sábado, 23 de julho de 2022

Foto Neila Silva

Propaganda política

UM CARTAZ QUE CHOCA 

INTERROGA E DESMOBILIZA

mais de um mês que está exposto, ao fundo da Corredoura, o cartaz da fotografia acima. Por estranho que possa parecer, apesar de haver em Tomar 3 jornais, 2 rádios locais e alguns blogues informativos, ainda nenhum deles, que eu saiba, abordou o assunto. Porquê? Nenhum dos seus jornalistas, ou colaboradores, leu ainda o cartaz? Conheço discursos sobre direito à  informação, menos eloquentes que este silêncio amplo e prolongado.

Correndo os riscos inerentes, que ignoro quais possam ser na sua totalidade, aqui vai o que penso. Antes de mais, e sobretudo, trata-se de um cartaz que me choca, porque enferma de erros de ortografia, de grafismo e de comunicação. Mas choca ainda mais, ao verificar-se que está assinado pela CDU, coligação eleitoral entre o Partido comunista e o Partido ecologista Os verdes.

Com efeito, o usual lema dos candidatos da CDU é "Honestidade, Trabalho, Competência", e nenhum destes atributos está presente no dito cartaz. A forma como está escrito não parece muito honesta, o trabalho não parece do melhor e quanto a competência, estamos conversados. Vem então a inevitável interrogação. Quer se goste ou não do PCP, forçoso é reconhecer que dispõe de quadros e militantes do melhor e mais competente que há no país, mesmo em Tomar. Como foi então possível fazer, deixar fazer, afixar e manter semelhante cartaz, durante tanto tempo, ao fundo da rua principal de uma cidade da província? Ninguém soube nem sabe dentro do partido? Ninguém viu ainda? Receio de intervir? Ou de divergir?

Qualquer que seja o caso, é pena tal abandono às circunstâncias, uma espécie de deixa andar, tão típico de Tomar. No meu entender, o referido cartaz, embora condenando um abuso evidente -o aumento do tarifário da Tejo Ambiente em 23%- acaba por afastar os potenciais apoiantes do movimento anti-aumento do tarifário e pela extinção da Tejo Ambiente. Quem, com efeito, se sente atraído por gente menos capaz, incompetente, e sem noção mínima de decência estética?

Pode ser também que o dito cartaz tenha sido deliberadamente concebido para ficar com o aspecto que tem. Maneira subtil de inculcar a ideia de um movimento popular contra o aumento, de consumidores de pouca instrução e fracos rendimentos. Pode ser. Mas se assim foi, a meu ver, não se pode dizer que seja muito conseguido. Mas também é verdade que, em termos de instrução e de recursos materiais,  não pertenço às classes populares. Um pedido final, para o bem de todos, creio eu: Por favor substituam o cartaz quanto antes, por outro bem feito e mais apelativo. Mais certeiro. Pode ser?

Aquele envergonha-nos a todos. Já estou a ouvir os turistas, depois de lerem: "Oh coitados dos tomarenses, nem escrever sabem!"

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