domingo, 8 de janeiro de 2017

Centro da cidade só para peões

"Dentro de pouco tempo, só poderão circular no centro da cidade os automóveis dos moradores com garagem ou estacionamento reservado, as viaturas da polícia, ambulâncias, bombeiros e serviço de cargas e descargas." Quem ousa anunciar uma coisa destas aos amantes do automóvel e dos transportes urbanos poluentes? Algum autarca cavernícula? Um presidente de câmara de uma vilória de 5ª categoria?
Pois não senhor! Quem assim se pronunciou, após ter mandado proibir a circulação automóvel em vários troços das vias ribeirinhas...foi Anne Hidalgo, presidente da Câmara de Paris:

La « piétonnisation du centre-ville » de Paris est en marche, sans qu’une date précise soit fixée. « A terme, le centre-ville restera ouvert aux véhicules des riverains, de police, de secours ou de livraison, mais pas au tout-venant », explique Anne Hidalgo, qui précise « assumer complètement la diminution significative du trafic automobile, comme le font toutes les grandes villes du monde ». « J’agis pour les générations futures. »
En savoir plus sur http://www.lemonde.fr/politique/article/2017/01/08/anne-hidalgo-annonce-de-nouvelles-restrictions-de-circulation-dans-le-centre-de-paris_5059430_823448.html#E6gX6HWMYDzKYBu8.99

Le Monde on line, 08/01/2017

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Paris - Circulação automóvel actual na Avenida dos Campos Elíseos

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Tomar - Circulação automóvel na Avenida Marquês de Tomar
A pedonalização crescente do centro da cidade, impulsionada pela autarquia, é possível em Paris porque o centro urbano é pequeno, permitindo que as pessoas se desloquem a pé, ou mesmo de de bicicleta, o que de resto levou a autarquia parisiense a abrir várias pistas cicláveis dedicadas, paralelas aos grandes eixos rodoviários. Já em Tomar, o problema é bastante mais complexo, sobretudo porque o trânsito automóvel é muito denso (ver foto) e o centro da cidade é enorme. Pelo menos nas cabecitas de alguns. Por isso, até lhe chamam Centro Histórico, decerto para o distinguir do outro, que infelizmente ninguém consegue explicar onde fica.
E depois temos essa mania das grandezas que são os transportes urbanos. Os já célebres TUTs, que em geral circulam lotadíssimos, como todos sabemos. De tal modo que apresentam um prejuízo anual de 300 mil euros, o que representa 8,8 euros por eleitor. Incluindo os que nunca sentaram o cu nos bancos dos ditos TUTs. Tudo para, em muitos casos, fomentar a obesidade e a falta de exercício. Haja dinheiro, que nunca falta quem o gaste. Mesmo mal gasto e a fazer falta noutros sectores.
Pobre terra! Pobre gente!

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