As defensoras e defensores da igualdade de género devem delirar com esta e outras imagens do Cortejo dos rapazes: Os meninos de costa direita, olhando à volta, e as meninas a alombarem com os tabuleiros, numa idade em que não convém ter pesos à cabeça, por causa da coluna vertebral, ainda em desenvolvimento. Mesmo sem serem obrigadas, claro. Como no caso das muçulmanas e do hijabe. Só daqui a muitos anos, vão queixar-se dos bicos de papagaio, sem estabelecer então a relação de causa a efeito. As dos tabuleiros. Não as do hijabe E quanto aos adversários acérrimos do trabalho infantil, estamos conversados. Convém ponderar também estes aspectos, antes de avançar com a candidatura para a UNESCO como César na Gália. Porque não vai ser fácil. Nem lá perto.
Críticas à Festa do tabuleiros
Até os que lucram gozam com os tomaristas
Para as luminárias tomaristas, sempre prontas a apontar o dedo ao Tomar a dianteira 3, acusando-o de só publicar má-língua, de dizer mal, eis aqui um belo guardanapo ribatejano para limparem os queixos, depois de terem botado faladura:
"Orbivagante Manuel Serra d’Aire
A origem da Festa dos Tabuleiros em Tomar perde-se na bruma dos tempos e só isso pode justificar que o culto da misoginia [misoginia = ódio às mulheres, esclarecimento de Tomar a dianteira 3] perdure até hoje. Há tradições imutáveis; e numa cidade que tem origem nos cavaleiros templários, que não eram propriamente conhecidos pela fervorosa devoção ao sexo feminino, é preciso ter cuidado quando se trata da cultura enraizada. É por isso, provavelmente, que o Cortejo dos Rapazes, na Festa dos Tabuleiros, continua a ter essa designação apesar da absoluta paridade que existe no desfile, composto por pares de meninos e meninas. Com a agravante de serem as moças a terem que carregar com os tabuleiros à cabeça durante o percurso, à semelhança do que acontece no principal desfile com mulheres já feitas.
O Cavaleiro Andante já tinha alertado para esta flagrante desigualdade e eu corroboro-a. O que me admira é que os movimentos de empoderamento feminino ainda não tenham dado pela coisa e não tenham lançado um dos seus manifestos exigindo a mudança do nome para cortejo dos rapazes e das raparigas, dos meninos e das meninas, dos cachopos e das cachopas, deles e delas ou coisa que o valha. Pelos visto as capazes andam distraídas ou entretidas com outras coisas..."
Serafim das Neves, Emails do outro mundo, O MIRANTE online, 19/07/2023
"Igualitário Serafim das Neves
Referes a misoginia da Festa dos Tabuleiros de Tomar e dás como exemplo a manutenção da designação de Cortejo dos Rapazes, para um desfile em que há tantos rapazes como raparigas e em que, ainda por cima, são elas que levam os tabuleiros à cabeça durante todo o percurso. Se pensarmos bem, é exactamente por isso que o cortejo mantém o nome. E também porque assim o exige a tradição.
A Festa dos Tabuleiros pode não ser um exemplo a nível de igualdade de sexos, mas é um excelente exemplo da manutenção das tradições. Gualdim Pais e os homens do seu tempo, cavaleiros templários ou não, ficariam satisfeitos se voltassem cá e assistissem à coisa.
Mas há outras interpretações. Qualquer feminista das boas te dirá que ao carregarem os tabuleiros, as mulheres mostram a sua superioridade, porque os homens o não conseguem fazer. Seja por não terem força ou não conseguirem equilibrar aquelas torres de pão no cocuruto das suas minúsculas cabeças. E quem sou eu para contestar?!!"
Manuel Serra d'Aire, Emails do outro mundo, O MIRANTE, 20/07/2023, página 10
Com a devida vénia e os agradecimentos de Tomar a dianteira 3
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