sábado, 18 de novembro de 2023

Iluminação do Castelo e do Convento

Falta de rigor, facilitismo e bandalheira

Nova iluminação do castelo custa quase 180 mil euros | Tomar na Rede

Conforme crónicas anteriores, Tomar a dianteira 3 tem vindo a tentar denunciar uma série de situações que denotam falta de rigor, facilitismo e tendência para a bandalheira. Postos assim em causa, os visados argumentam que é só má língua, o que não surpreende. Que haviam eles de dizer, impedidos de desmentir pelos factos avançados? Limitam-se por isso a repetir a situação descrita naquele provérbio "o mau dançarino diz sempre que o chão é torto." É tudo uma questão de narrativa, diria o agora a viver na Ericeira, em casa de um amigo, pois claro.
Com o acesso à informação municipal sistematicamente negado pela maioria PS, ao arrepio do disposto na legislação vigente, o Tomar na rede acaba de publicar uma notícia sobre a adjudicação pela Câmara de Tomar de nova iluminação para o conjunto Convento-Castelo, no valor final de 180 mil euros. (ver link supra). Recorreu para elaborar o texto aos dados contidos no Portal base, um site oficial onde todos os organismos públicos são obrigados a publicar os contratos que celebram.
Neste caso, "Aquisição, instalação, programação e colocação ao serviço de luminárias LED e de um sistema de controlo e comando da iluminação LED, bem como todo o demais necessário ao seu bom funcionamento, destinadas à Fachada do Convento, Cerca dos cavaleiros, Fachada do Teatro-Hospital e Castelo (Alambor)."
Ignora-se se o texto do contrato propriamente dito é mais explícito e detalhado, uma vez que a maioria PS se recusa a facultar a sua leitura, como habitualmente, apesar da Lei de acesso à informação estipular o contrário, e ser de cumprimento obrigatório. Ao nível do Portal base, é mais uma vergonhosa bandalheira, que pode ser divida em duas partes.
Parte um, quanto ao detalhe da execução, a empresa adjudicatária poderá ser a mais séria e competente da União Europeia, que só não fará falcatrua se não quiser. Quantas luminárias LED a instalar no total? De que potência cada uma? Com que tipo de luz (branca, amarela, outra)? Que modelo de comando? Que tipo de controlo? Fica à vontade da empresa? E a fiscalização (se houver), vai verificar o quê e como?
Parte dois, na mesma linha, mas mais grave ainda, os locais indicados para montar o material são, em grande parte, mera fantasia de quem redigiu o contrato. Fachada do Convento? Qual delas? Norte, nascente, poente ou sul? Cerca dos cavaleiros? Que é isso e onde fica? No jardim de entrada? Na alcáçova? Mata dos sete montes? Fachada Teatro-Hospital? Nunca se ouviu falar num teatro no Convento de Cristo, a não ser no Fatias de cá, de forma eventual, que tinha o seu armazém de adereços na antiga cozinha do ex-Hospital militar. Será isso? Castelo (Alambor)? E onde não houver Alambor, não leva iluminação?
Com um programa tão lacunar e mal informado, está-se mesmo a ver que a empresa arrematante se vai limitar a substituir os projectores já instalados por luminárias LED, um quadro novo, adaptado ao comando e controlo, e está feito. O exterior da Charola e toda a parte poente virada a sul, vão continuar às escuras. Não é dinheiro deitado à rua, mas quase, com uma empresa a trabalhar em regime de saque praticamente livre, se assim o entender. Com um bocado de sorte, depois ainda vão apresentar uma factura de "trabalhos a mais".
Viva o facilitismo. Viva a bandalheira. Os contribuintes e o interesse geral que se lixem. É preciso é não perder votos. Há apenas uma vantagem. Fica-se com uma ideia de como serão certos outros projectos e cadernos de encargos, se elaborados pelos mesmos técnicos superiores. Não há dúvida. Os dançarinos são excelentes. O chão é que está mesmo torto.



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