sábado, 16 de março de 2024

 

Documento copiado da página Facebook do arquitecto Nuno Madureira.

Política local-obras particulares

UMA VITÓRIA DA CIDADANIA


A imagem supra testemunha uma  vitória da cidadania, o que não é pouca coisa em Tomar, terra de gente acomodada, que não gosta nada de política. Preferem em geral futebol, cerveja e tintol. 
Considerando-se injustiçado sem base legal para isso, o arquitecto Nuno Madureira ousou reclamar publicamente, em vez de tentar negociar favores "por baixo da mesa". Apresentou as suas razões directamente no executivo, mas também na informação local, numa atitude corajosa, sabendo muito bem que poderia vir a ser prejudicado por posterior retaliação. Correu o risco.
Em vez disso e felizmente, acaba de ver deferido o seu projecto em causa, o que constitui um importante sucesso cívico numa pacata cidade provinciana. Não é ainda o fim da camarilha municipal, que muitos sabem que existe, mas ninguém quer enfrentar. É um golpe sério naqueles que abusam dos seus lugares de funcionários públicos em proveito próprio. Gente de escassa vergonha e fraca envergadura moral.
Já aconteceu uma vez na Câmara tomarense. Em 2015, o então chefe de gabinete Luís Ferreira e o vice-presidente, arquitecto Serrano, procuraram ultrapassar um problema semelhante de licenciamento indeferido, em que, curiosamente, também ocorreu um erro como agora, com uma rua urbana a ser considerada caminho vicinal. Conseguiram levar a melhor, mas pouco depois foram ambos afastados, em circunstâncias ainda hoje por apurar.
Será que desta feita, a camarilha foi forçada a recuar em toda a linha, mas está já a preparar a contra-ofensiva? Seja como for, uma coisa é certa: Em Outubro 2025 haverá eleições autárquicas, e para qualquer lista concorrente que queira respeitar o eleitorado, a principal tarefa prioritária será controlar, arejar e aligeirar a função pública municipal, sobretudo na sua componente urbanística e de licenciamento de obras particulares. Fica desde já aqui escrito, para depois não haver esquecimentos nem surpresas. 
O ofício supra está datado de 12 de Março, mas como é evidente o resultado das eleições legislativas, ocorridas dois dias antes,  particularmente o do Chega, não teve qualquer influência na sua elaboração e envio à requerente britânica. Nem pensar. Foi um simples acaso.
Entretanto, parabéns e um grande aplauso para o corajoso arquitecto que ousou defender-se e venceu. Audaces fortuna juvat, a sorte protege os audazes, já diziam os romanos. Ficamos todos a ganhar, porque foi uma importante vitória da honestidade e da transparência, contra a malandragem diplomada, habituada a "coçar-se para dentro", como diz o povo. Vitória transitória? Ainda assim melhor que nada.


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