"A actual democracia é muito diferente do regime liberal, e o país e o mundo são outros. Nos seus começos, mobilizou muita gente, em eleições e manifestações. Depois, a oligarquia promoveu a dependência do Estado como forma de controlar a população, enquanto abordava a Europa de um ângulo extractivo. O Estado cresceu mais do que a economia, e o endividamento simulou a riqueza. No século XXI, uma sociedade envelhecida, uma economia estagnada, e a crescente dependência financeira restringiram finalmente a margem de manobra oligárquica. Em 2011, só a ajuda europeia poupou o regime a um desmoronamento súbito. Que vai acontecer agora? Não temos populismos xenófobos, porque o marasmo económico limitou a imigração. O governo actual aproveitou o ajustamento executado pelo governo anterior para formar uma espécie de bunker político, com alguns grupos e corporações privilegiadas. Estamos assim a passar do Estado social ao Estado clientelar. E se o BCE faltar? Nesse dia, talvez faça sentido recomeçar a contar os anos do regime."
Rui Ramos, Os regimes também morrem, Observador on line, 10/01/2017
Os negritos e as cores são de Tomar a dianteira 3
Onde está oligarquia, leia-se autarquia tomarense. Onde está Estado, leia-se Câmara de Tomar. Teremos assim um retrato tomarense. Sem tirar nem pôr.
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