segunda-feira, 20 de novembro de 2023



O que aí vem

E agora - 2

(Texto revisto e modificado em 21/11/2023, às 17H30 de Lisboa)

Sem problemas de liderança, ou de eleições internas, o PSD é nesta altura um feixe de dúvidas para os seus adeptos e para o  eleitor comum, situação particularmente grave e perigosa, por se tratar praticamente da única alternativa realista à continuação da criticada governação socialista. Tudo devido às hesitações de Montenegro quanto a acordos antes ou depois das eleições, e com que formações políticas, provocadas pelo anátema do PS em relação ao Chega.
Controlando de facto grande parte da comunicação social, o PS tem conseguido inculcar a ideia de que uma coligação ou acordo dos social-democratas que inclua o Chega, será um desastre eleitoral, ao provocar acentuada queda. Olhando para a Europa, não se percebe em que se baseiam os apóstolos da doutrina socialista. Na União Europeia resta agora um único governo socialista, em Espanha, que perdeu as eleições e foi forçado a coligar-se com extremistas de esquerda e independentistas catalães, numa geringonça à espanhola que não promete nada de bom, nem longa permanência no poder. O compromisso da amnistia para os de Barcelona, vem provocando grandes manifestações populares de protesto em toda a Espanha, e o Senado (Câmara alta), onde o PP tem a maioria, pode vetar a Lei da amnistia. Que fará então o PSOE, sem maioria para governar, nem vontade de facilitar um governo minoritário PP-Vox, embora aqueles tenham ganho as eleições, ainda que sem maioria absoluta?
A nível local, os laranjas dispõem de alguns valores, como Tiago Carrão, Lourenço dos Santos, João Tenreiro ou Célia Bonet, mas ao contrário do PS, carecem de peso regional, embora ainda detenham Câmaras importantes, como Alcanena, Ourém, Rio Maior ou  Santarém. Os recentes resultados mostram isso mesmo. Entre 2021 e 2022, enquanto os socialistas conseguiram mais 2,81 %, apesar do normal desgaste do poder, os social democratas tomarenses, mesmo na oposição, recuaram 6,96%. 
De tal forma que, se não conseguirem pelo menos um lugar elegível de deputado para Tomar, e idealmente  um lugar de deputado europeu, em Junho, as autárquicas de 2025 poderão vir a ser muito problemáticas no vale nabantino, tendo em conta a conhecida mania das grandezas, ou de penacho. dos tomarenses em geral. Sem representação externa notável, haverá tendência para preferir o PS, como mais seguro e tradicional, apesar das asneiras, tendo em conta também a conhecida colaboração social-democrata durante os dois primeiros mandatos, que estiveram longe de ser êxitos na visão popular. "O PS não é grande coisa, mas os outros ainda são piores."
Se a tudo isto juntarmos a previsível subida do Chega, alavancada pela aversão PS e pelos resultados obtidos em 2021 e 2022, apesar da fraca campanha local, pode dizer-se que no vale nabantino o clima eleitoral parece nesta altura algo agreste para o PSD, mesmo tendo em conta a sofrível governação PS, tanto em Lisboa como em Tomar.


4 comentários:

  1. O PS controla grande parte da comunicação social?!?! Parece que estás a recuperar o humor que apreciava nos teus escritos há uns anos a esta parte. Quando eras do PS. E escreves isso passados poucos dias de o nosso querido país ter assistido a um golpe de Estado levado a cabo pela ação bem coordenada do Presidente da República, TODOS os partidos da oposição, setores do Min. Público e, lá está, cá está, com militância aguerrida dos órgãos de comunicação social que, no seu conjunto, não aceitaram o veredicto do povo nas últimas legislativas. Quanto ao Chega, está tudo dito - e visto. É um partido fascista/nazi. Onde é que está a dúvida?

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    1. Apenas umas questões, para quando tiveres vagar: Se o Chega é como escreves, o MP está à espera de quê para o interditar? Há legislação penal proibindo tal tipo de formação política. Não será só conversa da extrema esquerda, que sempre foi muito sensível quanto aos ismos dos outros?
      Quanto ao controlo da comunicação social, não tentes fazer de anjinho. Sabes muito bem como as coisas têm sido e são.
      A terminar: Está enganado. Já saí do PS há mais de 20 anos. Só lá voltei uma vez, em 2009, a pedido de um amigo, para participar numa eleição interna, na qual naturalmente fui vencido, conforme tinha sido preparado.
      Votos de boa saúde e boa disposição. Já deixaste de fumar?

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    2. Respondendo: porque o Min. Público está cheio deles - de cheganos. Não te metas nisso.... PE-LI-ZE!
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      Sim. Deixei de fumar há 3 anos. Estive encarcerado no Hosp. Santa Maria 34 dias com covid em 2020 e nunca mais peguei naquela maldita droga. Ainda bem. Assim pude entrar na década da tragédia, quase, quase, a agarrar-te, depois de ultrapassar a década da roleta russa. Só bebo um copito de tintol e um shot de bagaceira ao almoço. Tu parece que estás bem. Mas toma cuidado. Não te metas em cheganices. Já deixaste?

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    3. Este teu comentário é tão íntimo que hesitei em publicar, o que só fiz por não ter o teu mail pessoal.
      Deixa-te dessa aversão ao Chega, que é um partido como outro qualquer, enquanto os seus membros respeitarem a Constituição e as leis do país. Se até na liberal Suécia a extrema direita já governa, porque houvera de ser diferente em Portugal? Acaso estamos fora do curral europeu, para o melhor e o menos bom?
      Essa narrativa do golpe do MP cheira mesmo a conversa para enganar papalvos. Se há ou houve mesmo golpe, o que levou o Costa a demitir-se, em vez de contestar, ele que sendo advogado, estaria no seu domínio normal? Porque é que, de cada vez que há "buracos" deste tipo no PS, do Melancia ao Sócrates, passando pela Casa Pia e mais não sei quantos, a culpa é sempre dos outros?
      Em termos mais pessoais, em Abril retiraram-me o intestino grosso, aqui em Fortaleza, na sequência de uma oclusão intestinal. Agora tenho mais um saco para ir despejando, além do Tomar a dianteira. Falaram em fazer quimioterapia, mas perante análises que não indicam quaisquer valores anormais, foi decidido que podia voltar para o Brasil, até que haja qualquer sintoma alarmante. Não fumo nem bebo nem o resto, mas como dizia o Libério, é uma fase transitória. A partir dos 90 vai voltar a ser como antigamente. Oxalá!
      Votos de boa saúde, boa disposição e boa vontade perante a direita. São cidadãos como nós. Até conseguem falar a mesma língua, imagina!

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