domingo, 24 de julho de 2022

 

Fachada do que resta da antiga sinagoga de Tomar

Crónica de um leitor da net

Visite o Vale dos enganos

A grande vantagem da proliferação da net, é a variedade informativa que faculta. Esta semana, dois textos chamaram a atenção do escriba. Um a promover a Sinagoga, cuja origem  parece ser o serviço de  comunicação da Câmara de Tomar, outro um simples comentário de leitor de blogue.

O texto sobre a Sinagoga, publicado n'O Mirante online, provocou-me um sorriso, ao ler o título "monumento mais visitado da cidade, logo a seguir ao Convento de Cristo." Na verdade, ninguém sabe ao certo. Não há contagem dos visitantes em nenhum outro monumento ou sítio de Tomar. Só no Convento e na Sinagoga. Quantos turistas visitam e fotografam a roda do Mouchão? Mais ou menos que a Sinagoga? Não se sabe.

Quantos turistas vão à Praça da República, para apreciar o punho da espada do Gualdim, visto de perfil, e do lado sul? Também não se sabe. Trata-se na verdade de um texto promocional, bem escrito, porém cheio de lugares comuns, no qual a informação mais útil está no fim, e de pouco serve porque incompleta. Enumera os meios de transporte e refere que também há caminho de ferro. Se dissesse que há comboios hora a hora, directos Lisboa-Tomar, e com um percurso que dura menos de duas horas, talvez não fosse pior e trouxesse mais visitantes a Tomar. Mesmo considerando que por vezes algumas carruagens têm o ar condicionado avariado. Como certamente diria o sr. vice-presidente da câmara, se consultado sobre o assunto, "Os utentes têm sempre alternativa. Podem mudar para outra carruagem com o AC a funcionar." Se ainda houver!!!

O outro escrito é um comentário de José Oliveira, publicado no blogue Tomar na rede. Nele se noticia o episódio de um turista de confissão judaica, que integrado num grupo veio visitar a Sinagoga, e se perdeu. Foi encontrado, por funcionários municipais da limpeza urbana, na Rua de Pedro Dias, e logo alguém do restaurante Mesa de frades chamou os briosos bombeiros municipais...que aparecerem quase duas horas depois:

"Esta semana na Rua Pedro Dias um elemento de um grupo de israelitas de visita á cidade perdeu-se e foi encontrado naquela rua por um varredor alguns comerciantes da galeria Pardelhas telefonaram de imediato para os bombeiros ………………………que só chegaram ao local 1,45″ ,uma hora e quarenta e cinco minutos depois !
Ou seja o homem quando comprou a viagem para Portugal e passagem por Tomar pensou que vinha para uma cidade do sec.XXI ,foi enganado !"

Fica uma pessoa sem saber o que há-de louvar: A evidente prontidão dos bombeiros? A excelente sinalética turística na cidade velha? Só quem reside ou trabalha na Rua direita e arredores, sabe a quantidade diária de pedidos de informação, todos com a mesma pergunta: O caminho para a Sinagoga? O segundo monumento mais visitado de Tomar, proclama a câmara. Mas quanto a sinalização turística...

Agora faça o leitor o esforço de imaginar que é turista estrangeiro e estaciona  o carro no único parque geralmente com lugares livres, ali à ilharga da estação da CP. Mesmo com telemóvel e GPS, é uma beleza para chegar à Sinagoga, graças à sinalização existente, não é?

Estamos mesmo no vale dos enganos. De tal forma que até os eleitores, que em princípio são residentes permanentes, se têm enganado em grande quantidade nestes últimos mandatos. Será da sede? É cá uma seca!

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