quarta-feira, 20 de março de 2024




          

Imagem Bombeiros de Tomar, copiada da Rádio Hertz, com os nossos agradecimentos.

Vida local - Acidentes

Alardear fartura para esconder carências?


Todos sabemos como é a vida quotidiana. Vivemos numa pequena terra de província, onde as coisas já estiveram melhores. Nesta última década têm havido carências por todo o lado. Dizem que faltam casas, não há funcionários suficientes no Registo civil, há filas no atendimento médico de urgência, os processos judiciais demoram meses e meses, por mais simples que sejam, um parecer urbanístico chega a demorar um ano, os bombeiros municipais queixam-se que faltam ambulâncias, a limpeza urbana deixa a desejar, e assim sucessivamente.
Eis senão quando, ao cair da tarde de um dia de semana e num local pouco frequentado, um  cidadão foi atropelado, não se sabe bem em que circunstâncias, apesar de haver pelo menos duas notícias sobre o caso.(Ver links supra). Para além da pouca precisão, num texto escreve-se que o homem tem 84 anos, mas no outro já tem só 80, uma notícia refere que estiveram 5 viaturas e 11 operacionais, mas na outra deduz-se que afinal estiveram 6 viaturas e 13 operacionais no total. Rigor que calçastes os patins, para onde foste viver? Para o Algarve que é mais quente, e agora vota mais à direita? Mas por lá também há carências. Falta de água, por exemplo...
Para além da tal falta de rigor, o que chocou o contribuinte que escreve estas linhas foi o evidente estendal de ostentação e de megalomania. Alardear aquilo que afinal não se tem. Deslocar 6 viaturas e 13 operacionais para um simples atropelamento de um idoso na área urbana, a menos de um quilómetro do hospital, é mesmo útil? Peço desculpa, mas parece-me um exagero. Uma evidente estragação. Três viaturas (ambulância, bombeiros e PSP) com 6 operacionais no máximo, seria largamente suficiente. 
Mandar o dobro é queimar dinheiro inutilmente, demonstrando falta de gestão eficaz dos dinheiros públicos e falhanço da cadeia de comando, que sempre deve existir. Bruxelas vai pagando estes exageros, mas o maná não vai seguramente durar para sempre. E já estão a exigir uma reforma da administração pública, como condição prévia para o propalado PRR, (Mas o Costa nunca disse nada a respeito, e resolveu sair de fininho pela esquerda baixa.) Convém por isso ir-se habituando à poupança e ao sentido prático das coisas.
Como tem vindo a ser feito, vamos supor que um dia destes acontece um acidente com um autocarro com 55 turistas (Oxalá que não!). Vão mandar 6 viaturas e 13 operacionais X 55? Daria a bagatela de 330 viaturas e 715 operacionais. Um batalhão motorizado. Realmente é como escreveu o outro, que era poeta: "Não se nasce impunemente em Portugal!" Em Tomar, então..

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