quarta-feira, 6 de março de 2024



Tribuna de Fernando Cândido - PSD

PORQUE ALGUNS TAMBÉM VOTAM

Como a esmagadora maioria dos naturais do Concelho, tenho um enorme orgulho em ter nascido nesta terra de bons costumes e gente trabalhadora. Como sempre, Tomar continua a ser uma terra lindíssima, com uma riqueza histórica incalculável e até aceito que tem sido feito algum trabalho no sentido de manter a cidade bem-apresentada para quem nos visita. Mas, como no melhor pano cai a nódoa, fico sempre com a sensação de que se está a “pintar a fachada de uma casa devoluta”.
De nada vale passar quase uma década a fazer operações de cosmética para inglês ver e depois não ter políticas públicas que permitam aos residentes viver condignamente. Se há palavra que define este executivo camarário é inação! Em todas as linhas mestras que deveriam definir uma política a médio
e longo prazo do nosso Concelho, não existe uma estratégia que seja, que dê às pessoas algum tipo de esperança no futuro.
Analisando os censos de 2021 (que na prática espelham o desgoverno socialista já que o PS gere a Câmara Municipal de Tomar desde 2013 verifica-se que perdemos 10% da população e curiosamente o número de trabalhadores por conta de outrem caiu também 10%. Não é por isso difícil de concluir, que são os Jovens que entram ou querem entrar no mercado de trabalho, que se vêm obrigados a ir embora para poderem ter oportunidades de futuro. Por consequência, as empresas, umas por falta de mão de obra e outras por falta de discriminação positiva relativamente a outros concelhos, acabam por sair também.
Falamos de uma cidade que tem um Instituto Politécnico assente essencialmente nas áreas tecnológicas, mas que não consegue aproveitar toda aquela incubadora de ideias para que estes jovens se fixem na cidade e desenvolvam os seus projetos aqui. Porventura alguns dirão, e a habitação para tudo isso?
Tomar  é há muitos anos terra de construtores, aliás temos orgulho em termos o nosso suor na expansão da área metropolitana de Lisboa. Numa terra de construtores e empreiteiros, cravada de Pedreiros, Ladrilhadores, Eletricistas, Carpinteiros e por aí fora, expliquem-me por A+B como é que é possível
correr a cidade de uma ponta à outra, sem qualquer vestígio de construções ou reconstruções? É um falhanço em toda a linha para este executivo. Nós temos de contar com os nossos e a Câmara Municipal tinha a obrigação de reunir todos para delinear um plano de ação neste sentido. Sejamos realistas, não era assim tão difícil. A construção traria emprego direto e indireto e a disponibilidade de mais casas faria descer o preço das mesmas. Casas mais baratas fixam mais jovens que não têm como as comprar aos valores atuais. Mais pessoas baixam a idade média da população, aumentam os nascimentos e acabam invariavelmente por atrair investimento. Não há como perder, nem que todo este processo tenha que ter início no executivo. Na verdade, é para isso que é eleito.
Mas quem fala de jovens tem de falar também nos mais idosos. Tomar é um concelho envelhecido, em que na maioria das freguesias temos uma franja substancial da população que já ultrapassou há muito a idade para ter filhos. Como é que vamos renovar as gerações se estas já não têm capacidade para o fazer? Temos urgentemente de criar as condições para que os jovens casais residentes possam ter filhos sem que sintam que no nosso concelho não existe perspetiva de futuro para os mesmos. Para além disso, criar as condições para os naturais ou com ligação à nossa terra sintam que finalmente está na altura de voltar. Isto consegue-se de diversas formas, mas essencialmente as políticas adotadas têm de convergir em três pontos fundamentais:
 Mais emprego.
 Mais habitação.
 Melhores cuidados de saúde.
Dos pontos anteriores falta abordar a questão da saúde, talvez a mais importante para toda uma população envelhecida. Eu, tal como uma grande percentagem da população tenho seguro de saúde. Às vezes, pergunto-me para quê já que no nosso Concelho poucas ou nenhumas alternativas existem ao nosso Hospital. Na verdade, nem haveria mal nisso, desde que funcionasse em condições. Bem sei que o SNS não é competência da Câmara Municipal, mas esta tem que fazer o seu trabalho para que o nosso Concelho não seja sucessivamente esquecido por quem decide. Para além disso, não estivesse a nossa terra estagnada e sem perspetivas de futuro e talvez já existissem alternativas ao Hospital dentro do Concelho. 
Como todos os mais de 40.000 habitantes do Concelho, quero uma cidade e freguesias que me envaideçam quando nos visitam, mas também que me façam sentir em casa, que me façam acreditar que é aqui o meu lar! Precisamos de acreditar que temos aqui um futuro, porque nós estamos dispostos a construir esse futuro se nos deixarem fazê-lo.

Fernando Cândido
Militante do PSD


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