Legislativas 2024

PALPITEI 

E ACERTEI PARCIALMENTE

Só falhei na abstenção e no desnível PS/AD a nível nacional. Previ que a abstenção ia subir e afinal baixou para 33,31%. Excelente para a democracia. Vaticinei um intervalo maior do que o previsto nas sondagens, e afinal houve um quase empate AD/PS. Quanto ao resto, indiquei para Tomar um quase empate AD/PS, com tendência para a vitória socialista, e foi exactamente o que aconteceu. Contrariando a tendência a nível nacional, em Tomar o PS venceu, com 6.631 votos contra 6.368 para o PSD. A mesmo assim enorme queda socialista, que perdeu quase dois mil votos no concelho, beneficiou o Chega, que passou de 1906 votos há dois anos para 4590 agora.

O quase empate técnico a nível nacional entre a AD, que vence, e o PS, ao invés do que eu palpitei, coloca ainda com mais acuidade o problema do Chega. A esquerda, liderada pelo PS resolveu instituir linhas vermelhas em relação ao partido de Ventura, e agora? Com 46 deputados do Chega, que garantem a maioria absoluta, que vai fazer a AD? 

Previ também a descida do BE e da CDU, que veio a confirmar-se no concelho de Tomar. O BE passa de 5,12% em 2022, para 4,54% desta vez, enquanto a CDU regride de 3,60%  para 2,54%, o mais fraco resultado de sempre em Tomar.

Duas considerações finais, ainda a quente. A minha previsão, (que pode conferir na crónica anterior), mais não foi afinal que uma prova de aferição, dada a ausência de competidores. A informação tomarense nunca faz análise política a nível local, e muito menos previsões,  certamente por falta de hábito, e para não chocar ninguém, mas também devido ao regime imposto pela maioria PS. Quem paga exige obediência. É natural.

Quanto aos resultados finais do concelho, se transpostos para as próximas autárquicas, dariam um executivo tipo 3-2-2, praticamente ingovernável, uma vez que em Tomar não se sabe governar ouvindo os outros. É isso que o PSD e o PS desejam? E se o Chega continuar a subir?

Se me é permitido um alvitre, os social-democratas tomarenses, que saem destas eleições muito maltratados em Tomar, devem mudar de pele quanto antes. Abandonar de vez a oposição educada mas mole, com punhos de renda e palmadas nas costas, sempre a tentar poupar o adversário, e ultrapassar o reinado de uma pessoa que tende a abusar da paciência do eleitorado laranja, designadamente ao não reparar que ir em nono lugar na lista distrital é uma vergonha para Tomar, que os nabantinos não toleram, com ficou agora provado.