sexta-feira, 28 de julho de 2023


 



Política local

Um achado genial


Eu já desconfiava antes, que havia algo escondido. A cada crítica fundamentada, a resposta era, e continua sendo,  sempre a mesma. Acusar quem critica de má~língua, uma maneira ardilosa de esconder, ou negar, o objecto da crítica. Mais cómodo que reconhecer erros. Até que o evidente bico de obra da falta de estacionamento na área urbana provocou o esclarecimento definitivo da situação.
Confrontado com o estacionamento ilegal junto à capela de S. Gregório, por falta de melhor opção,  o indigitado novo presidente da Câmara, a quem saúdo respeitosamente, desejando-lhe sinceramente as maiores felicidades no desempenho do cargo, para benefício de todos nós, o novo presidente da câmara dizia eu, achou uma solução genial.
Em vez de reconhecer que há realmente muita falta de estacionamento na cidade, tanto para moradores como para visitantes, e arranjar novos parques, Cristóvão mandou colocar uma boa centena de pilaretes, assim eliminando um quarteirão de lugares para estacionar. Bem visto e muito mais fácil e rápido. Assim, apesar de não ser muito estética a nova visão do local, como reconheceu o próprio autarca, na Rádio Hertz, os cidadãos olham para aquilo e vão pensar de certeza que não deve haver falta de estacionamento na urbe. Se houvesse, a Câmara não faria uma barbaridade daquelas.
E não se pense que é caso único. Pelo contrário. Parece ser uma nova prática maduramente meditada. Já antes Anabela Freitas, a querida presidente de saída, que também nunca reconheceu erros, fez algo semelhante. Perante a fuga da população, que atribuiu à migração para a faixa costeira, resolveu encontrar maneira de abandonar a Câmara antes do final do mandato, indo também ela trabalhar para Aveiro, justamente na faixa costeira.
Perante tal situação, os eleitores tomarenses vão decerto pensar que não há fuga da população, muito menos para a faixa costeira. Se houvesse, a nossa querida ex-presidente não faria decerto o que vai fazer, assim dando um péssimo exemplo aos conterrâneos e outros.
Terceiro exemplo do novo achado tomarense, está em curso a preparação da operação de fabricação de uma assistência conveniente para a Festa dos tabuleiros 2023. Processo moroso, como se compreende, até já houve um adiamento, usando como desculpa a vinda do papa. 
Perante o problema da evidente falta de estacionamento e de organização adequada, que provocaram nomeadamente longas caminhadas a muitos visitantes desprevenidos, (ver imagem), assim como sérias dificuldades para ver o cortejo em condições decentes, a querida presidente encontrou também a tal solução genial. Se a própria Comissão central anunciar que houve mais gente na festa que em 2019, nomeadamente nos concertos à borla, o povo vai pensar, sem dúvida alguma, que não houve falta de estacionamento, nem de organização. Se tivesse havido, não teria vindo tanta gente.
Chama-se a tudo isto manipulação da realidade envolvente. Uma habilidade política que mete medo. Porque, por esse caminho, havendo uma gritante falta de médicos no concelho, quem nos garante que um dia destes não vão expulsar médicos, ou transferir doentes para a faixa costeira, maneiras ardilosas de dar a entender que não há falta de clínicos?
Há gente capaz de tudo para manter o tachito. Até eleitores que não lêem determinadas crónicas, quando palpitam que transmitem uma verdade desagradável, ou pelo menos inconveniente, para depois dizerem que não leram, onde convier. Pensam que não lendo, a crónica não existe e portanto a verdade desagradável ou inconveniente também não. E fica-se bem visto pelos tomaristas empedernidos, que recusam ver mais longe. Até ao dia em que precisam de estacionar o carro, ir ao médico ou abrir uma torneira que tenha água...

1 comentário:

  1. Em Tomar é tudo em GRANDE !
    Dos previstos 10 000 peregrinos em Tomar para as JNJ ,afinal são 350 !?
    Será que são ?

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