Imagem copiada de Tomar na rede, com os agradecimento de TAD3.
Rescaldo das legislativas 2024
Uma vitória socialista acanhada
num concelho conservador em crise crescente
Um leitor habitual teve a amabilidade de me avisar, num comentário à prosa anterior, que não posso comparar as legislativas com as autárquicas, porque as pessoas votam por considerações políticas numas e pessoais noutras. Queria ele dizer que não devo comparar, porque lá poder posso. Prova disso é que já o fiz e vou insistir, por me parecer interessante e eventualmente educativo.
Em Tomar, após gastar milhões em festas, concertos e subsídios durante 11 anos, o PS conseguiu ganhar à rasca. 29,82% contra 28,63% para a AD, o que representa uma diferença de apenas 263 votos. Falha dos socialistas, ou da AD? De ambos, num concelho muito conservador. Nas autárquicas de 2013, o PS venceu o PSD com uma margem de 281 votos. Ou seja, 11 anos depois, e após milhões gastos em promoção eleitoral variada, acaba por perder mais 18 votos. Rico esforço! O problema é que em 2013 o terceiro contendor eram os entretanto desaparecidos IPT, com 3094 votos, e agora é o Chega, que arrecada 4.598 votos, um bom prenúncio para os de Ventura em 2025.
O PS ganhou portanto, num concelho conservador e em crise crescente, como aconteceu em Abrantes e em Torres Novas. Mas olhando para concelhos mais virados para o futuro e para a inciativa privada, o que se vê só pode assustar o pessoal da chamada esquerda empedernida. Os tais que não mudam haja o que houver, porque se consideram "de antes quebrar que torcer". "25 de Abril sempre!" Teimosos, obstinados e companhia, que agora são resilientes, como dizem os anglo-saxónicos que não somos.
Em Leiria, a AD venceu com 38,69%, com o PS em 2º e apenas 19,52%, logo seguido pelo Chega com 18,38%. Em Pombal é ainda mais assustador. A AD ganhou com 40,60%, o Chega ficou em segundo, 20,72%, e o PS em 3º com apenas 18,28%. E que dizer do Algarve das nossas férias balneares, onde o Chega ganhou em cinco dos 16 concelhos? Quem diria?
Isso é lá longe, dirão os tais esquerdistas empedernidos, habituados à mama, Pois é. Mas mesmo aqui ao lado, em Ourém, a AD averbou 45,57%, o Chega 23,42% e o PS só 13,59%. Milagre de Fátima? Ou a confirmação de que Tomar é cada vez mais um armazém de velhos conservadores casmurros, mal liderados por adolescentes a armar em adultos competentes, incapazes de encarar as coisas como elas são?
Faltou dizer, para não me repetir, que em Tomar o PS ganhou com pouca margem, no meu entender porque apresentou a melhor lista. Controlando o aparelho distrital, colocaram Hugo Costa em 2º, enquanto Ferromau aparecia em 9º. Os tomarenses podem ser realmente tacanhos, mas não são néscios. De asneira em asneira o PSD nabantino continua a sua via dolorosa, culpando os outros pelos erros que vai cometendo...
ResponderEliminarA lista de deputados tem pouca relevância. A minha percepção é que os Tomarenses, e os portugueses em geral, são apolitizados. Repare que o partido mais votado é SEMPRE o mesmo, a ABSTENÇÃO. Se o Professor for ver as visualizações das reuniões de câmara e de assembleia municipal são pouco mais de duzentas em trinta e tal mil eleitores. Se o Zé Gaio for fazer um inquérito á sexta feira no mercado municipal a perguntar quem é o presidente da assembleia municipal aposto 1000 euros consigo que menos de 10 % sabem a resposta.
EliminarNão escrevi que a lista de candidatos a deputados tem relevância. O que disse foi que o PS apresentou a melhor lista, para os tomarenses, pois era a única que praticamente garantia um tomarense na AR. O resultado aí está.
EliminarVocê tem razão. Há poucos tomarenses interessados pela política. A maioria da população nem quer ler sobre política. Mas há também uma franja politizada, bem informada, e esses só podiam votar PS, para garantir o representante nabantino na AR, ou Chega, para protestar. Foi o que aconteceu, creio eu.
Você veja as páginas de Facebook dos partidos de Tomar, PS e PSD. Têm muito poucos seguidores e quando metem uma qualquer publicação muito poucas pessoas reagem com um gosto, tristeza, adoraram, etc...
EliminarNenhum dos políticos que foram a votos tinha interesse, nenhum deles me fascinava, nenhum deles sabia comunicar. O mesmo acontece em Tomar, nenhum deles me cativa, quer o Cristóvão ou o Carrão, muito menos o gajo do Chega. A maior qualidade num político é o sarcasmo, o sentido de humor inteligente, humor britânico. Se eu votasse em Tomar, o que não é possível porque não sou residente como sabe, apesar de ter habitação própria, desenhava um pénis erecto no boletim de voto a mandar-los para aquele sítio, seria voto nulo obviamente.
Ó professor, como e muito bem lhe chama o comentador mor, mas qual é a duvida do PSD local apontar um possivel eleito em 9º? claro que sabe, não há neste momento em Tomar ninguêm com traquejo e vontade de lutar por um concelho onde ninguêm com capacidade para isso foge, ficam os dependentes, e há muitos encapotados, e cá para mim já se estam a posicionar, porque sabem que isto não chega ao fim, e sempre são 3000 pacotes por mês, fáz cá um jeito a alguns empresários falidos, acho que a fila vai longa, assim como a noite por aqui, passe bem.
EliminarNão é só o salário que é aliciante. E o prestígio? E os conhecimentos? E os contactos? Não têm preço, não há nada que pague isso. A Anabela Freitas, técnica de emprego, arranjou um tacho no turismo do centro á pala da política. Qualquer empresário tem todo o interesse em aceder a um cargo destes, tipo presidente da câmara, passa a gestão do negócio para outra pessoa dconfiança e avança. Se vir a página da empresa do Eng.Carrão vai ver que ele fez vários trabalhos para organizações políticas como a câmara de ourém (PSD) Atenção que não estou a criticar, não estou a dizer que o Eng.Carrão fez algo de ilegal, estou apenas a constatar um facto. Grato por me seguir e ler o que eu escrevo.
EliminarDeixo-lhe uma sugestão de um partido que se falou muito nas últimas horas: pesquise no google o cartaz do ADN da vaca a peidar-se, publique e comente. Está excelente.
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