quinta-feira, 27 de julho de 2023

 


Quantos vieram à Festa grande? Muitos.

O "conto do Vigário" e os tabuleiros - 2

ATUALIDADE – Raul Almeida eleito presidente da Turismo Centro de Portugal com 98,2% dos votos. Anabela Freitas fica na Comissão executiva | Rádio Hertz (radiohertz.pt)

TOMAR – Festa dos Tabuleiros. Divulgação do número aproximado de visitantes foi adiada para 9 de Agosto | Rádio Hertz (radiohertz.pt)

TOMAR – Agora sim, é oficial! Anabela Freitas vai deixar a presidência da Câmara, ao que tudo indica depois de 15 de Setembro próximo (c/vídeo) | Rádio Hertz (radiohertz.pt)

Quem tenha lido com atenção a crónica anterior, terá ficado a perceber que o "conto do Vigário" é afinal uma vigarice bem engendrada, que consiste em levar os outros a acreditar numa realidade falsa, para daí retirar benefícios. Exactamente o que se faz na política, com alguma frequência. Embora já fosse praticada por estas bandas desde as primeiras eleições livres, a partir de 2013 os tomarenses deram o poder local a uma maioria PS, que se tem revelado desde então como verdadeiros artistas na área da vigarice política. Bem intencionada, sem dúvida alguma, porém mesmo assim vigarice. Dois exemplos recentes, não me parece que deixem lugar para dúvidas.
Todos os que seguem com alguma atenção a política local se recordam, sem dúvida, do momento em que Anabela Freitas anunciou, com solenidade, que se ia candidatar à Entidade Regional de Turismo do Centro, e que se fosse eleita, renunciaria à presidência da autarquia.
Já habituados à ideia, aqueles tomarenses que lêem estas coisas vieram a saber mais tarde que afinal a nossa querida presidente concluira um acordo com um colega autarca do PSD, nos termos do qual já não seria candidata, mas apenas número dois da lista social-democrata unitária, renunciando mesmo assim à presidência da Câmara, mas só a partir de 15 de Setembro, terminada a época de maior incidência dos incêndios. (Ver 3º link supra).
As eleições foram no dia 26 de Julho, e só graças à notícia muito completa da Hertz (ver  1º link supra) se ficou a saber que, verificação feita, Anabela Freitas é apenas 3ª na lista votada. Ou seja, na prática conseguiu  manter o lugar que já ocupava na comissão executiva anterior, como representante de Tomar ou do Médio Tejo, não havendo portanto sequer a necessidade de renunciar à presidência, a não ser para ocupar outra posição remunerada no Turismo do Centro. Acrescente-se que, com menos alarido e sem nunca ter anunciado a sua candidatura, ou a hipotética renúncia ao cargo, o presidente de Ourém, Luís Albuquerque, do PSD, conseguiu o 5º lugar na lista do seu companheiro de partido Raul Almeida. Diferentes maneiras de estar no poder local. Uns com, outros sem vigarices políticas.
Na mesma linha, e partindo da mesma referência noticiosa (ver 2º link supra), constata-se que Anabela Freitas adiou para o dia 9 de Agosto a indicação dos totais estimados de visitantes que vieram a Tomar por ocasião dos tabuleiros. Trata-se do adiamento de mais uma vigarice política, uma vez que não há elementos fiáveis que permitam avançar números com alguma credibilidade. A própria senhora presidente vai acentuando que se trata de estimativas fornecidas pelas autoridades policiais, naturalmente falíveis.
A bem dizer, é um assunto sem qualquer importância prática. Quer tenham vindo muitos ou poucos visitantes, mais ou menos que em 2019, é irrelevante. Está feito, está feito. Já não tem remédio algum. Porquê então tanto empenho da senhora? Antes de mais, por vaidade, protagonismo e vingança política, contra quem ousa criticá-la. Quer sair triunfalmente, após ter realizado a que ela considera a maior Festa dos tabuleiros de sempre, que custou a barbaridade de mais de um milhão de euros à autarquia, contra menos de metade em 2019. Por esse caminho...
Infelizmente para ela, é já do domínio público que houve falhas e das grandes, podendo até ter acontecido que aqueles 20 concertos gratuitos tenham sido apenas um erro monumental de adolescentes serôdios, incapazes de administrar honestamente os recursos alheios. Consciente disso, a senhora tenta recorrer, uma vez mais, à vigarice política, para desviar a atenção e virar o jogo a seu favor. Parte do princípio que, se for anunciado oficialmente ter havido mais visitantes este ano que em 2019, isso constituirá um êxito indesmentível. E se essa enorme massa de gente se distribuiu pelos dez dias da festa, terá mesmo sido um sucesso retumbante, a justificar os gastos e as alterações feitas, nomeadamente o alargamento temporal, a antecipação das ruas ornamentadas e os 20 concertos à borla, para atrair público, numa festa "do povo para o povo".
Vigária experiente, assim como quem não quer influenciar de modo algum, já foi dando o seu lamiré. Avançou que, na sua opinião, (ler no segundo link),  terá havido mais visitantes nos dias anteriores ao cortejo, e menos durante o grande desfile, tudo em relação a 2019. Mas onde terá a senhora ido pescar os elementos para fundamentar tal posição? Trata-se tão somente de confundir o que deseja, com o que ocorreu realmente. O tal conto do Vigário. Vamos aguardar os números, mas de pé atrás. 
Tanto mais que o mandatário da lista PSD para o Turismo do Centro foi o administrador da empresa hoteleira Vila Galé, com a qual a Câmara de Tomar celebrou aquela venda muito vantajosa para o comprador do ex-Convento de Santa Iria e anexos. Avaliado em 3 milhões de euros no mandato de António Paiva, mais tarde reduzidos para 2,5 e 2 milhões de euros, foi agora cedido pelo PS por pouco mais de 700 mil euros. Honni soit qui mal y pense! Mas na política, aquilo que parece é.

1 comentário:

  1. Não esquecer de participar HOJE no grande debate sobre o estado do concelho de Tomar, num local indicado e próximo de todos...

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