A ENCRENCA TEJO AMBIENTE
E AS LÁSTIMAS PARTIDÁRIAS
Conforme se previa nos círculos geralmente bem informados, o aumento da água + taxas passou. O PSD terá ficado todo satisfeito por alardear uma vez mais a sua conhecida hipocrisia. Não votou favoravelmente, mas permitiu a aprovação. Medo, foi o que foi.
Fez mal, porque a Tejo Ambiente não passa afinal de uma encrenca, sucessora de outra encrenca crónica, chamada SMAS Tomar. Se bem se recordam, a maioria PS, esta maioria PS, não é nada favorável à iniciativa empresarial, embora possa ocasionalmente proclamar o oposto, na sua típica dupla linguagem. Recorreu portanto à fundação de uma EIM só quando não lhe restava outra alternativa, e já havia sido recusada pelos outros municípios de vulto da região (Abrantes e Torres Novas). Porquê? Porque desde há muito tempo que os SMAS Tomar padeciam de dois alegados cancros, afinal apenas um só.
Um desses alegados cancros são as anunciadas "perdas de rede", que duram há décadas. Segundo os próprios serviços informavam na época, tais perdas de água por roturas na rede, eram da ordem dos 40%. Ou seja: Em cada 100 litros captados ou comprados em alta, 40 nunca são faturados em baixa. Um desastre e dos grandes, pago pelos consumidores.
O outro tumor maligno é um contrato celebrado entre os SMAS e uma empresa ligada à EPAL, para fornecimento em alta de água, que em Tomar é mais cara do que em Lisboa, em baixa. Leu bem. Essa água da EPAL, via empresa subsidiária, custa mais cara "em alta" agora à Tejo Ambiente, do que "em baixa", na torneira dos consumidores finais, em Lisboa, a mais de cem quilómetros do Castelo do Bode, onde é captada. Imoral, mas bem real.
Bem vistas as coisas, estes dois cancros, ou anomalias, como queiram chamar-lhe, são apenas um mesmo abcesso -uma gestão muito deficiente, cujo modelo foi levado pelos SMAS para a Tejo Ambiente. A chamada "cultura de empresa". Daqui já resultaram enfermidades várias, as quais implicaram, por exemplo, a transferência de dois milhões de euros suplementares, e agora este aumento. Para Janeiro próximo haverá outro, da ordem dos 10%, e assim sucessivamente. O povo é sereno, disse em tempos um militar de Abril.
Tudo isto numa empresa cujo sócio maioritário, o Município de Tomar, tem afinal menos sete mil eleitores que o segundo, o Município de Ourém, e portanto menos consumidores. Nestas condições, é sócio maioritário para quê? Para pagar mais, logicamente.
Se a isto juntarmos que em Ourém a distribuição de água pela Câmara está concessionada a uma multinacional até 2027, o que dispensa os oureenses do atual aumento, bem como a decisão insólita de ampliar a rede no concelho de Tomar, em vez de procurar eficazmente reparar as tais roturas que custam 40% da água em alta, temos a embrulhada completa.
Iremos de trambolhão em trambolhão, até ao trambolhão final. Tudo porque desde 2013 que o PSD não consegue atinar com o básico. Para ter alguma hipótese de vencer em Tomar, tem de mostrar que dispõe de ideias alternativas sólidas. Até agora nada. PS/PSD = farinha do mesmo saco.
As ruturas pagam muito ,então e o enchimento de piscinas e tanques !?
ResponderEliminarJá para não falar dos milhares de litros gastos com as autocaravanas no ex. Parque de Turismo e Campismo !?
Era bom e parece-me indispensável apurar essas coisas que denuncia e várias outras, mas Anabela Freitas não quer. Por isso recusou a auditoria exterior proposta pelo PSD. Terá algo grave a esconder, além das irregularidades nas contas?
EliminarEstou convencido que é só uma questão de tempo até se saber. Quando for preciso aumentar de novo a água, lá para 2023, uma vez que os fornecedores "em alta" se preparam para aproveitar a seca prolongada como argumento para ampliar lucros, logo veremos quem anda agora a esconder o quê. A mentira tem sempre a perna curta, pelo que se apanha mais depressa um aldrabão que um coxo. É só esperar para ver. Até lá há que continuar a bater-se pela liberdade de informação e de opinião, que alguns instalados tudo fazem para tentar trucidar. Mas não vão conseguir no que me concerne.