Festa dos tabuleiros e ruas ornamentadas
Anabela Freitas continua a brilhar
Em declarações à sua rádio oficial, a presidente da Câmara expressou satisfação em relação às ornamentações. Declarou que as pessoas se esmeraram, não só na decoração das ruas como na das janelas, varandas e fachadas. E rematou bem à sua maneira, avançando que este ano há mais visitantes, em relação a festas anteriores.
Em que se terá baseado, quanto à avaliação da afluência de visitantes? Foi à bruxa? Mistério e mania das grandezas. Uma coisa é certa: o seu português deixa a desejar, revelando algum cansaço, porquanto se houve mesmo incremento de forasteiros, terá sido forçosamente em relação a festas anteriores. Redundância inútil portanto. Espalhafato supérfluo.
Quanto à substância, usando o seu próprio estilo populista, direi que a população é realmente extraordinária, quando se apela à sua colaboração em prol da cidade e do concelho. Infelizmente, sempre na cega busca de votos, esta maioria socialista opta sistematicamente pelo facilitismo, pelo popularucho, pelo mais vistoso, pela palhaçada, em detrimento do essencial. E assim estamos.
Em vez de ruas ornamentadas e janelas paramentadas, durante menos de uma semana, com o Mouchão, o campismo e a limpeza em geral no triste estado em que estão, durante todo o ano, gostaria mais do Mouchão verde e bem cuidado, do campismo aberto e limpo, das ruas varridas e sem ervas nem ornamentação efémera, tipo festa de aldeola perdida. De uma forma digna e com classe. Tudo coisas que não sei se a senhora saberá o que são. Tanto no domínio dos factos como no campo das ideias.
Gastar mais de um milhão de euros, que tanta falta fazem noutros sectores, numa festa que não tem retorno directo para os cofres camarários, é o que se pode chamar uma heresia em termos de investimento. Terminada a festa, qual o lucro para o município e para a população, para além da satisfação da vaidade a roçar o patológico?
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