Cidade de tomar, 27/01/2017
Meu caro conterrâneo:
Tenho por ti muita estima e consideração. Tu sabes porquê e eu também. É quanto basta para o caso. A peça acima reproduzida é da tua lavra e o seu conteúdo levou-me a endereçar-te estas linhas.
Dizes tu, comentando um anterior escrito do Tomar na rede que "Recordar o passado é bom, mas..." Concordo contigo. O problema é aquele mas... Segundo a tua maneira de ver, a velha bancada coberta do estádio foi abaixo porque antes se chegara à conclusão que os pilares de betão que sustentavam a mesma, estavam apoiadas em estacaria, a qual entretanto apodrecera e desaparecera por falta de água.
Tens razão. Se bem me recordo, na altura até terá havido um parecer subscrito por técnicos do LNEC, confirmando isso mesmo ou algo semelhante. Tudo bem, portanto? Não Basílio! Tudo mal, porque o problema não é esse. Ou, melhor dizendo, não é só nem principalmente esse. Se fosse, teria sido e continuaria sendo de fácil resolução. O pior é o mais mau, conforme diz o povo. E neste caso, o pior foi a demolição, nunca justificada publicamente, de todas as bancadas à volta do estádio. O pequeno anfiteatro, Basílio. Cujos alicerces não estavam assentes em estacaria, por tal não ser de todo necessário.
Fotografia copiada de Tomar na rede, a quem agradecemos
Nessas condições, não existindo até agora qualquer justificação do domínio público para essa destruição que praticamente ninguém compreende ainda hoje, que tal respeitar a verdade na sua totalidade? Que tal contar a história toda, como forma de evitar que se pense que estás a tentar branquear uma das maiores argoladas paivinas? É que agora nem espaço há para uma eventual reconstrução dessas bancadas. A não ser que se volte à velha pista de atletismo de 5 corredores, uma vez que, de qualquer modo, poucos ou nenhuns praticantes utilizam a actual. Pelo que não vale a pena sonhar com competições de atletismo no actual campo de treinos em que foi transformado o anterior estádio.
Retomando o título da tua prosa, de resto muito bem escrita, como é usual, "Recordar o passado é bom, mas..." Dizer a verdade, toda a verdade, sempre! ainda é melhor. Não te parece? Então trata lá, se fazes favor, de efectuar o indispensável esclarecimento da tua vasta audiência. Caso leias estas linhas, obviamente. E se antes não te tiveram já chamado coisas ofensivas para a senhora tua mãe.
Cordialmente,
António Rebelo
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