segunda-feira, 11 de julho de 2022


António Paiva 

de novo candidato à Câmara de Tomar ?

Pois é. Bem sei. As próximas autárquicas estão previstas para 2025, pelo que não faz sentido candidatar-se desde já. Donde os eventuais e habituais comentários de fino recorte literário, ao lerem esta crónica. Do tipo "Este gajo é uma besta quadrada e está "chéché". A idade não perdoa!"  Mas diz o povo que "candeia que vai à frente, alumia duas vezes.""E todavia, ele move-se", como diria Galileu. Sabem quem foi e em que circunstâncias pronunciou a conhecida frase? Convém informar-se, antes de lançar bacoradas.

Na iniciativa do Fatias de Cá "Do que é que Tomar precisa?", no passado dia 8 de Julho, o ex-presidente António Paiva foi diferente e surpreendeu. Pelo menos o autor destas linhas, que também respondeu a perguntas num desses programas. Enquanto os restantes entrevistados avançaram com soluções parciais, como por exemplo Carlos Carvalheiro, que defendeu a inversão do sentido do trânsito na Ponte velha. ou Ana Carvalho que destacou o aproveitamento dos terrenos da ex-Fábrica de fiação, António Paiva foi logo ao osso da questão, atirando que Tomar tem de ser mais forte. Seguiram-se outros considerandos, todos de igual teor global. Nada de remendos. De remedeios. Tudo novo. Para outro mandato, obviamente.

Megalomania? Precipitação? É claro que não. Um homem que já conseguiu mais de 15 mil votos no concelho (mais do dobro da actual maioria), não precisa de ser megalómano e não se precipita em circunstâncias normais. A que devemos então uma prestação à primeira vista largamente prematura?

No meu entender, António Paiva já intuiu duas coisas básicas: A - Esta maioria autárquica não é reformável e tem os dias contados; B - Com a sua actual equipa autárquica, o PSD não vai lá. Munido destes dois dados, PAIVA resolveu tentar matar dois coelhos com a mesma cajadada. Espevitar os social-democratas, para os obrigar a endurecer a sua acção enquanto oposição. Enervar a maioria PS,  provocando-a e levando-a a cometer mais erros, assim precipitando a sua queda.

Precipitando a sua queda?!, questionará o leitor mais acostumado a estas coisas. A resposta é afirmativa. Paiva percebeu, e não está sozinho nessa análise, que esta maioria muito dificilmente chegará ao fim do mandato. Isto porque a sua maleabilidade negocial é praticamente nula. Estão mais habituados a usar o medo, recorrendo ao " ou passa ou parte". E aquando do próximo e inevitável problema financeiro com a Tejo Ambiente, a AM não perdoará. Votará contra e derrubará de facto o executivo, incapaz de exercer cabalmente as suas funções sem a aprovação do parlamento municipal.

É certo que anteriormente o executivo pagou uma soma importante à Tejo Ambiente, contra a opinião da AM, usando um argumento infantil. -Que teria de pagar mesmo sem a aprovação prévia do legislativo, o que não é de todo verdade. E da próxima vez, os deputados municipais já estarão de sobreaviso. Anabela Freitas tentará dramatizar e sobreviver politicamente contra a maioria da AM, mas muito dificilmente o conseguirá.

E António Paiva, arguto e fino político como já demonstrou ser, tratou de se colocar em tempo útil nos blocos de partida. Baseado na futura nova atitude de Montenegro para 2026, resolveu dizer desde já aos rioistas do executivo tomarense "Não tenham ilusões, que eu estou aqui, pronto para o que der e vier, e peso mais de 15 mil votos. Quanto pesam vocês, todos juntos?"

Simples elucubrações da minha parte? É possível. A seu tempo veremos. (Para assistir à prestação de A. Paiva: https://www.youtube.com/watch?v=ZILHZZyl)

1 comentário:

  1. Mesmo com algumas falhas !
    Volta está perdoado !
    Está a fazer muita falta , traga sangue novo ,pois no psd está tudo infetado !

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