Henrico Berlinguer, secretário geral do PCI, partidário do eurocomunismo, que chegou a alcançar 25% dos votos em Itália. Onde isso já vai...
Resultados eleitorais
A pensar em voz alta...
Aqui, a mais de sete horas de avião de Lisboa, seguindo com empenho o que se passa no meu país e na minha terra, tenho a deia que os eleitores de esquerda, sobretudo os das alas mais radicais, ficaram atordoados com a para eles inesperada subida do Chega. De tal forma que choveram, e continuam a chover, disparates a esse respeito. Desde o "pôr de parte" às acusações caluniosas, tem havido de tudo, culminando com a expressão muito tomarense "está tudo doido ou quê?", que vinda de gente de esquerda, me levou a pensar nos internamentos psiquiátricos forçados, que se praticavam na ex-União Soviética, nos anos 60-70 do século passado. Com uma argumentação praticamente inatacável: Quem criticava um regime tendo como objectivo assumido o bem comum, só podia estar louco. Há hoje em Tomar, sobretudo entre os novos licenciados disto e daquilo, quem pense exactamente o mesmo. Mas ganrantem que não são comunistas. Contradições por assumir.
Atingiu-se agora tal nível nos comentários disparatados, que o próprio secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, foi claro e contundente: "Não há 18% de fascistas no país." Pois não, camarada Santos. Nem 18% de cidadãos que saibam o que isso é, quanto mais agora 18% de fascistas.
O pessoal político formado à pressa em 1974/75, e os seus herdeiros, têm interesse em reformular o discurso quanto antes, sob pena de desaparecerem a médio prazo. Porque, sejamos francos, o fascismo foi um movimento político italiano de extrema direita, que se associou aos nazis de Hitler, tendo depois o seu fundador, Benito Mussolini, sido executado publicamente pelos seus adversários, juntamente com a sua companheira. O problema é que, havendo ou não muitos fascistas em Itália, eles estão de novo no governo da senhora Meloni, juntos com outros partidos de extrema-direita. E não consta que a União europeia esteja muito incomodada com tal situação, proveniente de eleições livres e limpas, após o que não há nada a fazer, senão aceitar.
Na minha óptica, o Chega não é um partido fascista nem anti-democrático, de acordo com as normas ocidentais, mas apenas um movimento político de causas. Aquilo a que a extrema esquerda chama populismo, e existe um pouco por toda a Europa, com destaque para a França, a Itália a Holanda e a Hungria, E que estava a fazer muita falta em Portugal, onde partidos sem passado, com a notável excepção do PCP, se arvoraram em condutores de massas, a reboque dos militares de Abril, com excelentes intenções mas desprovidos de grande formação política.
De tal forma assim tem sido, e se mantém, que em Tomar subsiste um caldo partidário tipo sopa de pedra. Um consenso geral nunca assumido, que faz que anda mas não anda, nem deixa andar. A título de exemplo, o Chega diz publicamente ao que vem: combater a corrupção e os tachos, controlar a imigração, os ciganos e os assistidos do RSI, melhorar a justiça, moralizar a administração pública, e por aí adiante. As tais causas.
Cinquenta anos após Abril, os partidos tradicionais com expressão tomarense, o que pensam a tal respeito? Ninguém sabe. Mesmo no que concerne a temas locais, impera o silêncio e o subentendido.
Qual a posição de cada partido em relação ao oneroso modelo organizativo dos tabuleiros? Ao desempenho dos serviços camarários? Sobre o parque de campismo? Àcerca da degradação da Mata e dos Pegões? Do realojamento dos ciganos de Flecheiro? Da gestão do Convento de Cristo? Dos equipamentos turísticos que não há? Do estacionamento no casco urbano?
Reina o acordo tácito geral. Nada de mexer em assuntos que podem prejudicar, em termos de posterior recolha de votos. Com uma única e notável excepção: No caso lamentável da Tejo Ambiente, a CDU já se pronunciou claramente. São a favor do desmantelamento e do regresso aos SMAS-Tomar. Não se pode dizer que seja uma posição muito realista, mas tem o mérito da clareza, enquanto os outros...
É a evidente falta de coragem e de transparência dos partidos tradicionais que vai alimentando o Chega, com Ventura a saber abordar os temas que mais agradam à generalidade da população. O Chega ganhou no Algarve, porque além dos seus temas acima elencados, prometeu que trataria do Hospital e da crónica falta de água, por exemplo.
Em vez de se excitarem contra o êxito do Chega, numa clara demonstração de desejo mimético contrariado, os militantes da esquerda, sobretudo aqueles da mais radical, deviam estudar com atenção o que aconteceu ao partido de Henrico Berlinguer, e aos seus 25% de votos, de Georges Marchais e os seus 20% de votos, de Krivine e a sua 4ª internacional, e mesmo ao PS de Miterrand, em vez de moerem o juízo a gente politicamente pouco culta, com posições caducas e temas ultrapassados. Porque no meu entender, o Chega está para crescer e durar, quer se goste ou não, como fica demonstrado com a senhora Meloni e a senhora Marine Le Pen, que apesar de vítima de Macron, num célebre debate em que não se mostrou à altura, vai conquistando cada vez mais votos para o partido fundado pelo seu pai.
Eu costumava ouvir o falecido ex ministro das finanças de Mário Soares, Henrique Medina Carreira, e o que ele dizia fazia e faz sentido, eu digo faz porque apesar de ele ter partido está eternizado no YouTube. Eu ouço o puto Ventura e parece-me estar a ouvir um aldrabão, um vigarista, um vendedor da banha da cobra. É uma percepção que eu tenho, "gut feeling", quer dizer algo que vem de dentro. Esse palhaço Ventura está na net a fazer as maiores palhaçadas no tempo em que era comentador da bola na CMTV. Ele diz aquilo que os papalvos querem ouvir, promete quase tudo a quase todos. Estou até convencido que se as ideias dele forem implementadas o país vai á falência. Abram a pestana
ResponderEliminar