sexta-feira, 22 de julho de 2022

Castelo e Paços dos condes de Ourém

Equipamentos para acolhimento turístico em Tomar 

EVIDENTE CEGUEIRA POLÍTICA

Agora foi Ourém. Reunido em 18 de Julho passado, o executivo do Município de Ourém deliberou abrir concurso para a construção de um meio mecânico, rápido e não poluente, de ligação ao castelo. A notícia é da Rádio Hertz:

https://radiohertz.pt/ourem-municipio-lanca-concurso-para-acesso-mecanico-ao-castelo/

Após Leiria, temos agora mais um município vizinho a proceder de forma a instalar um equipamento básico de acolhimento turístico. No caso, uma ligação moderna entre a área urbana baixa e o planalto do castelo. De notar que, tanto em Leiria como em Ourém, os monumentos em questão não estão classificados como "património da humanidade". Não alcançam por isso o estatuto nem os totais de visitantes do Convento de Cristo, ou sequer algo próximo. O que não invalida, antes valoriza o esforço dos dois municípios, bem conscientes da necessidade de equipar quanto antes as respectivas urbes.

Pelo contrário, num caso de evidente cegueira política, o executivo do município tomarense (incluindo a oposição), confrontado com o insuperável prestígio internacional do conjunto Castelo dos templários/Convento de Cristo, e com as indesmentíveis más condições de acesso para os visitantes, recusa sequer debater um projeto de implementação de equipamentos de acolhimento de visitantes, cujo rascunho sumário já lhe foi entregue.

É sem dúvida muito mais cómodo, para quem ocupa o poder, deixar tudo como está, entretendo-se com o acessório e recusando abordar o essencial. Pensam certamente que Deus nosso senhor tem lá muito para nos dar. Que é só preciso saber pedir. E depois gastar em festivais, festas e festarolas, ajustes diretos subsídios e outras coisas de artolas. Tanto mais que os eleitores tomarenses, que os elegeram confortavelmente, não parecem nada incomodados. Nem sequer com o anunciado aumento de 23% da água, a partir do mês que vem, quanto mais agora com minudências do tipo equipamentos básicos para acolher os visitantes. Tomar é que vai padecer! Mais precisamente aqueles que no concelho dependem do turismo, em sentido lato. Que são muitos.

Parafraseando um dos membros da atual maioria: Para mijar podem ir aos cafés, para passar com cadeiras de rodas ou carrinhos de bébé, têm o passeio do outro lado da rua, para estacionar há por aí muito espaço livre, e para visitar o Convento podem ir a pé. E em 2025 também podem ir votar noutros partidos, digo eu. 

Oxalá! Tomar precisa cada vez mais de quem saiba governar, em vez de insistir em actividades agaiatadas. Que mesmo quando correm mal, são sempre consideradas grandes sucessos pelos organizadores. Pudera! Sem elas, o que seria deles?

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