Num concelho com manifestos problemas de emprego, de investimento, de falta de crescimento económico, de recessão populacional, de liderança política, de planeamento atempado e eficaz, quais são os temas abordados e debatidos nesta altura pelos tomarenses? Para além do omnipresente futebol, bem entendido.
A Hertz on line refere o protesto escrito da juventude centrista, reclamando contra a inexistência de Internet capaz na biblioteca municipal. Cidade de Tomar noticia que o PSD volta a questionar a presidente da Câmara sobre os TUT. No Tomar na rede, três postagens suscitaram comentários deveras curiosos. Refiro-me à notícia do aniversário do Club tomarense, que já tem 8 comentários, ao caso da avença celebrada pelos SMAS com uma jurista do PS, com 5 comentários, e à multa sentenciada pelo tribunal administrativo de Leiria contra Anabela Freitas, com 4 comentários.
Exceptuando a reclamação centrista, que só peca por ser tardia e demasiado sectorial, todos os outros assuntos têm uma característica comum -são minúsculos e irremediáveis. Os TUT, porque a câmara não tem verbas para os manter e, caso decida concessioná-los, não haverá interessados, pois nenhum empresário está disposto a perder dinheiro, muito dinheiro. O Clube Thomarense, porque já foi o que foi e agora é o que é, sem apelo nem agravo. Cumpriu o seu papel histórico, dirão os marxistas de serviço. O caso da avença porque, tratando-se de 500 euros + 500 euros mensais durante meio ano, não adianta mexer mais na coisa. Como é bem sabido de todos, quanto mais se lhe mexe, mais mal ela cheira. Finalmente, o caso da multa aplicada a Anabela Freitas, punindo a sua actuação como presidente da câmara de Tomar. Tratando-se de um órgão judicial com competência para o fazer, restavam à condenada duas vias -pagar a multa ou recorrer. A senhora resolveu pagar. Na minha opinião, fez bem. O resto é rebéubéu de circunstância. Excepto as perguntas fulcrais que ainda não foram feitas: Quem tramou a presidente? O munícipe que se queixou? O tribunal que a puniu? É óbvio que não.
Biblioteca municipal, TUT, Clube Tomarense, avença dos SMAS, multa à presidente, tudo minudências passageiras. Tudo situações do mais convencional e trivial que há. Tudo motivos para desanimar qualquer tomarense, realmente consciente dos dramas da sua terra. Tudo para desalentar. A nove meses das próximas eleições autárquicas. Quando nem o PSD nem os IpT anunciaram ainda os seus cabeças de lista. O usual ritmo de tartaruga velha.
Mas como convencer os conterrâneos de que assim não vamos longe? Que o caminho rumo ao progresso não é este? Que ou evoluem, ou emigram, ou vão morrer de pasmo e na penúria?
Mas como convencer os conterrâneos de que assim não vamos longe? Que o caminho rumo ao progresso não é este? Que ou evoluem, ou emigram, ou vão morrer de pasmo e na penúria?
Pobre terra! Pobre gente! Agora, no Inverno, já nem o clima ajuda. Valha-nos Deus!
ESCLARECIMENTO
Não se leia no texto acima qualquer crítica explícita ou implícita aos jornalistas e aos órgãos de comunicação tomarenses. Enquanto profissionais da informação, uns e outros apenas podem e devem noticiar aquilo que vai acontecendo na urbe, no concelho e na região. Não acontecendo praticamente nada de relevante, naturalmente que também não podem noticiar nada de relevante.
A crise de factos notáveis é de tal ordem a nível local que até já há jornalistas a "encher chouriços", como forma de ir "mobilando" o seu produto. O caso mais evidente é o do amigo José Gaio, administrador do Tomar na rede, o blogue mais lido na zona. Por falta de matéria noticiável, vê-se forçado de quando em vez a publicar ninharias, do tipo aniversário da inauguração da barragem do Castelo do Bode, aniversário do Clube tomarense, aniversário das visitas de Mário Soares a Tomar, história dos nomes das artérias de Tomar... Jornalismo a quanto obrigas!
ESCLARECIMENTO
Não se leia no texto acima qualquer crítica explícita ou implícita aos jornalistas e aos órgãos de comunicação tomarenses. Enquanto profissionais da informação, uns e outros apenas podem e devem noticiar aquilo que vai acontecendo na urbe, no concelho e na região. Não acontecendo praticamente nada de relevante, naturalmente que também não podem noticiar nada de relevante.
A crise de factos notáveis é de tal ordem a nível local que até já há jornalistas a "encher chouriços", como forma de ir "mobilando" o seu produto. O caso mais evidente é o do amigo José Gaio, administrador do Tomar na rede, o blogue mais lido na zona. Por falta de matéria noticiável, vê-se forçado de quando em vez a publicar ninharias, do tipo aniversário da inauguração da barragem do Castelo do Bode, aniversário do Clube tomarense, aniversário das visitas de Mário Soares a Tomar, história dos nomes das artérias de Tomar... Jornalismo a quanto obrigas!
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