segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Imagem O Mirante (editada) com os agradecimentos de TAD3.

Funcionários superiores municipais 

Há uma camarilha no Município 

que manda mais que o presidente

 

Recordando. Algo inesperadamente, o PS venceu as áutárquicas em Outubro de 2013, e assumiu o poder em Tomar. Anabela Freitas era presidente, o arquitecto Serrano, ex-vice-presidente de Abrantes, ficou com a vice-presidência e o pelouro da obras e urbanismo, sendo Luís Ferreira, na época companheiro de Anabela Freitas havia nove anos, seu chefe de gabinete.
Pouco tempo depois, numa clara tentativa de saneamento, alguns técnicos superiores da autarquia foram "emprateleirados", num anexo criado no Pavilhão municipal, logo apelidado de "unidade de queimados". Foi sol de pouca dura. Ainda os louvores a tanta coragem não tinham cessado e, em 2015, inesperadamente, o vice-presidente da Câmara e o chefe de gabinete foram afastados e renunciaram, não tendo havido até hoje qualquer esclarecimento público sobre o assunto. Hugo Cristóvão assumiu então a vice-presidência, e não se falou mais no assunto a nível interno. Que se saiba.
Nove anos mais tarde, o agora presidente Cristóvão foi entrevistado por um semanário regional,  e disse coisas algo surpreendentes, que podem ser lidas na edição impressa d'O MIRANTE, edição papel de 15 de Fevereiro de 2024, páginas 24 e 25. 
À pergunta "Há técnicos municipais que mandam mais que o presidente da Câmara?" Cristóvão nem hesitou: "Ao longo dos anos fui dizendo que isso acontece em algumas situações, por ausência de liderança, sem cedências, embora não me custe reconhecer que há culturas de organização que não mudam de um dia para o outro."
Disse mais: "Há no município de Tomar... ...várias chefias intermédias. Algumas ainda abusam do seu cargo e do seu estatuto, mas é um problema que queremos resolver." Acicatado por esta última adversativa,  (ou de acordo com o guião combinado), quem entrevistou foi lesto: "Devia ser mais fácil despedir essas chefias que tentam contrariar decisões superiores?" -"Devia e tenho essa opinião há muito tempo", respondeu o presidente Cristóvão.
Contrariando alguma opinião local de lambe-botas, segundo a qual este blogue "é só má língua", o próprio presidente da Câmara confirma assim, usando outro vocabulário, que há nos Paços do concelho uma camarilha que manda mais que o próprio presidente, sempre e quando estão em causa projectos a necessitar de adequada lubrificação. Como por exemplo as Avessadas...
A velha receita, que consiste em criar dificuldades por cima da mesa, para depois vender facilidades por baixo da mesma. Já o Lavoisier enunciava, há três séculos que "as mesmas causas nas mesmas condições exteriores, produzem sempre os mesmos efeitos." Resta agora ao presidente Cristóvão, caso pretenda "betonar" a sua posição, esclarecer finalmente o estranho imbróglio de 2015.
Quanto à tal camarilha municipal, pelo menos ao nível das intenções presidenciais, o seu reinado tem os dias contados. Aproximam-se sucessivas tempestades, a vinte dias das legislativas de 10 de Março. Finalmente um bom sinal para Tomar e para os tomarenses de boa vontade? Já vai sendo tempo, ao cabo de dez anos de uma governação algo caótica.

2 comentários:

  1. Professor, afinal as contas demoraram tanto porque os gajos andaram a fazer o PowerPoint.

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  2. Professor, eu vou dar-lhe uma ajudinha: as contas desta festa são inovadoras, até o esmalte para pintar os postes entram nas contas, é a contabilidade analítica, o verniz, etc..., tudo, tudo, tudo!!! Em materiais de limpeza foram 19 euros e 63 cêntimos. Há deter sido o detergente para lavar as retretes. Os concertos saíram de borla , foram os patrocinadores que pagaram.

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