terça-feira, 25 de julho de 2023

Ciclovias ornamentais

Um retrato de Tomar e dos tomarenses

https://tomarnarede.pt/insolito/ciclovia-que-termina-numa-esplanada-da-que-falar/

Conforme o link acima, o Tomar na rede acha insólito que uma ciclovia comece ou acabe numa esplanada da Estrada da Serra:

Foto Tomar na rede, com os agradecimentos de TAD3.

Tomar a dianteira 3 concorda, pois é realmente original, mas parece-lhe ainda mais estranho e típico, que tenha sido uma holandesa residente a dar pela marosca. Tanta gente nabantina a passar por ali, e só uma estrangeira reparou e fotografou. E logo uma holandesa, vinda do país que tem, de longe, a melhor e maior rede de ciclovias do continente:



Os tomarenses, como de costume, ou não repararam, ou viram e calaram, porque a senhora presidente é tão boa pessoa, tão simpática, fala tão bem, dá tanta música,  concede tantos subsídios, ajuda tantos ciganos, e mesmo assim é só malandragem a dizer mal dela. São uns ingratos! A verdade porém, nua e crua, é que já havia antes asneira do mesmo tipo, aquém da ponte, na premiada Avenida Nun'Álvares, e ninguém alertou:


Conforme se pode ver na imagem, só falta a árvore, cujo tronco aparece na foto anterior a esta. Em contrapartida, tem o desvio para a esquerda, rumo à ciclovia do lado oposto, via passagem para peões. E não se ficam por aqui as originalidades cicloviais. Na mesma avenida, com mais trânsito que a Estrada da Serra, há não uma mas duas ciclovias, sendo a da esquerda, no sentido Tomar-Lisboa, mais curta que a da direita, cerca de 20 metros em cada extremidade. Porquê? Mistério.
Decerto conscientes da extrema utilidade de tais vias de circulação, os comerciantes e industriais da zona dão-lhes a importância que merecem:



Nem a chapinha metálica com a bicicleta,  cravada no solo, nem o painel de paragem dos TUT são suficientes para manter a via livre. Sinal de que por ali, bicicleta é coisa rara,  e cidadão abusador bastante comum.
Mas há mais curioso ainda,  um pouco mais acima, na Avenida dos Combatentes da Grande Guerra:





Numa artéria urbana bastante curta, há ciclovia dupla mas ao meio, contudo só em metade do percurso. Ou seja, menos de 30 metros. Mais parece uma pista de aterragem-descolagem de bicicletas voadoras, para quando as houver, bem entendido. Tomar sempre na liderança do futuro! A ciclovia mais curta da região centro? Ou será do país e da Europa?
Fica-se sem saber bem o que achar mais estranho:
-Estas e outras asneiras, que só servem para estragar dinheiro, e armar ao pingarelho, apesar de terem passado pelo crivo de funcionários superiores certamente competentes e de eleitos naturalmente honestos  com experiência?
-A usual passividade dos tomarenses, que tudo aceitam sem protestar?
-Ou a atitude vergonhosa dos oportunistas reles, que para irem sacando algum, vão culpando os raros que ainda arranjam ânimo para criticar, com a falsa alegação de má-língua, em vez de ousarem recconhecer as coisas como elas são?
Estes casos fora do comum são afinal apenas mais um retrato fiel de Tomar e dos tomarenses, em 2023. E nem a cidade nem os seus cidadãos ficam nada bem na fotografia. Todos. Pagam os justos pelos pecadores. É pena e está aqui documentado, para memória futura.


3 comentários:

  1. Sobre as ciclovias, tive a oportunidade de integrar um grupo de ciclistas urbanos, ainda no tempo da última câmara PSD, que promoveu a recolha de mais de 4000 assinaturas para ser discutida uma proposta de ciclovias para a cidade, o que sucedeu. À época, a ideia era assinalar, a tinta. na própria via rodoviária corredores para bicicletas em determinados percursos que considerávamos adequados e funcionais. A Câmara discutiu o assunto, aprovou a ideia e contratou especialistas urbanos da universidade de Coimbra, se não me engano. A proposta que foi apresentada não passou da primeira apresentação por se sustentar numa filosofia de renovação e requalificação das artérias numa dimensão incomportável no preço e no tempo. E a coisa morreu. Eu também foi obrigado por razóes médicas a deixar de utilizar a bicicleta. O erro, a meu ver, foi mão optar pela solução simples que advogávamos. As presentes ciclovias, bem localizadas nuns locais e nem tanto, ou nada, noutros, sofrem de vários males escusados, como a diferença de pisos, por exemplo, ou a a forma demasiado discreta com que se apresentam que as tornam invisíveis, por exemplo entre o Tribunal e a Rua dos Arcos. Todavia, esses seriam males menores caso a rede estivesse já completa. Mas como nada se pode fazer de um dia para o outro, presumo que se completem os circuitos a breve trecho. O problema, contudo, continuará a ser o mesmo: complicou-se o que era fácil de fazer. O problema de fundo, porém, foi não ter compatibilizado as vias com a oferta de bicicletas públicas, tendo- se optado por trotinetes que já desapareceram. A procura actual de ciclovias é pequeníssima para a estrutura que está a ser concebida, por vezes em locais sem necessidade em termos de mobilidade. e entretanto vamos venda bicicletas em contramão e em sentidos proibidos, quando não em cima dos passeios, sem intervenção pedagógica ou punitiva.

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    1. Agradeço o seu comentário com o qual concordo no essencial. No meu entendimento, é uma pequena tragédia o que vai acontecendo em Tomar. Há ciclovias sem conexão entre si, mas não há bicicletas. Há automóveis de residentes e de turistas, mas não há parques de estacionamento suficientes. Autocarros de turismo param no espaço reservado a ambulâncias, no hospital velho, largando turistas que vão visitar a Sinagoga. A Câmara ainda não teve teve ou ocasião para informar os transportistas e operadores turísticos que há um parque para autocarros ao fundo na Várzea grande, com a fabulosa capacidade de seis autocarros seis! Como lá está com frequência o autocarro de um transportista local, restam cinco lugares.
      Numa situação destas, a Câmara continua a asneirar, como acontece noutras, com uma diferença. Regra geral reconhecem os erros e ouvem quem critica. Tomar é a excepção. Os autarcas têm sempre razão e não ouvem ninguém, porque já sabem tudo. Haja paciência!

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  2. O problema é que quêm concebeu estas ciclovias nunca andou de bicicleta, vi á tempos um documentário sobre as ciclovias na Holanda, onde sem dúvida a principio se fizeram coisas muito mal feitas, que depois foram corrrigidas, de tudo o que vi ficou-me um comentário do responsável pelas modernas ciclovias que disse, e passo a citar, quêm desenha as ciclovias devia de ser obrigado a ir para o trabalho pelo menos um mês de bicicleta, aqui fazen-se projetos sem nunca sair dos gabinetes, daí resultam rotundas onde os pesados não conseguêm contornar para não dizer mais, enfim é o que quiseram têr agora aguentem.

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