quinta-feira, 7 de julho de 2022

           Foto Tomar na rede.


O PROBLEMA DO FLECHEIRO ESTÁ RESOLVIDO?
 

OU É SÓ A HABITUAL CONVERSA FIADA?

Aqui há dias, um dos defensores da actual maioria camarária apontou num blogue local, como princípal êxito dos freitistas, o realojamento da comunidade cigana do Flecheiro. Será mesmo verdade? Ou é só mais uma balela para tentar iludir quem ouve ou lê?

Basta ir ao Flecheiro para constatar, sem margem para dúvidas, que o problema está ainda longe de resolvido. Continua a haver barracas, que continuam a alojar o clã Fragoso, bem como os destroços de anteriores edificações dos clãs Róflin e Pascoal.

Além dessa nódoa, há o problema do "Bairro calé", do outro lado da linha, junto à antiga cadeia comarcã, agora sede da GNR. Apesar de vizinhos, os militares da Guarda nada podem fazer, quando há barulho nocturno ou zaragatas, porque a competência na área urbana é um exclusivo da PSP, e ali é área urbana. Não parece, mas é.

Outra questão pendente é que o bairro foi edificado exclusivamente para alojar o clã Pascoal. Só depois os serviços camarários competentes concluiram que tal era ilegal, por haver directivas europeias a proibir bairros sociais mono-étnicos.

Recorreu-se então à vigarice legal. Anunciou-se oficialmente que afinal o bairro não é tal, mas um "centro de acolhimento temporário". Tudo bem, não fora o caso de isso implicar a saída do clã para outros alojamentos, a mais ou menos longo prazo, uma vez que, tratando-se de alojamento temporário, erguido com fundos europeus... Mas também é verdade, e vem a talhe de foice, que o CIRE registou por usucapião um terreno que lhe foi cedido a título precário pela Câmara há mais de 45 anos.

Os outros clãs ciganos foram realojados em diferentes locais, com relevo para os bairros sociais da Senhora dos Anjos e 1º de Maio. Ou seja, em vez de resolvido, o "problema Flecheiro" foi para já multiplicado por quatro. Ampliado, portanto. Anteriormente, bastava às autoridades irem ao Flecheiro. Agora têm de ir ao Bairro calé, ao Flecheiro, ao Bairro 1º de Maio ou à Senhora dos Anjos. Já tem acontecido ter de ir a dois em simultâneo, e não é assim muito prático. Sobretudo de noite, que os efectivos são poucos e o medo é que guarda a vinha.

É a isto que os apaniguados entusiastas de Anabela Freitas apelidam de realojamento cigano com êxito e com impacto? Aposto que, caso resolvessem instalar uma ou duas famílias ciganas em frente ou ao lado das vivendas onde moram alguns camaristas da área social, seriam eles os primeiros a barafustar, exigindo que os deslocassem para longe. Mas como por enquanto é à porta dos outros, vai-se falando de grande êxito. Com os problemas alheios podemos nós  todos muito bem!




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