quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Imagem copiada de mediotejo.net, com os nossos agradecimentos.

Festa dos tabuleiros 2023

Esta foi a pior de todas as festas !

Ângela Oliveira

Desde os dois anos e meio que vejo a festa, e até há poucos anos atrás, sempre colaborei com os moradores da minha rua e outros. Tornou-se esta tradição numa guerrinha desenfreada de comadres e compadres, com muita pena minha! Esta foi, sem sombra de dúvidas para mim, a pior de todas as festas! 
Falta de criatividade, de papel, arame, cola e afins...Zangas e mais zangas! Falta de estacionamento, incómodo sobre incómodos. Desde a música insuportável, nos altifalantes das ruas principais, à falta de higiene e cheiros nauseabundos, até à multidão exagerada. Não cabe cá tanta gente. Incomodam-se uns aos outros.
A continuação de pares mal trajados no cortejo. Fitas mal colocadas, maquilhagem em excesso, óculos escuros, relógios e pulseiras a mais. Unhas pintadas e postiças. Ruas com poucas flores, enfim um rol que nunca mais acaba!
Tabuleiros mal montados, cabelos despenteados e a tapar a visão de quem os levava. Saias transparentes, de se ver a lingerie (vistam um saiote meninas, ou ponham mais folhos nas saias, para não se ver as pernas por aí acima!). Nada disto pertencente à tradição.
Levar um tabuleiro não é para todas, mas apenas para quem sabe e pode!
Quanto aos gastos, cobrassem os bilhetes dos concertos, em lugar delimitado. Gerir também é para quem sabe e pode!
Não incomodem sempre os mesmos. Não fazem falta alguma os altifalantes todos os dias a berrarem aos nossos ouvidos!
Antes que alguém se lembre de perguntar, tenho fotos e vídeos ilustrativos destes péssimos exemplos que nomeei!
O pior mordomo de sempre!!!

Ângela Oliveira (texto editado por TAD3)

ADENDA

Para melhor entendimento das contas dos tabuleiros, apresentadas sete meses após a conclusão do evento, eis um excerto da entrevista do mordomo Mário Formiga ao mediotejo.net, republicada em 24 de Junho de 2023, menos de três semanas antes do início da festa:

"O subsídio da Câmara que foi atribuído em 2019 foi de 200 mil euros. Este ano é de 270 mil euros, e é com esse valor que vamos ter de trabalhar. As pessoas podem achar que o subsídio é avultado, mas não é. Neste momento, pelas nossas contas, esse valor apenas é para a logística da Festa propriamente dita, ruas, papel, tabuleiros. Tudo o restante em volta da Festa, teremos nós, Comissão, de trabalhar nisso para que tenhamos os espetáculos [de música], o fogo de artifício, essas coisas que complementam a própria Festa." 

Como é agora do conhecimento público, o subsídio camarário de 270 mil euros, indicado pelo mordomo nesta entrevista, acabou por ser de 1,3 milhões de euros. Uma ligeira "derrapagem", por assim dizer, para promover Tomar.

7 comentários:

  1. Quanto á indumentária das senhoras acho bem, atrai mais público á festa. A maquiagem e a vaidade também acho bem, sou a favor, só os maus cheiros é que não, dispenso.

    A festa até foi boa, as ruas estavam bonitas. A música é que foi uma porcaria. Para mim a música tem de arrepiar, tem de levantar os cabelos do corpo (a quem os tem) como me acontece a mim quando o Sporting Clube de Portugal marca um golo, ou o Sporting de Tomar no caso do nosso presidente.


    Quanto ao Mordomo, parece-me a ser mais um homem do sistema, um lambe botas, como teria sempre de ser, um xuxa, eles nunca dariam o cargo a um independente. Já agora alguém sabe se ele é militante PS? Bastava que ele tivesse dito a verdade e não tivesse enfabulado e empolado os números para ter o meu respeito. A festa custou x, a subvenção da câmara foi y, os concertos foram de borla mas custaram dinheiro e alguém os teve de pagar (o contribuinte), a festa foi bonita e trouxe muita gente, como vocês puderam verificar, mas não podemos estar a quantifivar o número de visitantes. Ele até podia ter dito assim: "vocês tomarenses puderam testemunhar que a festa trouxe muita gente, vocês viram que não havia onde estacionar, viram os carros em cima dos passeios, vocês andaram nas ruas em hora de ponta e testemunharam in loco o tráfego de pessoas, mas eu não posso quantificar o número de pessoas"

    Ele vier dizer que foram 1.5 ou 1 milhão é uma tolice.

