domingo, 19 de novembro de 2023



Despedida de Anabela Freitas

Genuinamente hipócrita

Eu pecador me confesso: Tenho andado na busca de referências escritas ao repasto de despedida da ex-presidente Anabela Freitas. Para apurar se estiveram muitos ou poucos e se "correu tudo bem". Simples calhandrice, porque estou a mais de sete mil quilómetros, de bermuda e com 30 graus. Seis dias depois, lá apareceu finalmente uma nota n'O Templário de 16/11/2023, página 10, subscrita pela vice-presidente Filipa Fernandes. 
"O reconhecimento individual ou coletivo é, certamente, uma das acões e sentimentos que não deixa ninguém indiferente. Existir reconhecimento por parte da família, amigos, pares, colaboradores, chefias, ou outros tantos que fazem parte da nossa esfera diária de contactos formais e informais, é uma das condecorações mais genuínas que pode existir", escreve a autora logo no primeiro parágrafo.
É, como se constata, uma escrita laboriosa, alambicada e com vocabulário por vezes escorregadio, mas o título tem o mérito da franqueza: "Obrigada, vinculada e comprometida". Que menos podia escrever quem não tinha profissão nem emprego remunerado, até integrar a lista PS em 2013? Há um ou outro dislate, como "...não podia deixar de passar este momento sem agradecer...", mas que não altera o sentido geral do texto.
Há também, infelizmente, frases menos felizes, como aquela dos "muitos foram aqueles que genuinamente participaram num convívio dirigido a Anabela Freitas" (negrito nosso), mas que havemos de fazer? Cada qual escreve não como quer, mas como pode. E vem depois a allégeance partidária, agora que os tempos estão difíceis e a tempestade é agreste: ..."prosseguir com a visão e a linha de trabalho da Anabela Freitas, do anterior e atual executivo municipal que tem inequivocamente proporcionado o desenvolvimento local." (Negrito TAD3)
Tem mesmo proporcionado desenvolvimento local? Não estará a senhora a confundir mais funcionários municipais, com desenvolvimento da urbe e do concelho? É que, caso haja mesmo desenvolvimento, no sentido lato do termo, será caso único no país: Um concelho a crescer com a população e encolher. Durante os últimos dez anos foram-se mais de cinco mil eleitores. Num concelho de 40 mil almas. É alarmante. Representa 12,5% da população. Se isto é desenvolvimento...
Mas a senhora vice-presidente trata é de festas, turismo e ação social. Progresso económico real não é com ela. Só lhe interessam os fundos europeus, para financiar as borlas que depois dão votos. O que revela uma eventual equação muito curiosa: menos eleitores igual a mais votos PS. Porque os sem partido, ou de outras formações partidárias, que não dependem do RSI nem do orçamento do Estado, esses fazem a mala logo que podem.

Esclarecimento final

Como qualquer outro cidadão, Anabela Freitas e Filipa Fernandes têm direito ao bom nome,  ao recato e ao respeito pela sua vida privada. Não fora o caso da segunda ter assinado como "vice-presidente da Câmara Municipal de Tomar" e Tomar a dianteira 3 não teria escrito uma linha sequer a respeito de um repasto privado, no qual não se sabe  quem esteve ou não, porque  a informação local...



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