segunda-feira, 13 de novembro de 2023



Crise política e das instituições


Facilitismo e bandalheira

via livre para a corrupção


Ainda como ministro do Interior, mas na qualidade de militante socialista candidato a substituto de António Costa, o moderado José Luis Carneiro teve uma saída algo inesperada, vinda de onde veio. Disse que o PS, liderado por ele, estaria eventualmente disposto a viabilizar um governo minoritário do PSD, para evitar  o Chega no poder.
Se nos lembrarmos que as duas grandes causas do Chega são a luta contra a corrupção e contra o facilitismo, ou falta de rigor, na área da imigração, a declaração do ministro faz todo o sentido, nesta altura em que o foco está justamente na falta de rigor e na eventual corrupção no seio do governo de que faz parte. Convém realmente aos partidos tradicionais que o Chega se mantenha sempre na oposição e com quanto menos força melhor. Mas o eleitorado é bem capaz de ter outra visão das coisas, como vem acontecendo por essa Europa fora, com a ascensão dos partidos da direita.
Quem acompanha a vida política nacional e internacional, há muito que constatou a realidade dolorosa: a corrupção é praticamente endémica nos países do sul da Europa e do ex-bloco de leste, contrastando com os países nórdicos, de maioria protestante e por isso mais rigorosos. Questão de atitude em relação ao dinheiro e ao lucro.
Ainda assim, a Suécia, precursora da social-democracia na Europa e durante décadas um exemplo a nível mundial, está agora sendo governada por uma maioria de direita e extrema direita, que procura restabelecer o tradicional rigor escandinavo, abandalhado durante décadas pelo facilitismo em matéria de imigração, quando era conhecida como "terra de asilo". Entretanto os muçulmanos começaram a causar problemas no país, devido à sua tradicional incapacidade para se integrarem ou respeitarem dos países de acolhimento.
Donde resulta que facilitismo = bandalheira, que por sua vez são a base da corrupção, como agora estamos a ver em Portugal, com os imigrantes e os ciganos, mas não só.
Dirá quem lê que está tudo muito certo, sem que todavia haja facilitismo, falta de rigor, bandalheira ou corrupção na nossa querida Tomar, geralmente imune a todos os males do Mundo, porque perdida e isolada algures no tempo. Será mesmo assim? As próximas três crónicas serão sobre outros tantos casos locais de facilitismo, bandalheira e eventual corrupção, tudo muito bem explicadinho, deixando a quem de direito a oportunidade de julgar e condenar ou não.


3 comentários:

  1. Não sei se ainda é assim mas até á pouco tempo os militantes PS íam de casa em casa pelas freguesias rurais do concelho a dizerem aos velhotes: "Votem em nós, Votem em nós, senão tiram-vos a reforma". E obviamente os velhos votam neles. Eles até têm pessoal para os acompanharem ás mesas de voto. É uma vergonha!!!

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  2. Quando fui militante e quadro socialista, no tempo do Mário Soares, que conheci na emigração, do Salgado Zenha e do Manuel Alegre, não havia práticas dessas que menciona. Agora está tudo mudado e já não garanto nada. Se até organizam festarolas, comezainas e passeatas à borla, para comprar votos, tudo é possível...

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    1. Muito me espanta o Professor não saber disto. Pode não ser do seu conhecimento mas havia e bastante. Não era só o PS, o PSD também. E se calhar a CDU também, mas eu não tenho conhecimento. O Comunista é um animal diferente de um social democrata (PS e PSD). Eles disputavam os eleitores um a um. As aldeias são um ambiente pequeno e todos se conhecem. Eles já sabiam quem era PS, PSD, PCP. Eles íam a casa de quem não fosse politizado para os tentar convencer. Acontecia nas aldeias e também na cidade. É a chamada máquina partidária. Havia muito iletrado e analfabeto. É como as testemunha de Jeová quando vão pregar a Bíblia. Eu tinha uma tia que era devota do Sá Carneiro e acompanhava os idosos á mesa de voto. Eu lembro-me de ainda nas últimas legislativas ou autárquicas, já não sei precisar, ouvir o deputado Hugo Costa a falar aos militantes qualquer coisa do género: "Camaradas, isto não está ganho. Temos de ir de porta em porta convencer os indecisos. É a nossa obrigação". Ele disse qualquer coisa do género num comício que eu vi num vídeo da hertz.

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