Foto António Freitas, com os nossos agradecimentos.

Comemoração do Dia de Tomar

Óculos partidários e  lentes patronais

Está a tornar-se banal em Tomar, que aconteçam factos inesperados ou insólitos. Desta feita foi na sessão comemorativa de mais um aniversário da cidade. Com toda a gente vestida a rigor, (menos o deputado municipal CDU Bruno Graça, que desde que o conheço recusa usar gravata), uma eleita na lista PS alardeou durante os discursos um comportamento anómalo, eventualmente sob a acção de adjuvantes psicotrópicos. De tal forma que quase todos os presentes no palco acabaram por reparar e sentir-se incomodados.

Dos vários jornalistas presentes na sessão, só António Freitas relatou a ocorrência, numa tribuna aqui publicada ontem, que provocou cerca de 40 telefonemas de apoio.

Que aconteceu com os outros periodistas? Não deram por nada? Viram muito bem, mas consideraram sem importância? Tentaram relatar, mas disso foram impedidos pelas lentes patronais ou os óculos partidários? Procuraram respeitar o direito à privacidade? Uma eleita, sobretudo quando numa cerimónia oficial, não beneficia de tal reserva. É uma figura pública, com todas as vantagens e inconvenientes daí resultantes.

Não se trata de atacar, ou de tentar criar atritos que a todos prejudicam. Apenas de informar os leitores, para que saibam, uma vez mais, que não é Tomar a dianteira 3 que está sempre a dizer mal. São os outros que, por vezes, não cumprem cabalmente a sua obrigação de informar.

Cai-se assim em situações deveras curiosas. Os leitores nabantinos foram informados, por exemplo, de que "Um jovem morre num despista de carrinha em Ponte de Sor", ou ainda que "Carro choca contra estátua de polícia sinaleiro, em Leiria", mas ignoram que uma vereadora tomarense a tempo inteiro se portou de forma inconveniente durante a cerimónia do Aniversário da cidade. Convenhamos que é bizarro. Tanto mais que, já antes do 25 de Abril, acontecia algo semelhante, à escala nacional: a imprensa publicava toda a informação sobre o estrangeiro, mas quanto a Portugal havia o lápis azul da censura.

A antecessora dos óculos partidários e das lentes patronais, de tal modo que os eleitores e contribuintes tomarenses nem sempre ficam a saber com que molho estão a ser comidos, apesar de serem sempre eles a pagar. 

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