Em ano de eleições, o governo socialista de António Costa resolveu dar um rebuçado às autarquias, noticia O Mirante. Compreende-se. Praticamente não há défice e a nossa dívida pública é por assim dizer insignificante. Apenas 130% do PIB. Nada de grave. Vamos lá então oferecer guloseimas aos autarcas amigos...e aos outros, que afinal a Lei é igual para todos. Isto é que vai uma crise!, clamava em tempos a saudosa Ivone.
Esclarece a mesma notícia que a prenda governamental aos autarcas consiste no pagamento de juros de mora, devidos por retenção governamental de verbas a que as autarquias tinham direito. No caso do distrito de Santarém, por ordem decrescente, o total a receber por cada município é o seguinte:
1 - Santarém.............................542.571€
2 - Benavente...........................405.583€
3 - Abrantes.............................206.531€
4 - Ourém................................169.300€
5 - Cartaxo...............................161.777€
6 - Rio Maior...........................149.146€
7 - Azambuja...........................142.862€
8 - Tomar................................140.158€
9 - Torres Novas......................136.562€
10 - Entroncamento.................115.620€
11 - Coruche...........................108.387€
Tratando-se de pagamento de juros de mora, é óbvio que são somas resultantes do cálculo de determinada % sobre os impostos cobrados no respectivo concelho. Tanto impostos directos (IRS, IRC, IMI) como indirectos (IVA, ISP...). Temos portanto que esta prenda governamental às autarquias nos permite também intuir a situação económica global de cada concelho, no que concerne aos rendimentos individuais mais os ganhos das empresas.
Quem se interessa por estas coisas da economia, já sabia antes. Para todos, aí temos mais uma foto do evidente e dramático declínio tomarense. A cidade que, em termos económicos e de rendimento per capita, já foi das principais do distrito, ocupa agora um miserável 8º lugar (7º lugar, se considerarmos que Azambuja não é do distrito de Santarém).
A decadência de Tomar e dos tomarenses torna-se ainda mais evidente quando relacionamos os juros pagos, (que são, conforme já foi dito acima, uma percentagem sobre o total dos impostos e taxas cobrados pelo governo na área de cada município), com a população residente.
No início de 2016, o total de eleitores inscritos em cada um dos concelhos acima indicados era o seguinte, por ordem decrescente:
1º - Santarém......................52.452
2º - Ourém..........................42.863
3º - Tomar..........................36.266
4º - Abrantes.......................34.063
5º - Torres Novas................31.959
6º - Benavente....................23.408
7º - Cartaxo........................20.753
8º - Rio Maior....................18.028
9º - Azambuja....................17.525
10º - Entroncamento..........17.267
11º - Coruche....................17.093
Temos assim que Tomar, apesar da conhecida hemorragia populacional, ainda é a 3ª cidade do distrito quanto ao total de eleitores. Infelizmente, no que se refere à actividade económica, medida pelos impostos cobrados, já fomos ultrapassados por concelhos como Cartaxo, Benavente ou Rio Maior. E, não tarda nada, também por Torres Novas. Apesar do evidente fosso populacional. O que significa que o concelho nabantino é cada vez mais uma terra de velhos, pobres e inactivos.
Perante tão triste e preocupante panorama, qual é a proposta da actual maioria autárquica? Segundo o seu ex (?) mentor, Luís Ferreira, é o arranjo da Várzea Grande e...o realojamento das famílias ciganas do Flecheiro.
Estamos bem governados estamos!
Estamos bem governados estamos!
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