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    1. A megalomania, o penacho, são muitos difíceis de controlar, sobretudo quando não assumidos. Aquela dos 60 hectares de papel, primeiro dá vontade de rir, e depois vontade de chorar.

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    2. Ele encomendou tanto papel que se calhar até é verdade, não sei. Ele, ou melhor a comissão de festas, admitiu que encomendou a mais para ficar mais barato, 30 a 40%, e o papel é produzido em bobinas, dá para medir a área. Não sei como é que ele chega a Tomar, se em bobina ou já cortado. E ele até disse que dava para cobrir a distância Tomar Barcelona!!!

      O valor dos patrocínios desta festa, os principais, main sponsors como ele lhe chama: Sagres, Continente, Delta e Banco Montepio andou pelos 122 mil euros enquanto na festa de 2019 tinha andado pelos 81 mil. Ele, o Mordomo, até chegou a dizer que a equipa dele fez um trabalho fantástico que quase consegui dobrar os patrocínios quando ficou só em metade 50%. Ele dava um bom político ou um bom comercial, eu é que não porque sou honesto, não sou mentiroso.

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    3. Já agora sabe em que área é que ele é professor?

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  2. Professor, estive a ver uma entrevista que o Mordomo Formiga deu ao mediotejo.net. Parece que em junho de 2023, quando se realizou a festa, a quantidade de papel era de 40 campos de futebol, que dava para percorrer a A1 Lisboa Porto (330km) e o preço eram 80 mil euros!!! 40 campos de futebol são 34 hectares e não sessenta e a distância Tomar Barcelona são 1125Km 3 não 330!!! Há aqui marosca...

    E o mais grave é que o Mordomo Formiga é explicador de matemática de profissão, tirou o curso no politécnico de Tomar. Eu mandei-lhe email com printscreen da noticía. A internet é lixada, não perdoa. Investigue-se.

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  3. Subscrevo por inteiro o texto da Ângela Oliveira, acrescentando que as "benditas" contas são um perfeito embuste como já estamos acostumados com estes irresponsáveis que delapidam dinheiros do contribuinte.
    No entanto e como o foco tem estado nas contas, será altura para perguntar como vai o fantástico processo de candidatura da festa dos tabuleiros no Património Imaterial da Unesco a cargo de um douto doutor?

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    1. Vamos por partes. As contas são o que são, por causa do fisco e de vários interesses ocultos. Mostram a inevitabilidade de definir finalmente objectivos realistas para a Festa, e de arranjar um modelo organizativo compatível com a época em que vivemos. Já ninguém usa botas de elástico ou ceroulas de atilho.
      O processo de candidatura à UNESCO é muito complicado. Falta apurar primeiro o que falhou na 1ª fase, que se arrastou durante demasiado tempo. Depois haverá uma questão essencial: As ruas populares ornamentadas não são a Festa dos tabuleiros. Prova disso é que o cortejo nem sequer por lá passa, e na Festa de 1950 (o modelo das seguintes), não houve ruas populares ornamentadas, só aquelas por onde passou o cortejo foram enfeitadas. A UNESCO é capaz de não ir na fita, tanto mais que já classificaram a Festa da flor, em Campo Maior, que são apenas ruas e largos ornamentadas e ornamentados pelo povo, como em Tomar.
      O próprio governo português, que terá de apresentar a proposta, está a hesitar, se calhar por saber que a candidatura de Nimes (França) levou 10 anos e foi chumbada, apesar de Nimes ser bem mais importante que Tomar.
      Sobre o principal redactor do processo, ele era doutorando quando foi contratado. Agora não sei se já defendeu a tese ou não, detalhe sem qualquer relevância no processo de candidatura. É mais um funcionário superior municipal, numa horta de mais de 600.

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