo, Juncais, Carrascal ou Carregueiros.
Está encontrado o bode expiatório, pois a culpa é sempre dos outros.

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Aí temos um TUT, vazio como é costume...

A demonstrá-lo, a nossa presidente até ousou pecar gravemente, enquanto socialista encartada. Falou de concessionar, o que para os militantes de esquerda é praticamente o mesmo que falar em corda em casa de enforcado. E para os comunistas então, é um pecado mortal, insusceptível de perdão. Por conseguinte, sendo Anabela decerto sabedora de tudo isto, se mencionou essa hipótese é porque a situação é mesmo desesperada. Tanto mais que a sua ideia não parece ter pernas para andar. Quem vai concorrer a uma concessão que só acarreta prejuízos elevados? A não ser que a autarca socialista já esteja a pensar em eventuais subsídios de funcionamento, como na CP ou no Metro. Mas aí estamos a falar de empresas públicas e portanto de funcionários encapotados...
No meu entender, falta coragem à nossa presidente para encarar e dizer as coisas como elas são. Com ou sem carreiras arrabaldinas, os TUT não passam de um capricho de pobretanas com manias de abastados. Servem apenas uma muito reduzida minoria de cidadãos com dificuldades de locomoção, que ficariam muito mais bem servidos, e de forma mais económica, com transportes a pedido. Os outros, os sornas e os aproveitadores, que andem a pé ou comprem bicicletas e pedalem. Não têm dinheiro para isso? Pois que a autarquia forneça as bicicletas. (Já tem pelo menos umas dez, compradas por Luís Ferreira quando vereador, a apodrecer algures...) Tenham vergonha e deixem-se de engordar à custa dos contribuintes., Literalmente. Porque deixar de caminhar, de praticar desporto, facilita a obesidade e nunca fez nem faz bem a ninguém. Além de ir onerar mais tarde o Serviço Nacional de Saúde. Uma desgraça nunca vem só. Quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que as paga, canta o Variações. Só que neste caso, quem acaba por pagar sempre os erros alheios é o desgraçado do contribuinte que tem a pouca sorte de morar em Tomar. Até quando toma banho está a pagar. E não é pouco...
Pobre gente! Pobre terra!

Adenda
Por falar em desgraçado do contribuinte, há um detalhe que me intriga. Segundo os dados Google, há entre 400 e 500 quinhentas consultas diárias de páginas de Tomar a dianteira 3. E só 31 seguidores? 
Se por acaso, agindo contra os hipócritas, eu mandar codificar o blogue, de modo a ficar acessível apenas para os seguidores, os outros zangam-se comigo? Ou vão sentir-se mais aliviados?
Só perguntei...

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