Imagem promocional Vila Galé - Tomar
Auto Acessórios e Convento de Santa Iria
O turismo facilita muito
mas não justifica tudo
Chineses compraram a dada altura, por preço ainda por apurar, a maior parte das instalações da falida Auto Acessórios Lda, na Rua de Coimbra. Mantiveram o aspecto exterior, não fizeram qualquer acrescento e renovaram a cobertura. No interior limitaram-se a instalações sanitárias, reboco e pavimentação. Tudo devidamente pintado e guarnecido, abriram ao público e foram fazendo pela vida, com a designação comercial de Fórum Oriente.
A dada altura, em 2021, alguém da autarquia, ignora-se se funcionário ou eleito, concluiu que o estabelecimento, tipo armazém, estava a funcionar ilegalmente. Seguiram-se os respectivos procedimentos administrativos, que culminaram, três anos mais tarde, com uma proposta municipal irrecusável: 91 mil euros, ficam legalizados e não se fala mais nisso. Não sei se já pagaram ou não, mas a situação era esta quando saí de Tomar em Setembro passado.
Tratando-se de um investimento assaz modesto, que até respeitou o edificado existente e o ramo de negócio (comércio e indústria), pareceu-me exagerado aquele castigo de 91 mil euros, o que me levou a procurar outros casos para comparar. Acabei por conseguir saber, apoiado em documentação oficial, que o Hotel Vila Galé teve outro tratamento, muito mais favorável, decerto por ser um investimento turístico e não "uma loja dos chineses".
Compraram por 706 mil euros um convento arruinado, antes avaliado em 3 milhões, transformaram-no num hotel de 4 estrelas com 101 quartos, e até acrescentaram ao edificado existente uma piscina e 15 quartos, num terreno que é leito de cheia. Quanto é que pagaram oficialmente por tudo? 4,940,78€ pela licença de obras, e 1.199,37€ pela licença de utilização, num total de 6.140,15€. Muito longe dos 91 mil euros do Fórum Oriente...
Pois. Será isso que está a pensar, mas não há provas. Apenas indícios. Fortes indícios. Fiquei com a ideia que o caso do Fórum Oriente levou muito tempo e ficou demasiado caro, por se ter transformado em retaliação contra investimentos sem lubrificação adequada. Já no caso Vila Galé, foi o oposto. Projecto aprovado em 8 meses, obras sem entraves, mesmo quando de legalidade duvidosa, custos oficiais muito mais modestos, tudo a indiciar facilitismo, devidamente oleado. O turismo facilita muito, mas não justifica tudo.
Já agora e com tanta preocupação com o património, onde param os azulejos que estavam na fachada do varandim da primeira foto?
ResponderEliminarAinda estão a ser reabilitados?
Não lhe sei responder porque, como sabe, estou bem longe de Tomar. Ignoro portanto se já foram repostos, ou simplesmente desapareceram dos radares locais. Se houver quem leia e queira lá ir ver e fotografar, enviando o resultado para anfrarebelo@gmail.com, Tomar a dianteira 3 agradece desde já, que é como quem diz antecipadamente.
EliminarJá agora, só para rectificar, o Professor afirma que o Vila Galé pagou seis mil euros ou seis milhões em procedimentos administrativos? Foram só seis mil???!!! Se foi esse o caso mais valia não terem pago nada...
ResponderEliminarOs chineses agora vão passar, ou já passaram, esses 91 mil euros para o consumidor, que é quem suporta esses devaneios do estado.
Confirmo o que escrevi no penúltimo parágrafo da crónica. Quatro mil novecentos e quarenta euros e setenta e oito cêntimos, pela licença de obras e mil cento e noventa e nove euros e trinta e sete cêntimos, pela licença de utilização, num total de seis mil cento e noventa euros e quinze cêntimos, foi o que pagou oficialmente o Vila Galé, além dos 706 mil euros para comprar aquilo tudo, que antes tinha sido avaliado em três milhões. Milagres da proximidade de Fátima, por conivência com a Iria?
EliminarMais valia não pagarem nada, ficarem isentos. Mas continuo a achar que foi uma bênção o Vila Galé ter pegado nisso, já o aqui escrevi que se a Anabela Freitas ou alguém conseguiram puxar o negócio para Tomar, bravo 👏👏👏. Repare que estamos a falar de uma empresa Top a nível internacional, não estamos a falar de um desconhecido. Eles têm um marketing muito forte e vão conseguir vender muitos quartos. Para vocês perceberem o que é o Vila Galé, estamos a falar de uma sociedade anónima com um capital social de 22 milhões e 600 mil euros, enquanto que as empresas hoteleiras que existem em Tomar são empresas limitadas com um capital social muito baixo. Uma empresa como o Vila Galé é gerida por pessoal top, eles têm dos melhores quadros na área do turismo.
EliminarCritiquei o negócio softinsa mas elogio este. Esta malta do Galé, o que faz, faz bem. Parabéns a quem conseguiu o negócio.