terça-feira, 21 de novembro de 2023

Propaganda política do CHEGA, censurada pela Comissão da Festa dos Tabuleiros. Todos cidadãos muito liberais, progressistas e anti-fascistas. Vai-se a ver na área comportamental...

O que aí vem

E agora? - 3

"Para baixo, todos os santos ajudam", diz o povo. No caso do Chega, pode dizer-se o oposto: Para cima, até  os socialistas ajudam, sem querer. Numa das suas recentes intervenções, José Luis Carneiro, ministro socialista e aspirante à liderança do partido, apoiado por António Alexandre entre outras figuras gradas, foi claro. Disse estar eventualmente disposto a viabilizar um futuro governo minoritário do PSD, se essa for a condição para impedir o acesso do Chega ao poder. É tal o temor do partido de Ventura que, a meses da futura consulta eleitoral, já o PS procura transformá-lo em espantalho, sem que se perceba muito bem com que base. Simples alinhamento mimético em relação aos ex-parceiros da gerigonça? De qualquer forma, boa ajuda para o Chega.
Os resultados locais de 2021 e 2022 indicam que o Chega tem condições para  progredir bastante no concelho em Março próximo. Passou de 6,15% em 2021 para 9,86% um ano mais tarde, com máximos de 12,85% em Paialvo, e 12, 02% em S. Pedro, enquanto na extrema esquerda concelhia, o BE praticamente estagnou (4,74% - 5,12%) e a CDU regrediu, de 5,59% para 3,60% . Nas  mesmas condições, o PS local conseguiu mais 2,91%, passando de 39,70% para 42,61%, enquanto o PSD perdeu 6,96%, de 34,66% em 2021 para 27,70% um ano depois. Situação desconfortável para os laranjas, ao verem para onde fugiram os votos.
Tendo em conta que, a nível distrital, o resultado percentual do Chega é menos animador, com o concelho de Tomar em 15º lugar (9,86%), num conjunto de 21, com as melhores percentagens em Benavente (15,65%), Barquinha (14,88%), Constância (14,87%) e Salvaterra (14,29%), há muito a fazer no vale do Nabão para avançar na rampa rumo a S. Bento. 
Uma das medidas mais simples e imediatas,  no entanto de grande alcance, seria a inclusão na próxima lista distrital do Chega de um candidato nabantino em lugar elegível. Por exemplo o tomarense Fernando Caldas Vieira, ex-cabeça de lista CDS em 2021, que deu excelentes indicações das suas capacidades, durante a campanha eleitoral, apesar de derrotado. A envergadura intelectual é como o azeite na água, vem sempre à tona.  Só não vêem os cegos ideológicos.
Naturalmente, quem sabe da tenda é o tendeiro, pelo que os dirigentes do Chega poderão ter outras apostas e outras lutas a travar noutros concelhos. Ainda assim, uma vez conseguido um deputado tomarense, a exemplo do que acontece por enquanto apenas com o PS, (e isso nota-se na votação), a aposta seguinte, para melhor alavancar a eventual candidatura de Vera Ribeiro, em Outubro de 2025, para a qual já existe um programa robusto e inovador, poderia ser um deputado europeu do Chega nascido em Tomar. 
Seria para os bairristas eleitores nabantinos uma coroa de glória, eles que tanto gostam de grandeza, penacho e heroísmo. Mas será certamente pedir demasiado, pois tal como acontece nas outras formações partidárias, são muitos os chamados e raros os escolhidos, sobretudo tratando-se de um concelho que já foi importante, estando agora em decadência, por enquanto na 3ª posição distrital, em termos de população. 
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, escreveu Camões há cinco séculos, apesar de ser zarolho. E o que mais  o intrigava já então, não era propriamente a mudança contínua, mas o facto de ter deixado de ocorrer como era costume:
E afora este mudar-se cada dia
Outra mudança há de maior espanto
Que não se muda já como soía (soía = era habitual, era costume)
Agora imagine-se a situação cinco séculos volvidos, à luz da conhecida frase popular "só os burros é que não mudam", no contexto de uma pequena cidade em crise.



Sem comentários:

Enviar um comentário